Quando seus olhos se cruzaram, ele jurou ter visto um brilho. Aqueles grandes olhos castanhos parecendo duas amêndoas eram hipnotizantes.
Bia tinha sentido algo que não sabia ao certo o que era. Olhar profundamente nos olhos de Jonas lhe trouxe uma paz que a muito tempo não sentia.
Os olhos verdes escuros do garoto eram lindos, ainda não havia reparado. Então, quando percebeu que ambos estavam sintonizados, Beatriz sentiu vergonha e abruptamente se levantou para ir embora.
— Tenho que ir. A próxima aula vai começar. — Falou ainda se sentindo envergonhada.
— Eu também vou. — Disse se levantando.
— Ok! Então até.
— Até.
Jonas achou por um segundo que iriam juntos para dentro da escola, mas por alguma razão Beatriz levantou correndo, deixando ele com cara de paisagem. De fato, a jovem sempre arrumava um jeito de fugir.
Depois do dia da festa, não conversou com ele. Parecia até que tinha se afastado. Jonas se perguntou muitas vezes se havia feito algo de errado, mas sempre chegava à conclusão que não. De repente, ela resolve aparecer do nada, conversando com ele normalmente, como se nada tivesse acontecido.
Bia tinha uma personalidade forte, era uma pessoa difícil de lidar, mas tinha um coração bom. Pelo menos era isso o que ele queria acreditar.
Enquanto Jonas lidava com seus infernos pessoais. Beatriz andava com passos rápidos para a sala.
A aula seguinte seria literatura, o que já fazia a jovem sofrer por antecedência. Seria uma aula longa e tediosa e isso se juntando com o que acabara de acontecer, acabou deixando Bia pensativa.
E em sua cabeça, se perguntava com certo receio da resposta. Então sem perceber, acabou pensando alto:
— Estaria eu atraída por Jonas?
Enquanto continuava seu debate interno, sentiu seu bolso vibrar por conta de uma mensagem que havia recebido no aparelho celular.
Sua imaginação fértil rapidamente a levou a se questionar se seria Aisha pegando emprestado um celular com alguma presidiária. A cena imaginada em sua cabeça a fez rir sozinha.
Ainda com um sorriso no rosto, pegou o celular que estava no bolso de trás de sua calça e olhou de quem era a mensagem. De repente, seu sorriso cessou e sua respiração começou a pesar.
Era de uma pessoa que ela nunca cogitaria receber, ainda mais depois de tanto tempo. Eram apenas 5 palavras, mas o remetente e dono da mensagem lhe trouxe calafrios.
Seus olhos tinham dificuldade de acreditar que aquilo era real. A mensagem trazia consigo alguns fantasmas do passado. E na tentativa de ter a certeza do que acabara de ler, novamente olhou para a tela do celular:
"Oi, Triz. É o Michael".
Ainda em choque. Beatriz tentava digerir tal obra cruel do destino. Se negava a responder, mas não tinha coragem de deletar.
Enquanto tentava decidir o que fazer, recebeu outra mensagem, do mesmo remetente:
"Triz, precisamos conversar".
A única coisa que ela conseguia pensar naquele momento, era quem diabos teria passado seu número de celular para ele!
Era mais um dia normal na vida de Jonas. Não que fosse normal ser chamado na sala da diretora para conversar com policiais, tirando esse pequeno detalhe a rotina era a mesma.
Passava o período integral na escola, chegava em casa, comia alguma coisa e subia para seu quarto para ficar pensando na Beatriz.
No entanto, Ultimamente seus pensamentos estavam sendo confusos. Ele não conseguia decifrar o comportamento de Beatriz. O jeito dela de morder e assoprar era confuso.
Depois do dia da festa, ele achou que seria o começo de algo, achou que poderiam criar alguma conexão, mas com o passar dos dias e a indiferença da garota, Jonas percebeu que na realidade não havia mudado nada.
Quando estava começando a se acostumar com a ideia de que aquele dia na moto era uma exceção em sua vida, eis que Beatriz surge aleatoriamente e senta ao seu lado no chão.
Claro que o motivo em si não é ele, mas a sensação de estar ao lado da garota por quem era apaixonado, era indescritível. Isso sem contar aquele singelo momento onde ambos prenderam os olhares um ao outro. Foram poucos segundos, mas para Jonas pareceram horas.
Enquanto descia da bicicleta e ainda sonhava com o momento, foi interrompido por sua mãe ao entrar em casa.
— Está tudo bem, filho?
— Oi mãe. Tudo.
— E essa cara?
— Qual cara, mãe?
— Essa de que viu um passarinho azul?
— É cansaço. Nada além disso.
— Não me pareceu cansaço. Jonas Blues! Está escondendo algo de mim?
— O que eu poderia esconder?
— Eu não sei… Algo relacionado a garotas?
— Não é. E mesmo se fosse, não é algo que eu conversaria com a senhora.
— Oras. Por que?
— Por que não, mãe!
— Sou uma mãe descolada. Não precisa ter vergonha.
— Já falei. Não tem nada a ver com garotas.
— Que pena. Se fosse isso, até pensaria na possibilidade de abrir uma exceção ao seu castigo.
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Atualizado até capítulo 74
Comments
Thatyyyyy
me identifiquei com essa mãe kkkkk
2023-04-13
0
Luciana 🥰
kkkk essa mãe é terrível 😄
2023-03-10
1