CAPÍTULO 12

A garota se isolou em um canto, pegou um sanduíche e começou a comer. Não demorou muito para que Gabriela Herrera, a morena latina, como Beatriz sempre se referia, fosse até sua direção.

— Bia! Nossa, você não sabe da última! Tenho uma fofoca das feias para contar.

— Oi, Gabi. O que seria mais feio do que esse seu cabelo todo quebrado?

— Engraçadinha. — Respondeu em forma de deboche. — Estou falando sério.

— Desculpe… Hoje o dia está meio maluco.

— A Aisha e o Henry estão presos! Acredita?

— O quê? — A surpresa no rosto de Beatriz não era tanto pela notícia em si, afinal ela já soube em primeira mão. Mas o fato novo, Henry era sim, muito surpreendente. — Como você está sabendo disso?

— A escola toda já está sabendo, mas não fui eu quem espalhou. — A jovem fazia uma pequena careta. — Dizem que eles mataram alguém ou coisa do tipo. Que insano, não acha?

— Não acredito!

— É verdade! O amigo de um amigo que é amiga da irmã do Richard que conhece um garoto da sala do Jonas, sabe aquele garoto estranho? Então… Parece que ele foi chamado na sala da diretora, pressionaram ele até ele dedurar.

— Não A CRE DI TO!

— Que babado, né amiga? Cá entre nós, sempre achei que a Aisha era um pouco estranha. A família dela pode ser rica e tal, mas ela tinha cara de assassina. Bom. Deixa eu ir, tenho que contar para a Elizabeth.

Enquanto a jovem latina corria para espalhar a fofoca, Beatriz estava estática com seu sanduíche em mãos, pensando sobre a prisão de Henry.

Apesar da informação de Gabriela ser verdadeira, não era tão confiável todas as informações. Ela precisava de alguma forma descobrir a veracidade das informações, então de repente ela deu um grito:

— Jonas!

Enfiando o restante do sanduíche na boca, pegou sua mochila e saiu apressada a procura do garoto.

Se ele realmente tivesse sido convocado para a sala da diretora, seria a pessoa perfeita para confirmar o boato.

Não demorou muito para que ela encontrasse ele do lado de fora sentado com as costas numa árvore.

Ele parecia comer uma espécie de sanduíche, o qual enfiou desesperadamente tudo na boca ao vê-la vir em sua direção, parecendo um cachorro esfomeado.

— Pelo jeito você está com muita fome.

— Por que?

— Você quase engoliu junto seus dedos ao colocar o sanduíche na boca.

— Desculpe.

— Não precisa pedir desculpas, menino. Eu queria te perguntar uma coisa.

— Pode perguntar.

— Você foi chamado na sala da diretora?

— Fui sim. Como você sabe?

— Tenho meus contatos. — Falou, enquanto fazia cachos em seu cabelo. — É verdade que o Henry está preso?

— O Henry? Preso? Isso é verdade?

— É o que estou te perguntando, criatura.

— Eu não sei. Desde aquele dia da festa que não falo com o Henry.

— Então você não falou nada para os policiais?

— Como você sabe que havia policiais? E por que você não falou comigo depois daquele dia?

— Jonas, Meu Deus! Pare de fazer perguntas desnecessárias. O foco agora é a prisão de Aisha e Henry.

— Tá bom. Então, me fizeram algumas perguntas. Se eu conhecia a Aisha, o Henry. Se sabia de alguma coisa, sobre o que faziam. Perguntaram se eu sabia onde o Henry estava, se eu sabia algum lugar onde poderia estar. Nada além disso.

— E você sabe onde o Jonas está?

— Claro que não. Se soubesse teria contado para a polícia.

— Deixa de ser x9, garoto.

— Não sou dedo duro. Só estou preocupado com o Henry.

— Eu também.

— Você? Cadê a garota cheia de raiva?

— Está aqui na sua frente.

— Você está bonita hoje. Quero dizer. V-você está bonita t-todos os d-dias.

— Virou gago outra vez?

— N-não.

— Enfim. Estão dizendo que a Aisha está presa, pois mataram alguém. Acha que isso pode ser verdade?

— Não acredito. As pessoas são maldosas. São apenas boatos. O Henry pode ter muitos defeitos, mas nunca faria mal a alguém.

— A Aisha também não. — Ela senta ao lado dele apoiando as costas na árvore. — Ela é muito patricinha, para poder matar alguém. Provavelmente ela diria: " Aí! Acabei de vir da manicure. Não vou segurar essa arma, vai quebrar minhas unhas." — Beatriz fazia gestos com as mãos e imitava a voz da amiga.

— O Henry provavelmente diria: " Eu só quero saber se estou bonito com meus óculos escuros." — Jonas fazia igual Bia. Imitando o amigo, fazendo os dois caírem nas gargalhadas.

— Sabe, Jonas. Estava aqui pensando. Às vezes pensamos que conhecemos as pessoas, mas a verdade é uma só. Não conhecemos ninguém.

— Por que você acha isso?

— Se a Aisha está presa e a polícia está procurando o Henry significa que há um motivo. Eles podem não ter matado alguém, mas fizeram algo muito errado.

— Bom, você tem razão.

— Sim! Eu sei. Sou uma garota incrível. Concorda? — Bia tinha um sorriso no rosto.

— Concordo.

— Não precisa concordar só por que eu falei. Eu estava brincando, John. — Ela dá um pequeno tapa no braço do rapaz.

— É Jonas. Meu nome é Jonas! Como ainda não decorou?

— Desculpe. Minha memória é fraca. E quando vamos dar outra volta naquela moto?

— Você quer andar novamente? — Os olhos dele brilharam com a ideia.

— Claro que não. Quero dizer… Querer eu quero, mas a moto não é sua. Só foi uma brincadeira. Relaxe!

— Estou relaxado.

— Não parece. Toda vez que fico perto, você fica nervoso. Tem medo de mim?

— N-não! C-claro que não.

— Viu? Virou gago novamente.

Beatriz ficou olhando para Jonas por alguns segundos, sem dizer nada. Por um pequeno instante, Jonas sentiu reciprocidade por parte dela pela primeira vez.

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Comments

Alynne Andrade

Alynne Andrade

essa Beatriz coloca o Jonas no bolso

2023-05-22

0

Luciana 🥰

Luciana 🥰

nossa o que será que aprontaram🤔

2023-03-10

2

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Atualizado até capítulo 74

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