CAPÍTULO 4

A jovem abriu a porta e saiu correndo, sentindo seu peito queimar e o seu café da manhã revirar no estômago. Decidiu chegar cedo e confrontar Aisha pelo esquecimento.

Também queria colocar algumas fofocas em dia com sua melhor amiga. Enquanto isso, seu pai ainda sentado no sofá, lendo calmamente seu jornal e feliz por ajudar a filha, finalmente percebeu a cilada que tinha caído.

Tinha sido enrolado tão facilmente pela filha, que achou melhor ocultar tal artimanha de sua esposa, seria vergonhoso para ele ouvir a Sra. Pozzi rir de sua inocência.

A casa de Aisha ficava na parte nobre da cidade, com vigilância e câmeras por todas as partes. Era bonito demais, com jardins, piscinas e casas brancas que acendiam luzes de cores diferentes à noite.

Era totalmente diferente do lugar onde Beatriz morava. Onde as pessoas se comportam feito cães famintos e a estrutura era desproporcional e ridícula, Beatriz tinha a convicção que até o ar era mais respirável nessa parte da cidade.

Era um lindo condomínio, porém não muito protegido. As plantas que ficavam na área externa eram todas regadas pela manhã.

Aproveitando a distração do vigia que regava as plantas ela passou pelo portão tomando cuidado com o alarme, embora a porta estivesse apenas escorada. Eram casas bem planejadas, ela sabia disso, pois seu pai havia trabalhado na construção de várias daquelas casas e todas tinham a mesma planta, com exceção de algumas mudanças na área de lazer.

Caminhando mais um pouco ela avistou a casa de Aisha, o carro da mãe dela não estava na garagem e tudo parecia silencioso.

Tomando cuidado, ela atravessou para o outro lado e viu que a luz do quarto da senhora Locatelli, a mãe de Aisha, estava acesa, o que seria estranho por dois motivos, afinal se o carro dela não estava ali, significava que ela não estava em casa.

E se ela não estivesse em casa, por qual razão estaria acesa aquela luz? A mãe de Aisha era sistemática e pragmática, e proibia a filha de se aproximar de seu quarto. Ela tinha a estranha mania de deixar acesa a luz somente quando viajava, era uma espécie de TOC que ela possuía.

Beatriz começou a achar tudo aquilo estranho, afinal se Aisha estivesse sozinha teria lhe avisado, ela era sua melhor amiga. A garota começou a imaginar mil coisas e a se preocupar com a amiga, estava tudo muito silencioso e estranho.

Dentro da casa, ela foi avistando copos e mais copos, além de garrafas vazias de bebida alcoólica e comida estragada espalhada por todos os lados.

Reparou que tocava uma música, o som estava baixo e um pouco distante, mais surpreendente era Dudu, o cachorrinho de Aisha, dormente e erguendo a cabeça apenas para olhar para ela.

Passou por sua cabeça perguntar para o Dudu o que havia acontecido ali, mas seria o cúmulo da loucura. Seguindo o som, Beatriz tentava desviar da bagunça que estava no chão, chegou a pensar que parecia até que havia rolado uma festa na noite anterior, era isso ou um furacão.

A garota estava se sentindo sufocada entrando naquele inferno, que um dia havia sido a cozinha da sua melhor amiga.

— Aisha?! — Chamou, mas ninguém respondeu.

Ela decidiu subir as escadas e a cena parecia piorar a cada passo que dava. O aniversário da mãe de Aisha era em agosto e estávamos em dezembro.

E Aisha... Bem, ela comemoraria seu aniversário em duas semanas, mas sua mãe nunca adiantava nada porque não era seu perfil.

Qual era o motivo da passagem daquele furacão? A garota perguntou-se. Após subir as escadas, Beatriz foi em direção ao quarto de Aisha, seguiu pelo corredor, parou em frente a porta e percebeu que a música vinha de lá.

Sabe aquela cena de novela? Aquela em que você torce para a personagem nunca entrar no quarto porque o marido dela está na cama com a amante?

Então… Foi exatamente a mesma coisa que Beatriz sentiu quando avistou Aisha enroscada no corpo de Henry, a única diferença era que ele não era seu marido, nem seu namorado, não que isso fosse menos importante, o sentimento de vazio era o mesmo.

O choque e a falta de palavras para expressar seus sentimentos era visível. Restava fechar a porta e os seus olhos para tentar fingir que tudo aquilo era um sonho.

Passava em sua cabeça a promessa feita por Aisha a ela, onde tinham jurado confiar uma na outra e perder a virgindade apenas quando fosse um sentimento forte. Como o amor, por exemplo. Aquilo não era amor, era pura safadeza.

Além de descumprir sua promessa e de desonrar sua família, Aisha conseguiu a façanha de se deitar com o garoto o qual Beatriz sentia forte paixonite, ao menos era isso o que Bia achava, gostar muito dele.

O corpo pequeno de Aisha e seus seios que estavam nos lábios do cafajeste, fizeram a garota sentir raiva, afinal, em sua visão ela tinha muito mais atributos para oferecer, mas ele a preteriu.

Bia pensava e desejava que ele devolvesse todo o tempo perdido escrevendo declarações para ele, com Aisha do lado opinando o que deveria ou não ser escrito, ficou com a certeza que mentalmente ela ria dela e que ela deveria ter contado que transava com Henry, sua raiva crescia, pois Aisha sabia que paquerava aquele menino há séculos, Beatriz só conseguia sentir ódio.

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Comments

Alynne Andrade

Alynne Andrade

amiga da onça kk

2023-05-21

1

Luciana 🥰

Luciana 🥰

que amiga né

2023-03-10

1

DricaCammarano

DricaCammarano

tô passada😳❣️ amei

2023-03-10

1

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Atualizado até capítulo 74

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