CAPÍTULO 11

Delatar Aisha e Henry depois daquilo, até lhe fazia bem. Ela apertava seus dedos e cutucava suas unhas.

O esmalte em tom de azul estava saindo e ainda muito nervosa, tentava aliviar o nervosismo retirando o resto do esmalte das unhas. Sentindo-se intimidada pelos policiais, Beatriz tentou buscar meios de mostrar-se correta e santa.

— Tenho dezessete anos e nunca frequentei festas. Naquele dia apareci pela parte da manhã na casa da Aisha, mas a festa tinha acabado. — Realmente ela parecia estar em um tribunal, tentando limpar a barra com o juiz e fazendo figas com os dedos.

— Sim, Beatriz, eu sei disso. Pelo menos quero acreditar nisso.

Beatriz suava de nervoso e a todo momento passava a mão pelo rosto, enxugando gotículas de suor que escorriam. Ela sentiu suas bochechas arderem e imaginou seu rosto parecendo uma pimenta.

Os policiais continuavam calados, e um deles anotava tudo em uma caderneta conforme ela falava. O que a deixava mais nervosa.

.

— Eu moro perto da casa da Aisha e escutei o som alto, mas nunca imaginei que ela fosse do tipo que desse uma festa sem estar na presença dos pais. Me sinto envergonhada por ela e claro, pelo Henry.

— Você já citou esse Henry duas vezes. — Perguntou o policial com a caderneta em mãos.

— Citei é? — Perguntou, mostrando nervosismo.

— Sim. — Ele começou a folhear as páginas. — Vou relembrar a senhorita.

Abre aspas: "Ela ir para cama com aquele garoto idiota, o Henry. Total safadeza." Fecha aspas.

— Pois é… Acho que falei mesmo.

— Certamente. Anotei aqui enquanto você falava. — O policial soltava um breve sorriso. — Qual a sua relação com ele? O conhecia?

Beatriz sentiu-se tentada a ser espontânea. E dizer que Henry era sua paixonite e que deram alguns amassos e beijos.

E quando ele usava aqueles óculos escuros andando de moto, ficava ainda mais lindo e gostoso, apesar de ser um puta de um cafajeste e safado. Porém, usou o básico.

— De vista.

— Certeza disso?

— Sim.

— Engraçado. Alguns alunos disseram o contrário. — O policial novamente folheava a caderneta. — Nos foi relatado que ele e a senhorita, eram namorados.

— Namorados?! Eu e aquele garoto idiota? Nunca! Nem que ele fosse o último garoto vivo de Newsquare. Ele não faz o meu tipo.

— Entendo.

— Posso dispensá-la ou vocês têm mais perguntas? — Perguntou a diretora.

— Eu tenho uma última pergunta. — Falou o outro policial que até o momento estava calado. — Henry ou Aisha, algumas vez comentou para você, confiou algum tipo de segredo estranho?

— Estranho como? — Perguntou com olhar surpreso.

— Algo diferente. Algo que fizessem escondido? Pode ter comentado com você se pretendiam ir para algum lugar, por exemplo?

— Aisha uma vez me disse… Bem não sei se posso falar isso. Pode não ser importante.

— Fique tranquila. Pode dizer. Confie em nós. Tudo pode ser importante.

— Bem… Ela me disse uma vez que soltava, bem… Vocês sabem…

— O que? Vamos nos diga.

— Ela disse que peidava na sala de aula e culpava o James. Só porque ele é nerd… coitadinho. Garota estranha essa Aisha.

— Senhorita Pozzi! — Falou em tom de advertência olhando para a garota.

A fala de Beatriz deixou todos na sala perplexos. Apesar da seriedade da conversa, cada um dos presentes não sabia dizer ao certo se a garota era muito dissimulada ou ingênua.

— Acho que acabamos por aqui. Pode voltar para a sala, Beatriz.

A jovem se levantou rapidamente e foi em direção à porta. Quando estava quase saindo, virou-se para os policiais.

— Se a Aisha está presa, onde está o Henry? Foi preso também?

— É isso o que estamos tentando descobrir. Onde Henry está!

Beatriz saiu da sala e seguiu pelos corredores. Ainda sentia seu corpo tremer. Agora ela sabia como se sentiam os criminosos dos filmes de ação que assistia, na sala sendo interrogados.

No entanto, ela não era uma criminosa, não havia cometido nenhum crime. A única criminosa até o momento era Aisha.

Tentava fingir uma leve raiva da ex-amiga, e sentiu que tinha sido de bom tamanho seu castigo.

— Bem feito para ela! Bem feito para os dois. — Beatriz repetia para si mesma, na tentativa de se convencer disso. — Aisha está presa… O que será que ela fez?

Ser presa… É algo pesado até para mim.

Voltando sua atenção para a realidade. Beatriz se sentiu uma celebridade ao voltar para a sala de aula. Todos olhavam para ela, incluindo sua professora.

Os olhos curiosos e os cochichos entre os alunos a incomodaram, ficando envergonhada. A professora percebendo a situação constrangedora retomou a aula, amenizando um pouco o clima. O restante do dia seguiu normal, dentro da anormalidade da situação.

Beatriz contou os segundos para o horário de almoço, pelo menos teria um descanso para a mente. Sua vontade era gritar para todos ouvirem na sala de aula que Aisha estava presa e que ela não tinha nada a ver com a história.

Todavia, ainda havia um pouquinho de compaixão em seu coração e não iria expor a garota. Não dessa forma.

Quando finalmente deu o horário do almoço, mentalmente, Bia deu pequenos gritos eufóricos. Finalmente podia ficar sozinha e quieta.

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Comments

Alynne Andrade

Alynne Andrade

o que aconteceu com Aisha

2023-05-22

0

DricaCammarano

DricaCammarano

Meu Deus como assim? Tô surtando!

2023-03-16

0

Luciana 🥰

Luciana 🥰

nossa KD os pais da Aisha?!

2023-03-10

1

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Atualizado até capítulo 74

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