Capítulo 18

Lucrecia já arrumava no closet as roupas que haviam chegado do apartamento de Ivan quando Penélope bateu a porta.

— Com licença, posso entrar?

— Claro que sim senhorita, a casa é sua.

Respondeu de forma gentil caminhando até Penélope.

— Por favor vamos nos abster de certas formalidades, me chame de Penélope está bem?

— Sim senh...Sim.

— Vamos ao que interessa Lucrecia, sou uma mulher observadora, meu trabalho exigiu muito isso de mim para que eu chegasse onde cheguei, não tem nem duas horas que desembarquei em Boston e não pude ignorar os olhares de Ivan para você, o que está acontecendo entre vocês dois?

— Não está acontecendo nada senhorita...Penélope.

— Não tenho nada com isso, não quero que fique chateada mais sei que está mentindo, olha para ele com a mesma intensidade com que ele te olha, estão apaixonados?

— Ele é noivo.

— Não foi isso o que eu perguntei.

— Eu sei.

— Então me responda Lu, não estou aqui para julgar os sentimentos de ninguém, só quero ajudar.

— É complicado e a história é longa.

— Tenho todo o tempo do mundo para ouvir, parece exausta, precisando conversar, está entre mulheres se abra comigo.

Lucrecia se sentou na Cama sendo seguida por Penélope que segurou forte sua mão.

— A dóis anos meu pai chegou em casa acompanhando de um homem, o apresentou a família como um colega de trabalho, Kenny Ortega, era como o chamavam na cidade em que moravamos na Itália.

— Sim, continue.

— Kenny era um rapaz inteligente, gentil e cavalheiro, menos de um mês depois de começar a frequentar nossa casa papai me disse que eu teria que me casar com ele, eu tinha só 16 anos e ele o dobro da minha idade.

— Que loucura.

— Não faz ideia, Kenny e eu nos casamos algumas semanas depois em um cerimônia íntima em um resort em Napole, só depois soube que o lugar era dele, o colega de trabalho na verdade era o patrão do meu pai, as visitas esporádicas e aparentemente espontâneas não passavam de um acordo financeiro entre os dois no qual era eu a moeda de troca.

— Lucrecia eu sinto muito.

— No início eu ainda acreditava que podesse ser feliz mesmo tudo tendo começado em uma teia de mentiras, enquanto estávamos apenas conversando sobre o casamento ele era gentil e galante, tudo mudou no dia da cerimônia, ele estava nervoso e eu não conseguia entender o porquê, a resposta viria naquela mesma noite na nossa lua de mel, Kenny tinha problemas...ham.. você sabe.

— Com sexo?

— Sim, algo não estava certo, a tão esperada intimidade entre casal nunca aconteceu, ele sempre tentava e insistia me machucava tentando mais era inútil.

— Então você ainda é virgem?

— Sim, ele foi o primeiro e único homem do qual me aproximei, sequer havia beijado outro antes de me casar.

— E quanto ao Ivan?

— Exceto seu primo, acabou acontecendo ontem mais eu juro por Deus que não sabia que ele era comprometido.

— Na verdade vocês dois são não é mesmo?

Penélope coçou a cabeça confusa.

— Eu sei disso, mais não quero mais ser, aquele homem, aquele maldito homem é louco, me mataria se me tivesse de volta.

— Você fugiu? é isso o que está me dizendo? está em Boston fugindo do seu marido.

Lucrecia se pós de pé, ergueu envergonhada a blusa que vestia expondo de forma escancarada as marcas agora cicatrizadas de suas costas.

— Meu Deus.

Penélope levou uma de suas mãos a boca.

— Ele Fez isso a você?

— Sim, e acredite nem foi a pior das surras que ganhei, uma vez ele chegou em casa e me encontrou no jardim enquanto colhia algumas flores para colocar em uma vazo que papai havia me dado de presente,o segurança me acompanhava, essas eram as ordens dele mais pareciam ser pensadas previamente com o intuito de me punir, naquela noite ele quebrou o vazo e com ele meu braço e duas costelas.

— E seu pai? não Fez nada? O meu certamente o faria engolir caquinho por caquinho enquanto cavava a própria cova, meu pai sempre foi super Protetor e não vou mentir eu odiava isso mais te ouvindo, sabendo por tudo o que passou acho que sou uma mulher de sorte não é mesmo?

Lucrecia assentiu.

— Meu pai é um homem doente, está velho, Kenny é poderoso e influente ele não teria Nenhuma chance contra ele e no mais.

A olhou com tristeza.

— Nunca acreditou em uma única palavra do que eu dizia a ele, nem mesmo com as provas diante de seus olhos

— Contou isso ao Ivan?

— Não.

— Claro que não, ou então não seria uma mulher casada, inocência a minha.

— Porque diz isso?

— Já estaria viúva Lucrecia, Ivan é meu primo mais não vou me fingir de cega por ama-lo, é um homem perigoso, está sempre metido em jogadas ilícitas e coisas ilegais, quer saber o motivo dele não está preso? ninguém mexe com um Santorini e sai vivo para contar a história, o pai dele viveu anos fora da Austrália por mandar matar mais da metade do comboio polícial da cidade em que moravam antes do Ivan nascer, viveram algum tempo na Itália e quando tio Klaus não conseguiu mais ficar longe da fazenda mandou fazer um verdadeiro massacre no batalhão de Polícial local, sabe o que aconteceu com ele?

— Não.

— Nada, na Austrália ou em qualquer lugar que eles escolham para morar se tornam reis, líderes intocados e venerados por aqueles que o cercam, meu pai e o meu tio Donatello são os homens mais durões que conheço e nunca os vi falar o sobrenome Santorini sem se tremerem.

— Tenho medo de Kenny fazer algo a ele, não quero que se machuque por mim, eu não me perdoaria.

Penélope riu.

— Ele pode tentar, mais garanto e digo isso sem medo de errar Lucrecia, ele não teria nenhuma chance, Ivan Santorini é o próprio Demônio minha amiga e se a algo que tenho certeza é que até satanás tem medo de perder o trono para ele.

Secou os olhos cheios de lágrimas de Lucrecia com as pontas dos dedos.

— Obrigada por se abrir, prometo que seu segredo estará bem guardado comigo.

— Obrigada senho... Penélope.

— Não por isso, agora descanse, vou tomar um banho estou exausta pela viagem.

Se levantou indo em direção a porta.

— Há, Lucrecia, o Ivan parece mesmo gostar de você, o conheço a uma vida e nunca o vi olhar daquela forma para alguém, se quer um conselho dê uma chance para vocês dois, a única coisa para qual não descobririam a solução é a morte, o resto com perseverança e amor vocês darão um jeito, boa noite.

Lucrécia sorriu.

— Boa noite Penélope.

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Comments

Solange Coutinho

Solange Coutinho

Ja gostei deça contar toda sua historia para Penélope mas ainda acjando que quem deveria ficar sabendo dessa história tinha que ser o BONITÃO pela boca dela

2024-04-14

0

Anonymous

Anonymous

tudo de bom essa história

2024-04-28

0

Eliziene

Eliziene

ótimo

2024-04-20

0

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