capítulo 4

Sentada sobre a cama enquanto admirava da janela do apartamento as infinitas luzes de Boston, Lucrécia traçava em sua cabeça a forma mais fácil de fugir da suíte luxuosa onde estava, impulsionada pela fome e o frio que sentia no exato momento em que Ivan lhe ofereceu ajuda não pensou nas consequências que teria sua decisão de se incluir novamente em um ciclo social principalmente em companhia de alguém que parecia ser tão poderoso como o benfeitor que lhe havia acolhido, Ivan como qualquer pessoa normal faria perguntas, perguntas sobre um passado que ela desejava esquecer e não estava disposta a revelar a ninguém, vestida com um pijama de algodão ela andou de um lado para o outro dentro da suíte, quando a porta se abriu se encolheu próximo a cama, por ela entrou Ivan ao lado de Frederico Venice, Fred era conhecido por suas formas um tanto quanto violentas de resolver seus problemas, desertor do exército sírio o antigo tenente havia trabalhado bom tempo frente as forças armadas como médico regente,por motivos nunca ditos saiu do país exilado levando consigo a sentença de traidor estampado em seu nome.

Ivan: — Não tenha medo, venha cá.

Disse ao cruzar a porta se aproximando da Jovem, Lucrécia não entendia o porque de se sentir tão segura ao lado de um homem que mal conhecia, Ivan lhe trazia pela primeira vez em sua vida a sensação de estar realmente protegida e isso a acalmava de forma inexplicável.

Fred: — Pode tirar a blusa e se deitar de bruços?

Lucrecia olhou imediatamente para Ivan, a face corada não escondia o quanto estava desconfortável com a situação.

Fred: — Sou médico criança, garanto que meu pedido é estritamente profissional.

Ivan: — Vou esperar lá fora.

Lucrecia: — Por favor, fique!

Segurou em seu braço, não queria ficar sozinha com o homem que acabava de conhecer, mesmo Ivan sendo um completo estranho para ela era em quem mais confiava naquele apartamento, Lucrecia se sentou a cama, de costas para os dois homens tirou a blusa que vestia e se deitou, Fred olhou imediatamente para Ivan, a expressão furiosa de Santorini deixou o amigo intrigado, Ivan não era um homem que costumava fazer boas ações, nem de longe bondade era um de seus atributos, ajudava em causas sociais e tinha uma família ativa em movimentos filantrópicos pelo mundo e isso enganava muita gente importante mais não Fred, o ex soldado conhecia bem demais Ivan para saber que o verdadeiro motivo por trás de tanta bondade e altruismo era uma tentativa bem sucedida de manter a polícia longe do passado conturbado e sujo dos Santorini, klaus o pai de Ivan era envolvido diretamente com a Máfia italiana e mesmo o filho não tendo seguido seus passos possuia grande influência frente facções criminosas de boa parte da América do norte e Europa.

Fred: — Isso está bem feio.

Olhava preocupado os ferimentos nas costas da mulher que gemia alto enquanto era examinada.

Fred : — Ela precisa de antibióticos Ivan, talvez de algumas dias de internação em um bom hospital enquanto a medicação não faz efeito, pode me dizer como conseguiu esses ferimentos?

Os olhos de Lucrecia se arregalaram no rosto.

Ivan : — Ela se machucou enquanto acampava, não gosta de hospitais então isso não está em discussão.

Disse com seus olhos cravados nos dela.

Ivan : — Pode cuidar disso? aqui mesmo no apartamento?

Fred assentiu.

Ivan : — Descanse Menina, está segura aqui.

Lucrecia se abraçou ao travesseiro, ficou em silêncio enquanto os dois homens sairam do quarto.

Fred: — De onde conhece essa garota? do acampamento em que ela se arrebentou daquele jeito?

Ivan : — Sabe que eu não faria aquilo.

Arfou irritado.

Fred: — Então eu juro que não entendo.

Ivan: — Estava dormindo a alguns dias no depósito do Cassino, um dos seguranças a encontrou.

Fred: — Aí achou que era uma boa ideia trazê-la para cá? pensou no que sua noiva vai achar disso tudo? não conheço bem a Felícia mais sei que ela não vai curtir nem um pouco uma gata desabrigada enfiada no apartamento do namorado.

Ivan passou as mãos pelos cabelos irritado.

Ivan: — Tenho tempo para resolver as coisas, Felícia só chega da França daqui três meses, no mais eu só quero ajudar, viu o quanto aquela menina está machucada?

Fred: — Sim eu vi, e quando foi mesmo que esse seu lado preocupado e bondoso aflorou? te conheço a dez anos meu amigo e não tenho uma única lembrança de vê-lo ajudar alguém, isso não tem nada haver com o fato dela ser tão linda? Nem faz o meu tipo e juro que quase me excitei com aqueles belos pares de olhos negros.

Ivan :— Podemos mudar de assunto?

Resmungou.

Fred: — Claro, depois só não diga que eu não avisei.

Se jogou no sofá.

Fred : — Vou receitar alguns medicamentos , peça a Cora que os dê de acordo com a prescrição, aquelas feridas nas costas dela me parecem ter sido feitas com um chicote ou cinturão de couro, infelizmente ficarão cicatrizes.

Ivan: — Como eu queria por minhas mãos no desgraçado que fez aquilo, ela é tão pequena, você viu, como alguém teria coragem de fazer aquilo?

Praticamente rosnou.

Fred : — Ainda acho que está dando um tiro no próprio pé meu amigo, aquela menina? é problema Ivan e te conhecendo como conheço sei que é o que menos precisa nesse momento, tá todo ferrado com os Russos, o Yuri apareceu com a carga?

Ivan Sorriu caminhando até o móvel, encheu um copo grande com whisky entregando a Fred.

Ivan: — Não apareceu e nem vai, já encontrei um novo fornecedor, nesse momento as armas já devem estar em um voô particular para Moscou.

Fred : — E vai deixar barato o vacilo do Vilasto?

Ivan: — Não sou um homem de perdões, dei a ele um prazo e não cumpriu.

Fred: — Está morto?

Ivan apontou para o móvel de madeira do outro lado da sala.

Fred : — Está brincando.

Ivan : — Não acredita? abra, veja você mesmo.

Fred caminhou incrédulo até o armário, quando o abriu deu um longo passo para trás com um olhar assutado em seu rosto.

Fred : — Você é louco Ivan, tem sérios problemas seu filho da puta.

Em um pote grande de vidro estava a cabeça de Yuri Vilasto embebida em formol e álcool.

Ivan: — Eu avisei a ele, um homem de verdade tem apenas uma palavra, um decreto é lei e muitos mais enfeitarão essa estante se não entenderem logo que Ivan Santorini não está em Boston para brincar.

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Comments

Eliziene

Eliziene

eita doido

2024-04-20

0

Solange Coutinho

Solange Coutinho

Quantos homens o BONITÃO vai.matar

2024-04-12

0

Euridice Neta

Euridice Neta

Ele não é mafioso já imaginou se fosse? Amo homens que sabem se vigar dos inimigos na ficção claro

2024-04-07

0

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