Capítulo 9

Quando Fred chegou ao apartamento para prestar socorro a Ivan foi recebido em desespero por Cora, o rapaz lindo e com um ar de mistério em sua impecável feição caminhou calmamente em direção ao quarto, ao abriu a porta viu sobre a cama Lucrécia, Ivan dormia sereno sobre o colo dela o intrigou o médico e amigo do rapaz.

— A quanto tempo ele está desacordado?

Perguntou colocando sobre a mesa a maleta de instrumentos médicos.

— A uns vinte minutos, ele estava consciente, conversou um pouco mais nada que fizesse muito sentido, então apagou.

Falou preocupada,os olhos negros estavam cobertos de lágrimas, Fred colocou sobre o peito do amigo o estetoscópio.

— Sabe exatamente o que ele tomou?

— Aqueles comprimidos bem alí.

Apontou para o criado mudo.

— Quando cheguei o frasco estava sobre a cama, não pude fazer nada.

Choramingou

— Não se preocupe ele ficará bem.

— Como? ele tomou um monte de remédios, não é melhor levá-lo a um hospital?

— Seria o certo a fazer se fossem mesmo remédios para dormir naquele frasco, conheço bem o Ivan Lucrécia, ele não estava em seu estado normal a alguns dias, sempre drogado, sempre elétrico, isso combinado ao histórico de depressão que ele tinha no passado é um anúncio de bomba prestes a explodir, troquei tudo por placebos a duas semanas.

Lucrécia respirou aliviada, acariciou os cabelos de Ivan com delicadeza.

— Então porque ele ainda não acordou?

— O corpo provavelmente sucumbiu ao cansaço, ele não pregava os olhos a três dias.

Ela o aconchegou ainda mais sobre o seu colo.

— Já é tarde, porque não vai descansar um pouco? ele deve dormir a noite toda, eu fico com ele se isso te fizer se sentir mais calma.

— Quero ficar, eu posso? o senhor Ivan tem sido tão bom para mim, é sempre tão gentil e como disse ele não dorme a dias, e se eu me levantar daqui e isso acorda-lo?

— Tem razão.

Fred sorriu.

— Então deite-se direito, vou move-lo mais para o centro da cama , conseguirá se acomodar com mais conforto.

Fred caminhou até eles ajudando Lucrécia a mover Ivan, quando enfim o corpo enorme e coberto de musculos se aconchegou sobre os lençóis Fred a encarou.

— Não costumo me meter onde não pediram minha opinião, mais isso não me impede de lhe dar um conselho menina.

Ela o olhou com atenção.

— Parece ser uma boa mulher, vi as marcas nas suas costas e sei que provavelmente você sofreu muito na vida, Ivan é um cara cheios de problemas é meu amigo mais isso não me fará passar pano para as loucuras dele, está sempre cercado de perigo e de pessoas que assim como ele não tem medo da morte, se envolver nesse mundo em que vivemos é pedir para sofrer novamente, não sei do que está fugindo mais aceite meu conselho e não se aproxime dessa cama com outro intuito que não seja cuidar da integridade dele, as mulheres que passaram por ela a procura de prazer encontraram mais saíram da vida dele tão perdidas e instáveis que estão colando os cacos em que ele as deixou até agora.

— Eu..eu não tenho nenhuma intenção de fazer isso senhor, só quero retribuir tudo que ele fez por mim.

— Minta para si mesma enquanto pode, ele está fazendo o mesmo fingindo não está interessado em você.

Se levantou Caminhando em direção a porta.

— Voltarei amanhã para examina-lo, e Lucrecia.

— Sim.

— Ele não ter conseguido se matar, não anula o fato de ter tentado, Ivan não precisa de mais problemas, ele já tem o suficiente para enlouquecer sozinho, cuide para que a carga que traz consigo não se junte ao fardo que ele já carrega, está lutando para não sucumbir ao inferno que carrega no peito e eu melhor que qualquer outro no mundo sei o que um amor fulminante e avassalador e capaz de fazer a um homem, ou o amor te salva ou ele te destrói, nunca vi nenhum que salvasse.

Ela o olhou partir com tristeza, beijou o topo da cabeça de Ivan refletindo nas palavras que acabará de ouvir.

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