Capítulo 14

Lucrecia conseguiu em um leve descuido do homem se desvencilhar de seu domínio, na tentativa de fuga teve o vestido rasgado enquanto ele insistia a todo custo em segura-la, correu em direção as escadas com ele furioso em seu incausto, antes que alcançasse o fim delas deu de cara com Ivan.

— Por Deus, por Deus eu imploro não deixe que me leve.

O olhar demoníaco de Ivan pousou sobre o homem que a perceguia.

— Cuide dela.

A guiou até Fred indo como o verdadeiro inferno na direção do homem que a intimidava.

— Eu posso explicar...ela... é.

Antes que conseguisse terminar a frase que dizia foi jogado no chão e socado repetidamente por muitas e muitas vezes, Fred apertou Lucrecia contra seu peito, uma de suas mãos tapava o rosto da jovem, conhecia bem demais Ivan para saber que aquele era um anunciato de massacre.

— Não Olhe, por favor.

Falou ao fitar um Ivan completamente enlouquecido e descontrolado, chutou com força o rapaz até que enfim estivesse desacordado, uma gritaria generalizada tomou conta do cassino, pessoas correndo de um lado para o outro, uma publicidade nada boa para os negócios, Ivan se aproximou de Lucrecia tocando seu rosto de forma desesperada.

— O que ele fez a você?

Parecia estar possuído ao olhar seu corpo parcialmente despido,Tirou a camisa que vestia a colocando sobre o colo que ela tentava cobrir com o que restava do vestido, a peça rasgada a deixava completamente exposta, as costas másculas e sensuais de Ivan se destacaram a meia luz do cassino, Lucrecia pela primeira vez conseguiu ver com clareza a imagem medonha da morte que cobria a pele tatuada.

— Já chega Ivan , estão todos olhando.

Fred implorou para que ele parasse mais ele estava cego e ninguém era capaz de impedir o destino que ele já havia traçado para aquele homem, Ivan voltou novamente para ele já desacordado, começou a pisar com muita força sobre sua cabeça, os sapatos italianos de couro faziam um barulho agoniante e macabro quando tocavam a poça de sangue que se formou embaixo dele, seus olhos estavam abertos e sem vida enquanto Ivan ainda permanecia no inferno particular dentro de si para onde havia se transportado.

— Chega cara, o homem tá morto.

Fred gritou alto recebendo de volta um choro de medo e desespero de Lucrecia, Ivan Caminhou até ela, sem dizer uma única palavra a agarrou pela mão.

— Peça aos nossos homens para limpar essa bagunça, depois demita os desgraçados que estavam na segurança essa noite, eu disse a eles, disse para cuidarem dela.

Falou com Fred que assentiu.

— Senhor Ivan.

Lucrecia tentou se explicar mais foi impedida por ele, Ivan parou em frente ao carro a encarando profundamente nos olhos.

— Não aqui.

Falou batendo forte a porta, O caminho de casa foi feito em completo silêncio, Ivan nervoso sequer olhava para Lucrecia, os sapatos e calça completamente sujos de sangue eram a prova do desastre que havia sido aquela noite, assim que adentraram o apartamento ele a pegou pela mão, ambos subiram para o quarto de Ivan que abriu a porta com brutalidade.

— Tire essa droga de vestido.

Entrou no box saindo dele com uma de suas camisetas na mão, a entregou a jovem com um olhar vazio.

— Vou tomar um banho e quando voltar é bom já ter em mente as coisas que irá me contar, te trouxe para minha casa Lucrecia, está sobre a minha proteção e o mínimo que pode fazer é dizer a verdade, não costumo depositar minha confiança em alguém mais de uma vez, se desconfiar que está mentindo para mim terá que encontrar outro lugar para morar, não posso deixar embaixo do meu teto alguém em quem eu não confie.

Saiu a deixando em silêncio, Lucrecia tirou a roupa que vestia, a camiseta de Ivan ia até a altura de seus joelhos, se sentou na cama encarando suas próprias mãos, estava com medo e com razão, não estava pronta para se abrir e preferia a morte que reviver mesmo em suas lembranças os traumas que viverá no passado.

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