Capítulo 7

Assim que se abriram as portas do elevador um dos seguranças caminhou até Ivan.

— Bom dia patrão.

Falou de forma cordial e respeitosa, Ivan ignorou completamente o cumprimento, era sempre silencioso e discreto mais no cassino era ainda mais misterioso e sombrio que o comum.

— Prepare uma sala para ela, Jake.

— Sim senhor.

— Cuide para que ela esteja segura dentre as paredes desse lugar, um arranhão nela custará bem mais que seu emprego.

Lucrecia abaixou a cabeça envergonhada.

— Entendido patrão.

Apontou o caminho para ela que o seguiu receosa, Ivan seguiu para sua sala, se sentou em sua poltrona,em sua mesa o jovem permaneceu de olhos fechados.

— Cara você tá um trapo.

Fred entrou pela porta com uma das garçonetes que trabalhava no bar do cassino agarrada a ele.

— Meu escritório não é motel caralh*o, dêem o fora.

O rapaz gargalhou alto.

— Vá lá princesa, a gente se vê daqui a pouco.

Deu um leve tapa no traseiro da mulher que gritou de um jeito sexy.

— Qual o problema?

Fred perguntou se jogando na poltrona.

— Porque diabos todos estão me perguntando isso hoje?

— Tá bom, não tá mais aqui quem falou.

— Droga de dor de cabeça que não passa.

— Continua tendo pesadelos?

— Não me lembro da última vez que não os tenha tido.

— Já disse a você para procurar ajuda Ivan, essa porra já passou dos limites, a quanto tempo não dorme?

— 3 dias.

— Como ainda está de pé?

Fred o olhou assustado, Ivan espalhou sobre a mesa um caminho estreito de co*caína pura.

— Puta que pariu Ivan, essa merda vai te matar.

Falou contrariado.

— É isso.

Apontou para o pó branco sobre a mesa.

— Ou Isso.

Ergueu a manga da camisa mostrando os pulsos com marcas profundas de cortes já cicatrizados, Fred não disse nenhuma palavra, conhecia bem a história por trás daquelas marcas e o quanto era doloroso para o amigo falar sobre o assunto.

— Só pega leve cara.

Passou as mãos pelos cabelos preocupado caminhou em direção a porta, não conseguia vê-lo naquele estado e sabia que era impossível fazer Ivan Santorini mudar de ideia seja lá qual fosse o motivo, o deixou sozinho mesmo que aquilo não fosse o que queria fazer, Ivan mexia em seus papéis, estava agitado pelo efeito da droga em seu corpo, quando a porta se abriu e por ela entrou Lucrecia, trazia um café como foi ordenado por um dos supervisores do lugar.

— Com licença.

Falou de forma gentil, Ivan encarava em transe o computador sobre a mesa apenas acenando para que ela entrasse, Lucrecia caminhou até ele, quando foi colocar sobre a mesa a bandeja que tinha às mãos se desequilibrou fazendo com que o líquido nas xícaras caíssem completamente sobre os documentos.

— Meu Deus, me desculpe.

Falou levando a mão ao rosto.

— Tudo bem, só fique longe.

Ivan falou ainda atordoado.

— Me deixe limpar isso.

Estava desesperada e com isso espalhava ainda mais toda bagunça

— Eu já disse que esta tudo bem.

— Me perdoe...eu..eu.

Tentou novamente limpar a bagunça.

— Porra da para ficar quieta.

Falou alto fazendo com que ela se assustasse, Lucrecia trazia consigo gatilhos dolorosos e cheios de traumas, se encolheu em posição fetal protegendo a cabeça, apesar de estar drogado Ivan Jamais a machucaria, nem mesmo o efeito da substância em seu corpo foi capaz de faze-lo ignorar o quão crápula se sentiu.

— Lucrecia, eu...eu..

Tentou toca-la mais ela se afastou se encolhendo ainda mais, Ivan se ajoelhou diante dela, naquele momento já havia levado as mãos a cabeça.

— Eu estou dro*gado, olhe para mim.

Os olhos enormes de Lucrecia o encararam em pânico.

— Sei que está com medo e que a culpa é minha por estar assim mais eu juro, juro por tudo que há de mais sagrado que jamais machucaria você.

Ela o encarou mais calma, apesar dos olhos elétricos e gritando adrenalina ela conseguia ver neles a bondade do homem que a acolheu.

— Não fiz por Mal.

Falou com a voz embargada.

— Eu sei, venha cá.

Ivan abriu os braços para ela, que de joelhos como ele se arrastou para perto, Ivan se apoiou contra parede,se sentou no chão a puxando para os braços onde a acolheu, podia sentir o corpo trêmulo de Lucrecia e isso fez com que ele se sentisse ainda pior.

— Não sei o que estou fazendo, estou fodido demais para pensar.

Falou baixinho próximo ao ouvido dela, Lucrécia se arrepiou completamente.

— Porque faz isso, usa essa porcarias?

— Você não compreenderia, ninguém compreende.

Tocou o rosto da jovem com gentileza, seu polegar percorreu o contorno delicado dos lábios dela que fechou inconscientemente os olhos, Ivan se aproximou de seu rosto quase ao ponto de beija-la quando a porta se abriu.

— Com licença Patrão.

Um dos seguranças adentrou o espaço quebrando completamente o transe em que os dois estavam, Lucrécia se levantou rápido ajeitando no corpo a roupa amarrotada, Ivan permaneceu onde estava dobrou um dos joelhos apoiando o cotovelo sobre ele, a mão pairava no queixo, enquanto o segurança falava os olhos de Ivan permaneciam como duas estacas cravadas em Lucrecia.

— E então? Mando entrar?

— Quero que se foda você e o Jake, dê o fora da minha sala, já disse para não entrar assim car*alho.

— Me perdoe patrão.

Falou saindo assustado,tropeçava nos próprios pés.

— Eu, eu vou pegar um pano, para limpar...han...a bagunça.

Lucrecia gaguejava , ele sorriu de um jeito safado.

— Dizer que está tudo bem não adianta né?

— Não.

Ivan podia ver na face corada o quanto estava nervosa.

— Vá, eu vou dar um jeito nessa bagunça e vamos para casa.

Ela saiu correndo da sala, Ivan se jogou sobre a poltrona, levou as mãos ao rosto atordoado.

— Que merda você está fazendo Santorini, ela é só uma menina, seja o desgraçado de sempre e dê um fim nisso enquanto pode.

Falou para si mesmo sabendo que a mulher que colocou em sua casa, debaixo da sua proteção e da qual não sabia completamente nada estava mexendo com ele e que isso provavelmente o levaria a ruína.

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Comments

Anonymous

Anonymous

o que será que tem no passado dele que deixa ele assim

2024-04-28

0

Euridice Neta

Euridice Neta

Quem sabe ela o ajude a superar seus medos e traumas e ele para de usar essas porcarias, que ele também tem seus medos não resta dúvidas

2024-04-08

2

Eliziene

Eliziene

eita

2024-04-20

0

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