Cap-18

Saiu do quarto deixando as meninas entretidas falando de "Claire e Jamie". Sem ser vista por ninguém, Alice correu para praia, já estava escurecendo, era possível avistar no horizonte os últimos raios solares em seus tons alaranjados.

Alice sentou na areia e observou o crepúsculo até que a lua estivesse em seu esplendor crescente, declarando o início da noite. A temperatura beirava os vinte quatro graus, essa época do ano em Salvador e arredores, é amena e gostosa, com chuvas frequentes. Início de junho, e para Alice também estava sendo um início de vida. Ela finalmente tinha que apagar a paixão de seu coração, ou estaria fadada a viver na eterna solidão.

— Te encontrei! Porque saiu sozinha?— a voz de Daniel soou assustada.

— O que faz aqui?— Alice perguntou sem ousar olha-lo.

Daniel se sentou ao lado de Alice, á uma distância segura, não confiava em seus impulsos perto de Alice.

— Te procurando...— Alice deu com os ombros.— Sei que está magoada... também estou com o coração partido, acredite!

— Não deveria, vai ter tudo que sempre quis, filho, família...

— Mas não da maneira que gostaria...— Daniel replicou.

— Sabe o que mais dói? É pensar que por alguns instantes da minha vida, eu tive esperança que poderia ficar com você, quando desde que me apaixonei, já estava conformada que nunca o teria...

— Alice... não sabe como meu coração está sangrando por dentro! Não sabe quantas vezes essa semana eu pensei em deixar tudo de lado, terminar com a Iveline e correr pra você. Mas se põe no meu lugar... acha que seria uma atitude de homem de honra? Largar a noiva assim que descubro que ela está grávida?

— Nunca permitiria isso, Daniel... mas ainda assim dói...— Alice finalmente deixou de encarar o mar, para fitar os olhos de Daniel.

— Acha que não dói em mim? Eu fiquei putö da vida! Iveline não conversou comigo... não importa mais...— Daniel terminou a frase dando com os ombros.

— Vamos esperar... o tempo não cura tudo? Um dia esse sentimento vai ser só uma lembrança nas nossas vidas...— Alice afirmou com um sorriso fraco.

— Não queria que fosse assim... mas que escolha temos?— Daniel murmurou, os olhos brilharam na escuridão, as lágrimas insistia em marejar seus olhos.

— Só uma pergunta... Iveline sabe do beijo?

— Não contei... não sei se deveria...

— Só você pode decidir isso. Embora ela vai me odiar mais do quê já me odeia, acho que deveria contar, não é saudável casar escondendo algo tão profundo...

Daniel assentiu. Ambos voltaram sua atenção ao mar. Aquele sentimento avassalador estava trancado em seus corações, nesse ponto da vida, a maturidade dos dois, já não se permitiam agir por impulso, ou dar vazão aos desejos insanos de seus corpos.

O vento soprava trazendo a brisa do mar em sua fragrância e frescor inebriante, as ondas estavam mais ferozes ao longe, a maré subia rapidamente e alcançava os pés de Alice, o barulho era terapêutico e parecia curar o coração partido por um amor proíbido.

Destino?

Universo?

Cupido?

Ninguém saberia dizer o que faz dois corações se amarem...

Mas ali estava duas almas gêmeas, separados pelos acasos da vida. Mas a pergunta que não quer calar, seria o acaso que os separaram? Ou uma força maior do mal, estaria conspirando contra esse amor?

Só o tempo diria. Só podemos esperar que os dois pudessem enxergar a verdade antes de ser tarde demais.

Voltaram para o hotel á passos lentos, chutando a areia ainda morna do sol do dia.

Entraram no elevador, Daniel ficou atrás de Alice, e sem resistir aproximou o nariz das madeixas de Alice, sem toca-la, mas a centímetros de distância, sentido a fragrância doce que ela exalava.

Alice fechou os olhos e se permitiu apreciar a respiração cálida e ofegante atrás de si.

"Oh, Deus! Como dói!"

Cada um foi para seu quarto, depois de um banho, Alice nem deu atenção para a televisão ligada e o que as meninas conversavam, colocou um "tapa olho" e se cobriu com o lençol.

No outro quarto, sozinho em seus pensamentos, estava Daniel lamentando se apaixonar tão ardentemente, num momento como esse. Deixou que as lágrimas escorressem até molhar seu travesseiro.

O universo estarei brincando com seus sentimentos?

Choram as Rosas

(Bruno e Marrone)

Choram as rosas, Seu perfume agora se transforma em lágrimas

Eu me sinto tão perdido, Choram as rosas

Chora minh'alma, Como um pássaro de asas machucadas

Nos meus sonhos te procuro, Chora minh'alma

Lágrimas, que invadem meu coração

Lágrimas, palavras da alma

Lágrimas, a pura linguagem do amor

Choram as rosas, Porque não quero estar aqui

Sem seu perfume, Porque já sei que te perdi

E entre outras coisas, Eu choro por ti

Falta seu cheiro, que eu sentia quando você me abraçava

Sem teu corpo, sem teu beijo, Tudo é sem graça

Lágrimas, que invadem meu coração

Lágrimas, palavras da alma

Lágrimas, a pura linguagem do amor

Choram as rosas, Porque não quero estar aqui

Sem seu perfume, Porque já sei que te perdi

E entre outras coisas, Choro por ti...

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Comments

Helena Ribeiro

Helena Ribeiro

Isso o amor não vivido dói tanto porque você nunca sabe como seria e ainda ficar aí olhando eles fazerem, viverem tudo na tua frente e tú não pude fazer nada só olhar dói viu... já vivi isso 😞

2024-04-20

3

Edvanir Alves

Edvanir Alves

o sofrencia eu tbm já sofre assim

2024-04-22

0

haydee correa

haydee correa

a verdade aparece já já

2024-04-22

0

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