Cap-8

Léo deu risada da pergunta.

— É só a senhora pensar um pouco. Quem é a mais responsável? A que saiu pra trabalhar em pleno sábado, ou a que está dormindo até agora por que chegou em casa de madrugada, depois de encher a cara a noite toda?— Léo perguntou revirando os olhos.

— Ela continua assim? É todas as noites?— Elise pergunta preocupada.

— Todas as noites não... mas de fim de semana é certo...

Elise suspirou pensativa, ela só esperava que toda esse jeito livre e impulsivo da Aline, fosse só o temperamento agitado, e não algum problema maior.

— Não pode falar muito, não é mesmo, Léo? Também sempre anda em festas e bebedeiras.— Bernardo apareceu na cozinha olhando o filho com a sobrancelha levantada e braços cruzados no peito.

— Sei me controlar. Aliás, faz tempo que não fico bêbado.— Léo afirmou envaidecido.— Não me esperem para o almoço, vou pra academia de judô e almoçar com meus colegas.

Ele saiu da cozinha e subiu as escadas alegre, cantarolando um rock, seu humor sempre aumentava quando sabia que passaria o dia extravasando suas energias no Judô.

💜

Alice passou o dia todo na empresa, ouve alguns imprevistos e acabou ficando até tarde. Já passava das 20h quando foi até o estacionamento e entrou no seu carro.

Deu partida e nada. Outra vez, nada. Ela tentou várias vezes e não conseguiu nem uma mínima chance do carro ligar. Frustada, desceu do carro e já ia chamar um Uber, quando Daniel se aproximou.

— Tudo bem? Pensei que já estaria longe uma hora dessas...

— Meu carro não quer pegar! Como se meu dia já não teve imprevistos o suficiente...— Alice murmurou revirando os olhos.

— Que chato... poderia dar uma olhada e ver o problema, mas estou cansado demais pra isso. Vêm, te dou uma carona.— Daniel sugeriu.

— Posso chamar um Uber. Não se incomode.— Alice respondeu clicando no app do Uber no celular.

— Estou sendo gentil, Alice. Vamos, eu levo você.— Daniel falou mais próximo de Alice.

Ela sentiu todo seu corpo estremecer, não existia nada em Daniel que Alice não fosse apaixonada. Com o coração acelerado ela assentiu, e acompanhou Daniel até seu carro esportivo.

Depois de uns minutos andando no carro, Daniel aproveitou o sinal vermelho para encara Alice, que fitava os prédios da capital, na avenida Paulista.

— Eu iria passar no mercado e comprar umas cervejas geladas, para relaxar a noite, mas pensei melhor, não quer me fazer companhia num barzinho? Merecemos, passamos o sábado inteiro trabalhando!

Alice estremeceu, a simples idéia de ficar a sós com Daniel num bar a encheu de calafrios. Como ela suportaria lidar com tudo isso? Mesmo sabendo que poderia ser um erro, machucar ainda mais seu coração... ela queria ter forças para dizer não, afinal, Daniel sabia que ir em barzinhos nunca foi seu forte, mas não resistiu a tentação.

— Acho que merecemos...— ela respondeu com um meio sorriso.

Daniel sorriu e parou no primeiro bar que avistou.

Os dois entraram e sem cerimônias sentaram no balcão e pediram suas bebidas, Daniel começou com chopp e aperitivos, Alice acompanhou os aperitivos com uma Malzbier. Os dois conversaram por horas, foram muitas cervejas, e Alice até esqueceu que seus pais haviam chegado, e se distraiu com Daniel. O bar estava vazio, um som sertanejo romântico no fundo, e o os dois rindo á toa, lembrando da infância.

— Meu Deus, como o tempo passa... me lembro da sua mãe toda apaixonada pelo tio Beny, ela parecia muito com você. — Daniel afirmou fitando os olhos da garota.

— Em que sentido? Físico ou psicológico?— Alice perguntou com um sorriso.

— Os dois, exceto por esses olhos do tio Beny, você é a cópia da sua mãe, fisicamente e na maneira de ser.— Daniel falou aproximando da Alice.

— Ainda bem que minha mãe é bonita...— Alice balbuciou sentindo de perto a fragrância de Daniel.

— É linda, Alice. Sua beleza é de todos os lados.— Daniel sussurrou, próximo do rosto de Alice.

Ele pegou uma mexa de suas madeixas e tentou colocar atrás da orelha da garota.

Alice ofegou sentindo os dedos de Daniel resvalar seu rosto.

Daniel se viu enfeitiçado pela garota, foi tomado por um sentimento ardente, seduzido pelos lábios cheios da menina, que ofegava sutilmente com a boca entre aberta, não pode conter seus impulsos, e sem pensar nas consequências, se deixou levar pelo clima envolvente que rolava entre os dois. Segurou o rosto de Alice e passou o polegar nos lábios convidativos, sem recuar, Alice se manteve ansiosa por Daniel, então sem aviso prévio, tomou os lábios da garota, e beijou ardentemente. Quando sentiu as mãos de Alice envolver seu pescoço, intensificou o beijo, vivenciando o mesmo sentimento arrebatador se extenuando pelos lábios de Alice, Daniel buscou a língua da garota, e deixou elas moverem a dança sensual.

O beijo fez tudo se apagar ao redor dos dois, nada passava na cabeça de ambos, exceto o quanto aquele estava sendo o melhor beijo de suas vidas, e daquele momento não queriam sair. Somente a falta de fôlego os obrigaram se afastar. Se encaram por alguns segundos, com as testas encostadas, foi o suficiente para voltarem em si, e se derem conta do tamanho da besteira que fizeram...

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