Cap-19

Foi preciso dois dias e meio, para ver todas a possibilidades de aquisição de um espaço para iniciar os negócios da empresa de Léo, e ainda assim, os dois briguentos não haviam consentido na melhor opção, construir do zero, ou reformar um barracão.

Estavam usando a "cozinha" de Léo como escritório durante as reuniões online. Nessa noite em especial, um a um foram se retirando do suíte para descansar e dormir, mas Léo e Isabella, permaneciam tensos em suas cadeiras, olhando atentamente a tela do computador, obcecados em todo os burocráticos trabalho em abrir uma nova empresa, uma filial.

Passando da meia noite, Léo encostou na cadeira e se deu conta da tensão em seus músculos. O pescoço e costas ardiam de dor, ele olhou para o lado e visualizou Isabella dormindo sobre o notebook.

Observou a garota tão petulante ali, debruçada sobre a mesa, parecia um anjo dormindo, os cabelos num coque mal preso, os fios soltos, loiros e lisos sobre o rosto, e a respiração regular e suave, lhe dava um ar de menina inocente e desprotegida.

Léo suspirou sentindo um misto de sensações estranhas, essa garota o fazia sentir tantas coisas!

Ao mesmo tempo que estava com raiva do quanto ela lhe contrariava, o que no fim sempre resultava em ceder as suas vontades (o que não era do seu feitio), também via dentro da casca da garota decidida e obstinada, uma certa insegurança e meiguice, especialmente agora, enquanto dormia.

Sem se mover do lugar, Léo a admirava, pensando em como faria para deixa-la confortável, sem acorda-la.

Se levantou e alongou os músculos dos braços e costas, se aproximou da loirinha, e tentou pega-la no colo. Essa parte foi fácil, o difícil foi manter Isabella dormindo nos seus braços, sem notar que estava sendo carregada. Mas, o esgotamento dos dois dias focada no trabalho, indo dormir tarde e acordando cedo, acabou deixando Isabella em um profundo sono, ela resmungou qualquer coisa, mas estava cansada demais para protestar ou abrir os olhos, Léo a colocou na sua cama, gentilmente retirou as sandálias dos pés dela, e a cobriu com o lençol. Parado sobre a cama, se permitiu admira-la mais uma vez, agora com as mexas dos cabelos esparramados pelo lençol branco.

Léo virou a cabeça e a balançou, a fim de espantar a sensação estranha o acometendo mais uma vez.

Puxou o sofá cama, e jogou um lençol por cima, retirou sua camisa, trocou a calça por uma bermuda confortável e tentou achar uma posição confortável no sofá pequeno demais para seu corpo, apesar de ter aumentado o tamanho do móvel. Fechou os olhos, mas o cheiro doce de Isabella no quarto, o fez lembrar da garota dormindo logo ali, e não pode controlar as fantasias com a garota, virou de bruços e colocando o travesseiro por cima da cabeça, tentou fazer seu cérebro desligar e esquecer que tinha uma loirinha linda e atraente na sua cama. Virando de um lado para o outro, Léo acabou adormecendo.

Já perto do amanhecer, Léo acordou com Isabella se debatendo na cama e balbuciando palavras ilegíveis. Léo sentou-se no sofá e com a vista turva olhou em direção a cama, Isabella estava agarrada ao travesseiro, mesmo a luz estando fraca no quarto, notou a expressão de pânico.

— Não vá! Não me deixe vovô! Cadê meu pai? Angel... cadê a Angel? Eles levaram... os homens maus...— Isabella murmurava em bom som agora, mas com claro desespero.

Léo se levantou atordoado, hesitou por uns segundos, mas ao ver que Isabella não parava de chamar por seu pai, e a tal "Angel" subiu na cama, e envolvendo Isabella com seu braços tentou acalma-la.

— Calma, Isabella... é só um pesadelo... eu estou aqui.— Léo sussurrou sentindo corpo trêmulo da garota.

— Vovô... não me deixe...— ela balbuciou ainda dormindo e se agarrando mais no corpo de Léo.

— Shiii... não vou te deixar... vou sempre estar aqui...— Léo acariciou as costas da menina, até que ela voltou a dormir tranquilamente.

Mas agora tinha um problema, ela ficou agarrada em Léo, e a simples menção que Léo fazia em se afastar, ela o segurava instintivamente nele, com mais força. Foram cinco tentativas, poderia sair bruscamente dali e acorda-la, mas estava profundamente tocado pelo desespero de seu pesadelo, que bem podia ser algum trauma que ela passou. Compadecido pela loirinha, ele se permitiu ficar ali com ela, mesmo sabendo que estava atiçando todos seus hormônios masculinos que naturalmente amanhece em todo vigor. Não conseguia se mover e nem dormir mais, com ela agarrada nele, não dava. Ia ter que esperar a garota acordar sozinha, ou se desvencilhar dele. Ela se moveu, mas só foi para jogar os cabelos em seu rosto, fazendo Léo sentir de perto a fragrância floral de seu shampoo. Assoprou os fios do seu nariz, mas voltaram a roçar seu rosto, levantou a mão e tentou afastar, ajudou, mas não se livrou totalmente.

Paralisado ali, sem se mover para dar conforto e segurança para uma garota que o contrariava em tudo, Léo refletiu, e se perguntou porque estava fazendo isso?

Nunca nem havia passado uma noite inteira com uma mulher, muito menos dormido assim.

Porque com Isabella estava sendo impelido a agir como seu pai era com a sua mãe? Cheio de gentilezas e extinto protetor?

Ele arregalou os olhos, só de imaginar que poderia acabar apaixonado pela garota, pensou em sair da cama correndo, mas só de pensar que assustaria a loirinha, continuou imóvel no lugar, esperando a boa vontade da garota em acordar.

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Comments

Helena Ribeiro

Helena Ribeiro

A é mesmo todos 3 foram soltos e a mãe dela contou pra ela, nossa é difícil

2024-04-20

3

Vanedrigues

Vanedrigues

tomara a corja q foi solta não volte a criar problemas pra eles.

2024-02-18

11

Neuza Lucia

Neuza Lucia

parabéns autora que capitulo fofo

2024-01-28

5

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