Cap-5

Acompanhado de Dani, Léo entrou na cede do Banco Ferraz. Na recepção anunciou seu nome, e logo foi encaminhado para sala de reuniões no topo do prédio. Havia chegado cedo, gostava de ser adiantado em seus compromissos. Dani arrumou as pastas e propostas sobre a mesa em silêncio. Estava estranhando a quietude de Dani, no fundo ele achava que Dani não se sentia á vontade para voltar a amizade de antes, ainda tinha uma tensão entre os dois, que não dava para ignorar.

O primeiro a se juntar com os dois foi o advogado acompanhado de um analista de investimentos, cumprimetaram os dois e abriram seus notebook na mesa oval e grande. Logo o CEO, Jonathan Ferraz, um homem com seus 56 anos, olhos azuis profundos, cabelos castanhos claros e barba bem feita se juntou a todos na sala, com sua assistente Hellen. Jonathan foi direto para Léo.

— Boa tarde, Sr. Leonardo! É um prazer finalmente conhecer o filho do Bernardo. Como seu pai está? — Jonathan falou estendendo a mão.

Léo se levantou rapidamente e aceitou o cumprimento.

— Boa tarde, senhor! O prazer é meu.— respondeu Léo com um sorriso gentil.— Meu pai está viajando, Ilhas Maldivas. Comemorando as bodas de prata.

— Certo ele! Um lindo arquipélago.— respondeu Jonathan se sentando em uma das cadeiras.— Podem esperar só um segundo, a minha filha vai participar dessa reunião, ela já está quase chegando.

Léo assentiu e relaxou na cadeira, dando uma última olhada nas suas propostas. Distraído em suas anotações, Léo nem se deu conta da loira que entrava na sala de reuniões.

— Boa tarde, sr. Leonardo. Sou Isabella Ferraz.

Antes de levantar os olhos, Léo achou algo familiar na voz feminina.

— Boa tarde, srta. Isabella.— seus olhos foram de encontro com os azuis da moça.

"Mais que porrä"! pensou Léo surpreso.

Isabella quase recolheu a mão, quando viu que se tratava do mesmo riquinho arrogante de algumas noites anterior. Mas fingindo não reconhecer o rapaz, manteve sua postura de mulher de negócios.

Os dois se cumprimetaram friamente, mas nada que os presentes pudessem notar.

Ambos se sentaram, e trocavam olhares desconfiados.

— Vamos lá, Sr. Leonardo, o que tem pra gente? — Jonathan iniciou a reunião encarando Léo.

— Quero abrir uma filial da minha empresa no nordeste, propriamente em Camaçari BA. Acredito ser um excelente investimento, além dos meus serviços ficar á um preço mais acessível para meus clientes do nordeste, por conta do frete, também vai atrair atenção de potenciais clientes novos.

Enquanto Léo falava, Dani entregou a proposta e a estimativa de empréstimo.

— Entendi, Sr. Leonardo. Um grande investimento, e arriscado. Antes de aprovar o empréstimo, vamos precisar analisar a proposta com mais afinco. Vou deixar esse investimento nas mãos da minha filha. Isabella vai decidir o que fazer, e analisar a sua proposta.

— Certo, senhor.

Isabella estava atônita, não acreditava que teria que trabalhar com esse riquinho orgulhoso. Sua vontade era de dar um grande NÃO logo de cara, mas não seria nada profissional, e ela precisava analisar esse investimento, talvez fosse uma chance de fazer o maior negócio da sua vida. Engoliu seu desprezo pelo Leonardo e resolveu se empenhar nessa proposta, mas antes teria que ver o quanto esse homem estava disposto a fazer.

Se por um lado Isabella se sentia feliz em fazer um negócio de tal magnitude, Léo perdeu totalmente suas esperanças. Quais as chances da moça aprovar o seu crédito?

Trocaram mais algumas palavras, mas o entusiasmo de Léo não era o mesmo, embora ele tentou com maestria convencer os presentes da grandeza do seu negócio, Isabella fez muitas perguntas negativas, como:"Vai encontrar mão de obra suficiente na cidade? Talvez tenha que manter funcionários de outros estados... vai alugar? Comprar um imóvel? Ou terreno para construir?"

A garota não facilitou, e Léo julgava nem pertencer á ela, saber como construiria sua empresa.

Durante a reunião, Léo se pegou observando a moça algumas vezes, e apesar da sua petulância, ficou impressionado com a beleza da garota. Olhos azuis profundos, cabelos longos e loiros, branca como leite. Vestia uma saia midi rosa, e uma blusa branca sem manga, muito esbelta. Salto alto, maquiagem suave, unhas bem feitas numa cor nude. Poucas jóias, e muito discretas.

Já Isabella, se manteve concentrada em quais seriam seus próximos passos após a reunião, e só quando foi se despedir de Leonardo, sentiu um leve impacto com a beleza do rapaz. Olhos verdes e sedutores, cabelos escuros e volumosos, alto, e pelo terno ajustado, escondia um corpo definido por músculos. Um perfume inebriante, que fez Isabella se afastar, antes que acabasse atraída pelo novo parceiro de negócios.

— Já vou avisando que levo meu trabalho muito á sério. Vou analisar sua proposta com atenção.— Isabella falou para Léo.

— Vou aguardar, senhorita. Tenho altas expectativas nesse negócio.— Léo terminou a frase com uma piscadinha para Isabella.

Sem entender o motivo, ela sentiu suas bochechas queimarem com a atitude do Leonardo.

"Aposto que é um galanteador de mulheres"! pensou Isabella revirando os olhos.

Todos saíram da sala, mas Isabella permaneceu ali, lendo linha por linha da proposta, até ser interrompida por Will e Julius Júnior.

— Já analisei toda bolsa de valores! Mais alguma coisa? Vou me arrumar para ir pra faculdade.— Will falou jogando o relatório em cima da mesa.

— Sim.— Isabella respondeu sem tirar os olhos das folhas da sua mão.

— O quê?— Will perguntou desanimado.

— Não faça nenhuma besteira!

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