Cap-11

Isabella saiu do carro ajeitando seu vestido tubinho na cor areia, vestiu uma jaqueta, essa época do ano, final de maio para junho, sempre é muito fresco em São Paulo, se equilibrou majestosamente no scarpin café, com os cabelos loiros perfeitamente alinhados e soltos, maquiagem suave e bem feita, observou através dos óculos escuros, o amplo terreno que se perdeu nas vistas. Sua assistente Agnes saiu seguida de Michel, seu analista de risco em investimentos particular. Muitos barracões, e um prédio espelhado muito luxuoso, também uma construção que parecia uma creche. Estava num estacionamento descoberto, muito arborizado e organizado. Uma moça, morena de olhos castanhos escuros se aproximou com um sorriso.

— Bom dia, srta. Isabella. Seja bem vinda ao "Almeida's Usinagem de Precisão".

*Iveline Oliveira, 29 anos*

— Bom dia.— os três responderam.

O segurança e motorista de Isabella se posicionou atrás dos três, com seu ar sério e postural.

— Sou Iveline, vou encaminhar vocês até a sala de reunião, a equipe os espera.

Isabella assentiu e acompanhou a mulher.

No térreo do prédio, Isabella retirou os óculos escuros e passou por Bernardo, o reconheceu na hora.

— Srta. Isabella?— Bernardo chamou a olhando atentamente.

— Me conheceu, Sr. Bernardo?— Isabella falou com um sorriso gentil.

— Reconheceria esses olhinhos azuis em qualquer lugar! Meu Deus, como o tempo passa! Ainda me lembro da garotinha brincando debaixo da mesa do pai.— Bernardo exclamou cumprimentando Isabella.

Ela apenas sorriu tímida, nem imaginava que o Bernardo fosse o pai de Leonardo.

— A diretoria da empresa te esperam, boa reunião!

— Não vai participar da reunião?— Isabella perguntou confusa.

— Não, senhorita. Pra isso temos filhos. — deu uma risdinha— Meu trabalho aqui é só nas máquinas. Léo cuida do restante, ele é o CEO.

Bernardo deu um toque no ombro da Isabella e continuou seu caminho.

Isabella subiu o elevador sem acreditar que Leonardo era o que comandava aquela empresa. Em seu interior questionava ter tido tantos pensamentos preconceituosos do rapaz, imaginava Léo um filhinho de papai, como a maioria dos riquinhos. Mas ele já havia ganhado a confiança do seu pai, e pelo que observava estava fazendo um excelente trabalho.

Chegaram na maior sala do topo do prédio, paredes de vidro, mesa comprida e retangular, muitas cadeiras e parte dela ocupadas pela equipe de Léo, que estava assentado na ponta, lendo uns papéis que tinha nas mãos.

— Srta. Isabella.— Iveline apresentou chegando na frente.

Isabella se surpreendeu com a mesa cheia de jovens. Deu sinal para Breno, seu segurança ficar lá fora, e entrou na sala com seus dois funcionários.

— Bom dia! Desculpe o atraso. Esse é Breno, meu analista, e essa minha assistente, Agnes.— Bella aprensentou.

Léo se levantou rapidamente e cumprimentou os três, não tinha como Isabella não se sentir impactada pelo rapaz que esbanjava beleza e sedução. Agora que sabia que ele era o responsável por gerenciar a empresa, acabou o admirando.

— Sentem-se.— Léo apontou para as cadeiras.

Isabella sentou e apoiou as mãos sobre a mesa. Havia marcado essa reunião para combinar a viagem, também queria conhecer essa empresa de perto, ver com o que trabalhavam ao certo.

A reunião iniciou, a primeira pauta foi achar uma data para viagem, sem prejudicar os lados. Depois foi uma pequena discussão entre Bella e Léo, sobre com qual jato executivo iriam.

— A proposta é da minha autoria, faço questão de fornecer a viagem com todo decoro pago pela empresa.— Leonardo falou decidido.

— Mas a viagem foi idéia minha, também faço questão de que apenas me acompanhem no jato da empresa. Só me digam a quantia de pessoas, nomes e documentos.— Isabella retrucou.

Daniel, Alice, Daniele, era os participantes da reunião, e se entre olhavam ao ver as faíscas sair dos olhos de Léo, enquanto Isabella o contrariava. Os dois funcionários de Isabella não estavam diferentes, ao ver a chefe mais insistente do que o normal.

Os dois retrucaram, até Léo acabar cedendo. Precisava da aceitação dela, teve que baixar o seu orgulho e deixar a loira vencer essa partida.

Só de discussões desnecessárias, gastaram mais de uma hora, para os dois, nem pareciam notar que tinham platéia e outras pessoas que gostariam de dar a opinião. A reunião se resumiu a Léo e Bella, que não davam espaço para ninguém mais falar.

Os demais presentes cruzaram os braços e observava os dois discutirem, como cão e gato, fingindo ser tudo sobre a empresa.

Quando Daniel se deu por cheio dos dois, se levantou.

— Não quer dar uma andada na empresa e conhecer o nosso trabalho, srta. Isabella?— Daniel interrompeu os dois.

Só então os dois se deram conta da atitude infantil que estavam tendo.

Envergonhada da situação, Isabella assentiu e se levantou. Não era de fazer isso com parceiros de trabalho, mas algo nela a deixava sempre em alerta quando estava perto de Léo, seja na beleza máscula que emanava do rapaz, ou na maneira obstinada de ser. Sua consciência gritava "Perigo" constantemente. Léo era o tipo que poderia tirar o foco do seu trabalho, e precisava muito fazer esse negócio prosperar, era a chance de fazer seu pai orgulhar de sua capacidade e finalmente bater o martelo para se tornar a CEO da rede bancária. Foi a luta da sua vida, enfrentar o mundo dos homens e mostrar ser uma herdeira digna do trabalho. Seria a primeira mulher a conquistar o feito nessa família, não queria deixar para uma próxima geração.

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