Capítulo 15 - Erros de pai.

Afonso partiu da fazenda assim que amanheceu, levou Tião com ele para entrega da safra de açúcar no Porto. O negro sabia que o patrão tramava algo para manipular a vida da filha. Conhecia bem aquele homem e seu modos operantes para obter tudo que queria. Pedia aos céus para não ser nada de mal para a sinhá que era um anjo encarnado dando aos escravos esperança de dias melhores e uma vida sem sofrimentos. Seus irmãos e irmãos tinham alegria em cuidar de suas pequenas casas e animais. Guardavam algumas moedas graças a venda de seus produtos. As quitandeiras vendiam seus próprios legumes e pequenos animais comprando tecidos para fazer suas próprias roupas e de seus filhos. Não havia mais dor ou pranto na fazenda Boa Esperança que agora era um lar para eles, não sua prisão.

Tião pensava ao descarregar as cargas de açúcar no Porto para serem transportados para além do mar. Os homens trazidos por Afonso executavam o trabalho em ritmo rápido em sincronia, levando ao inglês que havia encomendado a compra a satisfação plena pela eficiência da equipe de trabalho de Afonso. Dando ao fazendeiro a fama de eficiência e pontualidade, fato muito valorizado pelas nações amigas que compravam em grande escala de Afonso.

Após embarcar o ouro branco rumou para o barracão de Lisboa no qual eram vendidos de tudo, inclusive escravos.

Viu homens e mulheres amarrados ao tronco e crianças a chorar. Tião, com o coração apertado, pensou no quanto era abençoado por ter uma sinhá que os protegiam daquela sorte. Aliviado percebeu que o patrão estava enfurecido com o dono do local e que não ia vender nenhum dos seus escravos como prometido à filha, calado ficou a observar o dono com olhos assustados.

Afonso foi até o balcão de madeira e bateu com a mão sobre ele, assustando Lisboa, que o fitou angustiado.

_ Proíbo teu filho de ir às minhas terras sem minha permissão.

Falou Afonso enfurecido.

_ Acalme amigo, o rapaz só fez uma singela visita.

_ Ele força os limites que estipulei se algo acontecer a responsabilidade é sua.

Disse Afonso virando as costas para o comerciante.

_ Ele se enamorou por sua filha, vamos firmar esse compromisso e parar de desavenças.

Falou Lisboa sério.

Afonso se virou para o homem e com voz calma e fria falou:

_ Jamais casarei minha filha com um preguiçoso que vive em vida fausta. Meu genro será um homem trabalhador e sensível às necessidades de minha filha. Teu filho é um homem arrogante e fraco e não o quero para genro.

Lisboa branco como um papel fitou o homem a sua frente.

_ Como ousa falar assim!

Exclamou ele indignado.

_ Digo a verdade. Seu filho é um parasito na corte que caiu nas graças da princesa devassa da Espanha Carlota Joaquina. Às más línguas dizem que ele se deita com a velha nas praias desertas. Como casar minha flor de menina com um homem devasso e preguiçoso.

Disse Afonso saindo porta afora com o coração leve.

Lisboa correu para saber se o homem dizia a verdade e para seu desespero ele estava certo

Cansado foi para casa e lá ficou trancado em seu escritório pensando em uma maneira de mudar a reputação do jovem a firmar aquele acordo. Precisava da jovem para se aproximar do príncipe regente Dom João já que com isso expandir seus negócios para as colônias.

No cair da noite havia chego a uma conclusão e irritado mandou chamar o filho a sua presença.

Joaquim foi chamado pelo pai a seu escritório, bateu a porta de madeira e entrou com os ombros curvados.

Lisboa olhou para o rapaz e a luz da vela refletiu nos olhos do jovem seu ânimo abatido, o pai constatou a fraqueza de caráter que lhe corroía.

_ Sente-se.

Falou o pai apontando para a poltrona à sua frente.

_ Papai…

_ Calado!

Falou o homem de forma imperativa ao filho que se encolheu perante a fúria dele.

_ É hora de mudar seu proceder e modo de viver. Soube de suas aventuras na corte recém-chegada. De como tem se deitado com a princesa da Espanha.

Joaquim ficou pálido perante a fala do pai e calado permaneceu, jamais imaginaria que ele descobriria sua pequena travessura.

Lisboa fitou o rapaz formoso e constatou haver errado grandemente em sua criação. E que era tempo de modificar esse erro, mudando atitude com ele.

_ Escute que a partir de hoje está proibido de ir às festas na corte. Estará de pé antes das raiar do dia. Passará a trabalhar comigo diariamente e sem se queixar. Ou o mandarei para Costa do Marfim no trato com os negros.

Joaquim fitou o pai em silêncio e assim permaneceu. Sua vida iria mudar e isso o apavorava, suas mãos lisas estariam cheias calos em dias.

_ Agora vá e não me cause maiores desgostos.

Joaquim saiu como uma bala do escritório do pai correndo para o quarto passando por Ramon que seguia para lá.

Ramon bateu na porta e ouviu a voz fraca do tio.

_ Entre.

Com passos rápidos viu o homem cansado a observar.

_ O que houve meu tio?

Perguntou ele preocupado ao fitar o homem.

_ Errei muito na criação do meu filho. Não o tratei como você que foi ensinado desde cedo a trabalhar.

O homem narrou a Ramon tudo que havia se passado com Afonso e a descoberta do envolvimento do filho com a princesa devassa.

Ramon levantou deu a volta na mesa e tocou no ombro do tio.

_ Acalme o coração. Ainda a tempo de modificar a sorte de Joaquim.

Lisboa segurou a mão do rapaz e sorriu.

_ Pelo menos contigo não errei, és um homem bom e trabalhador.

Ramon sorriu e fitou os olhos do tio.

_ Devo isso a tua disciplina e cuidado. És um bom pai, somente errou a medida do amor dado a Joaquim. Saberá mudar a sorte do rapaz.

Joaquim, que espiava pela porta, se encheu de ódio por Ramon, que era admirado pelo pai.

Capítulos
1 Capítulo 1 - Forja do destino
2 Capítulo 2- Despedidas
3 Capítulo 3 - Luxúria x amor
4 Capítulo 4 - Se fosse comigo seria diferente!
5 Capítulo 5 - Não desafie o destino.
6 Capítulo 6 - Hipocrisia e maldade
7 Capítulo 7 - Quem com ferro fere será ferido.
8 Capítulo 8 - Reparos
9 Capítulo 9 - Alvorecer de uma vida.
10 Capítulo 10 - Proposta de casamento
11 Capítulo 11 - inveja e maldade.
12 Capítulo 12 - Obstinação de um coração.
13 Capítulo 13 - Imaturidade e inveja
14 Capítulo 14 - Amor de pai.
15 Capítulo 15 - Erros de pai.
16 Capítulo 16 - Mudança de vida.
17 Capítulo 17 - O primeiro dia de Pedro.
18 Capítulo 18- A velha Sebastiana.
19 Capítulo 19 - Um aliado.
20 Capítulo 20 - Amor verdadeiro
21 Capítulo 21 - Amor
22 Capítulo 22 - Estou perdido
23 Capítulo 23 - A dor de um coração
24 Capítulo 24 - A humilhação como combustível
25 Capítulo 25 - O príncipe regente
26 Capítulo 26 - O falso sacerdote
27 Capítulo 27 - Angustia de Marina
28 Capítulo 28- Vida no prostíbulo
29 Capítulo 29- O cerco de Joaquim
30 Capítulo 30 - O despertar de Teresa
31 Capítulo 31- O futuro é questão de escolha.
32 Capítulo 32 - Despertar de Marina
33 Capítulo 33 - Embate entre irmãos
34 Capítulo 34 - De volta para casa
35 Capítulo 35 - A angustia de Jacira
36 Capítulo 36 - Objeção de Coiote
37 Capítulo 37 - Retorno ao lar
38 Capítulo 38 - Inveja
39 Capítulo 39 - O príncipe galante
40 Capítulo 40 - Rastro de magia
41 Capítulo 41 - Inimigos ou amantes?
42 Capítulo 42 - Pesadelo
43 Capítulo 43 - Encontro não marcado
44 Capítulo 44 - O sonho explicado
45 capítulo 45 - Dunas do sol
46 Capítulo 46 - Reminiscências do passado
47 Capítulo 47 - Preceptor
48 Capítulo 48 - Artimanhas do destino
49 Capítulo 49 - Magia nas sombras
50 Capítulo 50 - Despertar para as leis da matéria
51 Capítulo 51 - Magia do tempo
52 Capítulo 52 - Ilusão X verdade
53 Capítulo 53- Conhecendo a verdade do passado
54 Capítulo 54 O velho mundo
55 Capítulo 55 - De volta a normalidade
56 Capítulo 56 - enfrentando o antigo algoz o medo
57 Capítulo 57 - Confronto
58 Capítulo 58 - Domando um demônio
59 Capítulo 59 - Encontro entre vítima e algoz
60 Capítulo 60 - Desconfiança
61 Capítulo 61 - Nas profundezas da mente.
62 Capítulo 62 - A víbora me dizia a verdade
63 Capítulo 63 - Verdades reveladas
64 Capítulo 64 - As rédeas do futuro
65 Capítulo 65 - Um príncipe
66 Capítulo 66 - A vingança do eunuco
67 Capítulo 67 - O peso do perdão
68 Capítulo 68 - A face do mal.
69 Capítulo 69 - A vingança de um rejeitado
70 Capítulo 70 Segredos de um pai
71 71 - Quando terei paz?
72 Capítulo 72 - Perseguição
73 Capítulo 73 A morte do assassino
74 Capítulo 74 - Dimensões
75 Capítulo 75 - Expiações
76 Capítulo 76 A colheita das ações
77 Capítulo 77 - O despertar de uma nova vida
78 Capítulo 78 - O caminho da fé
79 Capítulo 79 - O última encontro
80 80 - Vida
Capítulos

Atualizado até capítulo 80

1
Capítulo 1 - Forja do destino
2
Capítulo 2- Despedidas
3
Capítulo 3 - Luxúria x amor
4
Capítulo 4 - Se fosse comigo seria diferente!
5
Capítulo 5 - Não desafie o destino.
6
Capítulo 6 - Hipocrisia e maldade
7
Capítulo 7 - Quem com ferro fere será ferido.
8
Capítulo 8 - Reparos
9
Capítulo 9 - Alvorecer de uma vida.
10
Capítulo 10 - Proposta de casamento
11
Capítulo 11 - inveja e maldade.
12
Capítulo 12 - Obstinação de um coração.
13
Capítulo 13 - Imaturidade e inveja
14
Capítulo 14 - Amor de pai.
15
Capítulo 15 - Erros de pai.
16
Capítulo 16 - Mudança de vida.
17
Capítulo 17 - O primeiro dia de Pedro.
18
Capítulo 18- A velha Sebastiana.
19
Capítulo 19 - Um aliado.
20
Capítulo 20 - Amor verdadeiro
21
Capítulo 21 - Amor
22
Capítulo 22 - Estou perdido
23
Capítulo 23 - A dor de um coração
24
Capítulo 24 - A humilhação como combustível
25
Capítulo 25 - O príncipe regente
26
Capítulo 26 - O falso sacerdote
27
Capítulo 27 - Angustia de Marina
28
Capítulo 28- Vida no prostíbulo
29
Capítulo 29- O cerco de Joaquim
30
Capítulo 30 - O despertar de Teresa
31
Capítulo 31- O futuro é questão de escolha.
32
Capítulo 32 - Despertar de Marina
33
Capítulo 33 - Embate entre irmãos
34
Capítulo 34 - De volta para casa
35
Capítulo 35 - A angustia de Jacira
36
Capítulo 36 - Objeção de Coiote
37
Capítulo 37 - Retorno ao lar
38
Capítulo 38 - Inveja
39
Capítulo 39 - O príncipe galante
40
Capítulo 40 - Rastro de magia
41
Capítulo 41 - Inimigos ou amantes?
42
Capítulo 42 - Pesadelo
43
Capítulo 43 - Encontro não marcado
44
Capítulo 44 - O sonho explicado
45
capítulo 45 - Dunas do sol
46
Capítulo 46 - Reminiscências do passado
47
Capítulo 47 - Preceptor
48
Capítulo 48 - Artimanhas do destino
49
Capítulo 49 - Magia nas sombras
50
Capítulo 50 - Despertar para as leis da matéria
51
Capítulo 51 - Magia do tempo
52
Capítulo 52 - Ilusão X verdade
53
Capítulo 53- Conhecendo a verdade do passado
54
Capítulo 54 O velho mundo
55
Capítulo 55 - De volta a normalidade
56
Capítulo 56 - enfrentando o antigo algoz o medo
57
Capítulo 57 - Confronto
58
Capítulo 58 - Domando um demônio
59
Capítulo 59 - Encontro entre vítima e algoz
60
Capítulo 60 - Desconfiança
61
Capítulo 61 - Nas profundezas da mente.
62
Capítulo 62 - A víbora me dizia a verdade
63
Capítulo 63 - Verdades reveladas
64
Capítulo 64 - As rédeas do futuro
65
Capítulo 65 - Um príncipe
66
Capítulo 66 - A vingança do eunuco
67
Capítulo 67 - O peso do perdão
68
Capítulo 68 - A face do mal.
69
Capítulo 69 - A vingança de um rejeitado
70
Capítulo 70 Segredos de um pai
71
71 - Quando terei paz?
72
Capítulo 72 - Perseguição
73
Capítulo 73 A morte do assassino
74
Capítulo 74 - Dimensões
75
Capítulo 75 - Expiações
76
Capítulo 76 A colheita das ações
77
Capítulo 77 - O despertar de uma nova vida
78
Capítulo 78 - O caminho da fé
79
Capítulo 79 - O última encontro
80
80 - Vida

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