Joaquim sentiu em seu coração que aquela jovem era sua eleita.
Ao se despedirem do casal, o rapaz na carruagem a caminho de casa, fitou o pai emocionado e falou:
_ Quero desposar Teresa.
_ Gostou da rapariga?
Perguntou o pai alegre com a escolha do filho que sorria alegre ao pensar na jovem.
_ Como não, meu pai. Ela é linda e culta.
_ Amanhã procurarei o pai dela para firmar compromisso.
Sorrindo, o jovem chegou em casa e se deitou na cama a sonhar com a jovem.
Assim que o sol nasceu, o velho Lisboa mandou um mensageiro a casa de Afonso solicitando sua presença para tratar do noivado dos filhos.
O senhor de escravos satisfeito foi a casa do comerciante e ambos acordaram o noivado dos filhos para o casamento em um mês.
Mercedes, enfurecida, foi obrigada a devolver as joias de Teresa e seus vestidos, além de permitir que a jovem se alimentasse de modo a ganhar um pouco de peso, já que o comerciante alegou que ela estava magra demais.
Ao longo daquele mês Teresa se encontrava com o noivo repelindo suas demonstrações de afeto. Fato que deixava frustrado já que estava acostumado a ter intimidade com as mulheres.
O tormento de Joaquim começou quando o seu pai começou a exibir sua noiva perante a corte portuguesa. Via nos olhos dos homens a cobiça e o desejo por ela que se tornou a nova sensação da corte.
Joaquim queimava de desejo e ciúmes por Teresa, que a cada dia se revela uma mulher inteligente e fria a seus olhos. Já que não permitia que ele a tocasse de maneira desrespeitosa. O seduzia e o dispensava ao seu bel-prazer.
A jovem jogava o jogo na corte flertando com os homens poderosos, conseguindo perante o olhar assustado dos outros comerciantes contratos vultosos para o sogro e o pai.
Joaquim sentia raiva pelos olhares que os homens davam a ela e a energia gasta por ela nesta dança de poderes. Quando estavam sós a mulher era fria com ele que fervia de ódio por ser rejeitado em suas demonstrações de afeto.
Joaquim a observava flertar com o jovem príncipe real, que demonstrava grande interesse pela nova cantora oficial da corte.
Lisboa ganhou grande prestígio na corte por apresentar o jovem rouxinol ao soberano.
Joaquim, frustrado, caiu de cabeça nos negócios do pai no porto e lá ele conheceu Jacira, uma jovem cabocla de pele avermelhada, cabelos negros lisos e boca carnuda. A jovem não se fez de rogada perante o interesse do rapaz, tornando-se sua companhia constante no porto. Joaquim, cego pela luxúria, acreditava estar completamente apaixonado pela jovem sedutora, passando os dias entregues aos seus braços.
Os dias foram passando e nas vésperas do casamento Lisboa foi ter com o filho que passava os seus dias a sorver bebidas e a estar com a mestiça. Às más línguas diziam que ele se alternava entre a princesa espanhola e a mestiça imunda, levando uma vida de devassidão e bebedeiras. Os nobres agradeciam de não terem casado suas filhas com um homem preguiçoso e devasso. Por onde passava Lisboa era alvo de olhares desdenhosos e falas maldosas. A cada passo compreendia que a situação do filho se agravava e era questão de tempo chegar aos ouvidos do príncipe regente as aventuras com a princesa espanhola. O coração de Lisboa estava cheio de preocupação e temor com a sorte do rapaz. Além do cerco do príncipe juvenil a Teresa. A jovem era foco de atenção na corte e todos falavam da solidão, que era delegada e de estar sempre só nos eventos, sendo uma tentação para os homens solteiros e casados.
Com passos rápidos chegou até o seu armazém escutando os barulhos da cúpula do filho com a mestiça e furioso abriu a porta encontrando o filho em pleno ato com a mulher.
_ Que loucura é essa!
Exclamou o homem estalando seu chicote aos pés do casal. Os despertando do frenesi diabólico que haviam se entregado. A mulher saltou de cima do rapaz tentando cobrir o seu corpo com os seus trapos. Com os olhos preocupados, fitava o chicote na mão do velho pronto para lhe cortar a carne.
_ Quem é essa imundícia?
Exclamou o homem chicoteando a carne da garota que saiu correndo rumo a porta.
_ Pare meu pai! Essa é a mulher que amo.
Disse o jovem apavorado observando a mulher correr para fora do barracão de madeira.
_ Você não sabe o que é amor!
Exclamou o homem com desgosto.
_ Claro que sei o que é amor. E fogo que queima a carne.
Disse o rapaz vestindo as calças.
_ Seu tolo, isso é luxúria.
Gritou o pai e enfurecido.
_ Não vou me casar com Teresa. Ela é fria e inconstante. Vive a flertar com o príncipe imperial.
_ Você é um obtuso. Ela faz o que lhe peço, seu paspalho. Graças a ela conseguiu vários contratos com coroa
_ Não importa. Não me casarei com ela.
Indignado, o velho comerciante gritou:
_ Tragam a imunda.
Para surpresa de Joaquim, Jacira foi levada até o poste central da construção amarrada a ele.
_ Faça o que digo ou ela pagará.
Ameaçou seu pai estalando o chicote aos pés da jovem que assustada olhou para o rapaz.
No cair da noite, o jovem acompanhou o pai em um sarau no palácio imperial. Lá viu Teresa vestida como uma francesa com o busto delicado a mostra, a jovem vestida com um vestido de cetim pérola parecia um anjo por tamanha beleza. Ela cantava uma canção sobre um jovem obrigado a se casar com uma mulher fria pelo desejo egoísta de seu pai.
Para Joaquim aquela canção era uma provocação. Passou a noite a beber descontroladamente a ponto de sentir as pernas bambas. No alto da noite viu Teresa caminhar para longe da agitação, seguida pelo príncipe. Seguiu os dois e observou o homem a abraçar. Enfurecido puxou o punhal do bolso e tentou golpear o príncipe acertando o peito da garota que caiu ao chão, falecendo em segundos
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Atualizado até capítulo 80
Comments
Souza França
caramba!! nem aproveitou a juventude "".😞
2024-06-03
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