Capítulo 8 - Reparos

Afonso estava sentado à frente de Marina com olhar cansado. Aquele dia tinha sido longo como anos de uma existência inteira. O remorso corroía a sua mente. Sua consciência o cobrava de todas as ações malignas contra Teresa e como havia sido conivente com tudo, sem impedir. Como havia conseguido negligenciar uma criança que devia receber dele amparo, amor e proteção. Com o coração a queimar olhou nos olhos verdes da jovem e com voz fraca falou:

_ Lamento por tudo que lhe fiz passar esses anos.

A honestidade dele não derrubou a determinação de Marina que comparou aquele homem cruel, frio e mesquinho com o seu pai, que era um homem cheio de amor, que apesar da pobreza fez de tudo para lhe dar oportunidade de vida, sem negligenciar suas obrigações paternas, chegando todos os dias do trabalho no amanhecer, após pernoitar a trabalhar na montadora de carros. O homem fazia questão de tomar café com ela, levá-la na escola e a buscar e fazer todas as refeições com a família, além de participar de sua vida de forma ativa, sendo protetor, guia e exemplo de homem forte e pai. As lágrimas brotaram dos olhos da jovem que comparava mentalmente as figuras paternas e observando os olhos escuros dele. Na sua opinião, não havia perdão para sua atitude mesquinha para com a filha, mas a vida não era sua, mas de Teresa e sabia que tinha que organizar a vida da jovem para voltar para sua. Ansiava voltar para sua realidade. Ver seu pai amado no sítio a plantar suas alfaces e colher seus milhos.

Respirando fundo falou:

_ O que passou não pode mudar, apenas agir de maneira diferente daqui para frente. És um homem frio e cruel, não posso negar. Não me amas e nunca vai me amar. Mas para minha infelicidade és meu pai, meu guardião perante a lei e sociedade.

Marina assustada colocou a mão na boca já que não era ela, mas Teresa que por um instante tomou a liderança daquele corpo. Os olhos da jovem se arregalaram já que sentiu o anseio desesperado da jovem Teresa em mostrar ao pai o quanto ele havia lhe ferido em diferentes dimensões.

O homem pálido a frente da garota sorveu o fel das palavras ditas, atingindo o coração dele, derretendo a barreira da indiferença e egoísmo.

Afonso, tomado pela culpa, observou o rosto lindo da filha e falou:

_ Serei para ti o que nunca fui. Agi de maneira cruel e mesquinha contigo por todos esses anos, mas farei de tudo para lhe provar minha estima de hoje em diante.

A determinação tomou conta do coração dele, que não mediria esforços para se redimir com a jovem.

Batidas na porta chamaram atenção de pai e filha.

Afonso levantou da cama e foi até a porta, encontrando Sebastiana agitada.

_ Senhor perdoe e que a senhora acabou de chegar.

Disse a mulher agitada.

_ Venha.

Disse ele indo até Marina segurando a mão da filha e ambos desceram as escadas encontrando Mercedes apavorada, que assim que os viu de mãos dadas ficou em pânico.

_ Onde estava?

Perguntou o homem soltando a mão da filha indo em direção a esposa segurando o seu braço.

_ Estava na igreja a rezar.

Disse ela angustiada.

_ Tião.

Gritou o homem e pela porta entrou um escravo que tirou o chapéu e falou:

_ Senhor.

_ Vá à igreja e traga o monsenhor nem que seja a força.

O homem saiu pela porta como uma bala, voltando cerca de uma hora com o monsenhor que fitou o poderoso fazendeiro pálido.

_ Essa mulher estava em sua igreja? Diga a verdade ou eu mesmo o denunciarei ao santo ofício. Minha filha já me contou a conversa que tiveram a um dia.

O homem pálido olhou para mulher que estava em pânico como a pedir desculpas e falou:

_ Não senhor.

Pela porta foi trazido um homem amarrado que assim que olhou a mulher a mesma veio a desespero.

_ O que é isso?

Perguntou o padre em pânico.

_ Esta mulher é adultera. Traidora mantinha um caso com esse comerciante enquanto torturava minha filha.

Disse o homem com olhos duros jogando as cartas de amor trocadas entre o casal.

_ Meu Deus.

Disse o padre lendo uma das cartas.

_ Que loucura fez Mercedes!

Exclamou o homem fitando a mulher que de joelhos se prostrou ao pé do marido.

_ Perdão, perdão.

Clamava ela sabendo da pena para traição.

_ Tenha misericórdia dela.

Disse o padre sabendo que pela lei o marido traído podia matar a mulher e o amante.

Afonso tirou da bengala de marfim um sabre de prata e com olhar vazio furou o peito do amante da esposa que aos berros ficou.

Afonso foi até a frente da mulher traidora e acertou sua face com um tapa.

_ De hoje em diante o repúdio perante os homens e Deus. Viverá como a meretriz que é.

Não tem direito aos meus bens e o seu pequeno dote me é por indenização.

Disse o homem arrastando pelo braço a jogando no terreiro a vista de todos.

Os escravos observavam a cena horrorizados.

_ Escutem todos de hoje em diante essa víbora está proibida de pisar em minhas terras. E caso ela tente fazer isso pagará com a própria vida. A você, monsenhor, leve consigo se não a matarei como fiz com seu amante.

O padre desceu as escadas a casa grande e pegou o braço da mulher que chorava ao chão.

_ Levante minha filha antes que ele faça valer o seu direito de tirar a sua vida.

Mercedes fitou Tereza com ódio e pensou, pagará com lágrimas de sangue o que me fez víbora.

Afonso entrou na casa e fechou a pesada porta de madeira olhando para filha falou:

_ Novamente lhe peço perdão por ser um péssimo pai ao lhe entregar aquela megera.

Disse ele abraçando a filha com amor.

Marina sentiu a dor de Teresa e sei desejo de ser amada e amparada pelo pai. Apesar de sua raiva por ele, não podia perder a chance de reparar a relação entre pai e filha.

Capítulos
1 Capítulo 1 - Forja do destino
2 Capítulo 2- Despedidas
3 Capítulo 3 - Luxúria x amor
4 Capítulo 4 - Se fosse comigo seria diferente!
5 Capítulo 5 - Não desafie o destino.
6 Capítulo 6 - Hipocrisia e maldade
7 Capítulo 7 - Quem com ferro fere será ferido.
8 Capítulo 8 - Reparos
9 Capítulo 9 - Alvorecer de uma vida.
10 Capítulo 10 - Proposta de casamento
11 Capítulo 11 - inveja e maldade.
12 Capítulo 12 - Obstinação de um coração.
13 Capítulo 13 - Imaturidade e inveja
14 Capítulo 14 - Amor de pai.
15 Capítulo 15 - Erros de pai.
16 Capítulo 16 - Mudança de vida.
17 Capítulo 17 - O primeiro dia de Pedro.
18 Capítulo 18- A velha Sebastiana.
19 Capítulo 19 - Um aliado.
20 Capítulo 20 - Amor verdadeiro
21 Capítulo 21 - Amor
22 Capítulo 22 - Estou perdido
23 Capítulo 23 - A dor de um coração
24 Capítulo 24 - A humilhação como combustível
25 Capítulo 25 - O príncipe regente
26 Capítulo 26 - O falso sacerdote
27 Capítulo 27 - Angustia de Marina
28 Capítulo 28- Vida no prostíbulo
29 Capítulo 29- O cerco de Joaquim
30 Capítulo 30 - O despertar de Teresa
31 Capítulo 31- O futuro é questão de escolha.
32 Capítulo 32 - Despertar de Marina
33 Capítulo 33 - Embate entre irmãos
34 Capítulo 34 - De volta para casa
35 Capítulo 35 - A angustia de Jacira
36 Capítulo 36 - Objeção de Coiote
37 Capítulo 37 - Retorno ao lar
38 Capítulo 38 - Inveja
39 Capítulo 39 - O príncipe galante
40 Capítulo 40 - Rastro de magia
41 Capítulo 41 - Inimigos ou amantes?
42 Capítulo 42 - Pesadelo
43 Capítulo 43 - Encontro não marcado
44 Capítulo 44 - O sonho explicado
45 capítulo 45 - Dunas do sol
46 Capítulo 46 - Reminiscências do passado
47 Capítulo 47 - Preceptor
48 Capítulo 48 - Artimanhas do destino
49 Capítulo 49 - Magia nas sombras
50 Capítulo 50 - Despertar para as leis da matéria
51 Capítulo 51 - Magia do tempo
52 Capítulo 52 - Ilusão X verdade
53 Capítulo 53- Conhecendo a verdade do passado
54 Capítulo 54 O velho mundo
55 Capítulo 55 - De volta a normalidade
56 Capítulo 56 - enfrentando o antigo algoz o medo
57 Capítulo 57 - Confronto
58 Capítulo 58 - Domando um demônio
59 Capítulo 59 - Encontro entre vítima e algoz
60 Capítulo 60 - Desconfiança
61 Capítulo 61 - Nas profundezas da mente.
62 Capítulo 62 - A víbora me dizia a verdade
63 Capítulo 63 - Verdades reveladas
64 Capítulo 64 - As rédeas do futuro
65 Capítulo 65 - Um príncipe
66 Capítulo 66 - A vingança do eunuco
67 Capítulo 67 - O peso do perdão
68 Capítulo 68 - A face do mal.
69 Capítulo 69 - A vingança de um rejeitado
70 Capítulo 70 Segredos de um pai
71 71 - Quando terei paz?
72 Capítulo 72 - Perseguição
73 Capítulo 73 A morte do assassino
74 Capítulo 74 - Dimensões
75 Capítulo 75 - Expiações
76 Capítulo 76 A colheita das ações
77 Capítulo 77 - O despertar de uma nova vida
78 Capítulo 78 - O caminho da fé
79 Capítulo 79 - O última encontro
80 80 - Vida
Capítulos

Atualizado até capítulo 80

1
Capítulo 1 - Forja do destino
2
Capítulo 2- Despedidas
3
Capítulo 3 - Luxúria x amor
4
Capítulo 4 - Se fosse comigo seria diferente!
5
Capítulo 5 - Não desafie o destino.
6
Capítulo 6 - Hipocrisia e maldade
7
Capítulo 7 - Quem com ferro fere será ferido.
8
Capítulo 8 - Reparos
9
Capítulo 9 - Alvorecer de uma vida.
10
Capítulo 10 - Proposta de casamento
11
Capítulo 11 - inveja e maldade.
12
Capítulo 12 - Obstinação de um coração.
13
Capítulo 13 - Imaturidade e inveja
14
Capítulo 14 - Amor de pai.
15
Capítulo 15 - Erros de pai.
16
Capítulo 16 - Mudança de vida.
17
Capítulo 17 - O primeiro dia de Pedro.
18
Capítulo 18- A velha Sebastiana.
19
Capítulo 19 - Um aliado.
20
Capítulo 20 - Amor verdadeiro
21
Capítulo 21 - Amor
22
Capítulo 22 - Estou perdido
23
Capítulo 23 - A dor de um coração
24
Capítulo 24 - A humilhação como combustível
25
Capítulo 25 - O príncipe regente
26
Capítulo 26 - O falso sacerdote
27
Capítulo 27 - Angustia de Marina
28
Capítulo 28- Vida no prostíbulo
29
Capítulo 29- O cerco de Joaquim
30
Capítulo 30 - O despertar de Teresa
31
Capítulo 31- O futuro é questão de escolha.
32
Capítulo 32 - Despertar de Marina
33
Capítulo 33 - Embate entre irmãos
34
Capítulo 34 - De volta para casa
35
Capítulo 35 - A angustia de Jacira
36
Capítulo 36 - Objeção de Coiote
37
Capítulo 37 - Retorno ao lar
38
Capítulo 38 - Inveja
39
Capítulo 39 - O príncipe galante
40
Capítulo 40 - Rastro de magia
41
Capítulo 41 - Inimigos ou amantes?
42
Capítulo 42 - Pesadelo
43
Capítulo 43 - Encontro não marcado
44
Capítulo 44 - O sonho explicado
45
capítulo 45 - Dunas do sol
46
Capítulo 46 - Reminiscências do passado
47
Capítulo 47 - Preceptor
48
Capítulo 48 - Artimanhas do destino
49
Capítulo 49 - Magia nas sombras
50
Capítulo 50 - Despertar para as leis da matéria
51
Capítulo 51 - Magia do tempo
52
Capítulo 52 - Ilusão X verdade
53
Capítulo 53- Conhecendo a verdade do passado
54
Capítulo 54 O velho mundo
55
Capítulo 55 - De volta a normalidade
56
Capítulo 56 - enfrentando o antigo algoz o medo
57
Capítulo 57 - Confronto
58
Capítulo 58 - Domando um demônio
59
Capítulo 59 - Encontro entre vítima e algoz
60
Capítulo 60 - Desconfiança
61
Capítulo 61 - Nas profundezas da mente.
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Capítulo 62 - A víbora me dizia a verdade
63
Capítulo 63 - Verdades reveladas
64
Capítulo 64 - As rédeas do futuro
65
Capítulo 65 - Um príncipe
66
Capítulo 66 - A vingança do eunuco
67
Capítulo 67 - O peso do perdão
68
Capítulo 68 - A face do mal.
69
Capítulo 69 - A vingança de um rejeitado
70
Capítulo 70 Segredos de um pai
71
71 - Quando terei paz?
72
Capítulo 72 - Perseguição
73
Capítulo 73 A morte do assassino
74
Capítulo 74 - Dimensões
75
Capítulo 75 - Expiações
76
Capítulo 76 A colheita das ações
77
Capítulo 77 - O despertar de uma nova vida
78
Capítulo 78 - O caminho da fé
79
Capítulo 79 - O última encontro
80
80 - Vida

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