Capítulo 09

Assim que chegamos na frente de um prédio luxuoso, o segurança abre a porta para mim, ele pega as malas e entramos. Passamos pela recepção. Arthur pega um cartão chave. Presto bastante atenção na recepcionista que faz de tudo para pegar nas mãos dele, mas ele parece não se importar com ela.

Arthur pega o cartão e vem ao meu encontro com um sorriso calmo, enquanto enfiava as mãos no bolso da calça à procura de algo. Ele retira um frasco pequeno de álcool em gel e higieniza as mãos.

— Vamos, Vick, você parece cansada. — disse ele.

Seguimos para o elevador, o segurança vem em nosso encalço, puxando as malas. Arthur passa o cartão na porta e a mesma abre. Entramos e eu pude ver o quanto o espaço era totalmente organizado e sofisticado.

O apartamento não era tão pequeno e nem tão grande, mas o que me chamou a atenção foi o quarto. Havia apenas uma cama de casal e um pequeno sofá ao lado da imensa janela de vidro, que dava para ver a bela cidade embaixo.

O segurança colocou as malas em um canto no quarto e saiu, nos deixando sozinhos.

— Você está com fome? — Indagou.

— Sim. — Confirmo.

— Tome um banho, vou pedir que nos tragam algo para comer. Amanhã não terá preocupação com isso. — Avisa, pegando um telefone e fazendo a ligação.

Fui para o box tomar banho, passei bastante tempo embaixo do chuveiro, aproveitando aquela água quente que percorria meu corpo. A porta do banheiro é aberta e eu tomo um susto ao ver Arthur ali.

— O que está fazendo? — Perguntei, tentando me cobrir com a toalha que havia no banheiro.

— Calma, não entre em pânico, não vou tocar em você, a menos que queira. Só quero me banhar, então como tem só um banheiro, terá que dividir esse comigo. — Fala calmamente.

— Não poderia esperar para que eu terminasse?

— Não. Sou muito apressado.

Não deixei de prestar atenção em Arthur entrando no chuveiro. Seu corpo bem definido me fez ficar admirando-o, em suas costas havia um desenho bem grande de uma caveira, e algumas inicias; MCN

— O que significam essas letras? — Perguntei. Imediatamente ganhei a atenção dele, mas desviei meu olhar quando vi sua intimidade exposta. Arthur dá uma gargalhada gostosa de se ouvir.

— Amo quando você fica toda curiosa, mas não cede às tentações. — Fala com um brilho intenso em seu olhar.

— Sou muito inocente para ver essas coisas. — Falei, olhando para o outro lado.

— Está querendo dizer que sou velho e que sei de tudo? — Respondeu, sorrindo do meu comentário.

— Eu não quis dizer isso. — Respondi.

Imediatamente saí do banheiro enrolada na toalha, não me senti segura em ficar no banheiro ao lado da minha tentação diária, e pelo jeito a minha estadia aqui será torturante. Se vejo esse garoto mostrando seu corpo belo pelo apartamento todo, serei até capaz de ter um infarto fulminante.

A mesa estava organizada, tinha tudo que imaginava para comer: frutas, sucos, bolos, pães e uma variedade de comidas.

Arthur sai do banheiro vestido apenas de bermuda, secando os cabelos com a toalha. Seu olhar se fixa em mim quando percebe que estou bem distante do mundo e perdida em meus pensamentos.

— Que foi? — Perguntou.

— Queria fazer duas perguntas. — Falei, olhando para ele.

— Sinta-se à vontade, se não for perguntar novamente o que significa as siglas em minhas costas, que eu não posso falar o que significa. Siga em frente. — Falou, sentando em uma cadeira, e apontando para outra a seu lado para que me sentasse.

— Quero saber se dividiremos a mesma cama? — Perguntei, corando enquanto me sentava ao seu lado.

— E a segunda? — Arthur pergunta, enquanto me serve com um prato de poutine.

— Porque seu rosto está machucado? Na verdade, eu queria ter perguntado antes, mas não tive coragem.

Arthur me analisa calmamente, parecia um predador preparando-se para atacar a sua presa. Enquanto colocava a segunda colherada de comida na boca, ele me respondeu.

— Não se preocupe, eu dormirei no sofá e você pode ficar com a cama toda para você. E sobre os hematomas no meu rosto, foi uma briga besta em que me meti, mas estou vivo. — Respondeu.

Após eu ter tirado minhas dúvidas, me foquei na comida e comi conversando com Arthur. Ele me contou um pouco de sua história, e eu achei muito importante falarmos sobre nós, já que íamos morar juntos por enquanto.

Falei com ele sobre arrumar um trabalho, para que eu pague a ele todo o dinheiro que ele vai gastar para pagar as mensalidades da faculdade. Mesmo que ele não queira concordar que eu o pague, aceitou que eu trabalhe nos horários estabelecidos por mim.

Após a refeição, descansei um pouco e fui tirar um cochilo, Arthur também deitou-se no sofá e dormiu um pouco.

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