Melanie foi se adaptando à nova rotina, as aulas terminaram e faltava só a apresentação do TCC. Aproveitava as tardes em que ficava sozinha no quarto, para terminar o trabalho com êxito. Fez a apresentação e passou com louvor. Ela não cooperou para o baile de formatura, participaria só da entrega do diploma, que seria em um auditório da própria faculdade, dali a um mês e meio.
Aos poucos foi fazendo amizade com as outras companheiras de quarto e viu que apesar do lugar ser simples e delas não terem muita cultura, eram todas moças de família que se respeitavam mutuamente. Tornou-se o xodózinho da casa e aos poucos foi percebendo que havia uma cooperação para as refeições. Elas se cotizavam para comprar as coisas do café da manhã e algumas até partilhavam uma pizza ou uma refeição que faziam para todas.
Mel, então, por ter mais tempo durante o dia do que as outras, ficou encarregada de ir ao mercado comprar os alimentos e algumas vezes, também fez o jantar para elas e com isso ganhou muitos pontos com Dona Hélia e as meninas. De manhã sempre havia um café posto na garrafa térmica na mesa e um pote com biscoitos. Às vezes ela saía e comprava pãozinho de queijo para ambas tomarem café.
O trabalho passou a ser uma rotina até agradável, chegava cumprimentava o segurança e o porteiro que já a conheciam e depois subia e brincava um pouco com o Márcio antes e depois de terminar a limpeza. Faltando três dias para a formatura, ela começou a sentir um mal-estar, ficou tonta, teve enjoos pela manhã e percebeu que sua menstruação não desceu.
Achou melhor ir ao médico e procurou o plano de saúde que a empresa disponibiliza. Chegando lá, o médico desconfiou da mesma coisa que ela, gravidez. Infelizmente ela não teve como se prevenir, já que não tinha uma vida sexual ativa e foi uma surpresa quando foi levada para o quarto e seduzida. Agora, mesmo não querendo encontra-lo, teria que procurá-lo para comunicar a situação.
Planejou bem o que faria, pediu para chegar mais cedo e tentou pegá-lo no fim do expediente. Deu certo, pois já tinha ouvido falar que ele costumava trabalhar até mais tarde, vai ver foi por isso que dormiu lá e a encontrou naquele fatídico primeiro dia de trabalho. Seguiu com o carrinho de limpeza pelo corredor, bateu na porta dele e entrou, fingindo que não sabia que ele estava ali.
— Pois não? — perguntou ele, admirado de ser ela.
— Boa noite, gostaria de falar com o senhor. — disse ela, ainda parada na porta.
— Pode entrar, aproxime-se. — chamou ele com um sorriso.
Ela foi andando até ficar de frente para ele, olhou bem dentro de seus olhos e falou, sendo bem direta, para não perder a coragem:
— Estou grávida!
Ele deu o sorriso mais lindo do mundo e depois parabenizou-a:
— Parabéns, espero que seja uma notícia boa e o pai, já sabe? Gostou?
— O senhor gostou? — perguntou, franzindo as sobrancelhas.
— Creio que minha opinião não conta, mas se você estiver preocupada com a gravidez e o trabalho, não precisa. O plano de saúde que temos, cobre toda a gestação e parto e não tem tempo de carência. Você não precisa se preocupar quanto ao parto e depois terá seu tempo de licença para poder cuidar dos primeiros meses do bebê.
Melanie ficou estarrecida com aquela resposta. Será que ele não entendeu que o bebê era dele.
— Realmente, é muito bom saber que o meu bebê terá todo o apoio possível, mas gostaria de saber se o senhor vai reconhecê-lo.
— Creio que quem tem que reconhecer seu filho é o pai dele e não eu — ele riu —, você é muito engraçada. Pode continuar seu serviço. Se possivel, limpe também o quarto anexo, não tenho usado ele a algum tempo, então não sei como está.
Depois dessa resposta, ela não teve coragem de falar mais nada. Realmente parecia que ele não se lembrava dela e isso doeu, mas saber que o plano cobriria tudo e ela não teria que se preocupar com a gravidez e o parto, fez toda a diferença. Pegou o seu material de limpeza e seguiu para o anexo, vendo que ele estava bagunçado e do jeito que deixou da última vez que usaram. Terminou de limpar e saiu sem nem sequer olhar para ele.
No dia seguinte era a sua formatura e procurou não demonstrar nada do que estava sentindo e tentou não passar mal, o que estava fora do seu alcance. Sua mãe ao vê-la, ficou preocupada, pois achou que ela estava muito pálida. Ela desconversou dizendo que era o horário novo de trabalho, mas que tudo mudaria dali a 15 dias, quando ela assumisse sua vaga na contabilidade da empresa.
Seus pais ficaram muito felizes com o sucesso dela, era importante para eles, que ela conquistasse algo só dela, sem vínculo com eles. Mostrava o seu crescimento como pessoa e que podia ser independente. Participaram da entrega do diploma, aplaudindo a filha que estava de pé sobre o púlpito e depois comemoraram, almoçando fora. Melanie enjoou, mas conseguiu se controlar e não correu para o banheiro e logo o enjoo passou.
Levou seus pais até a rodoviária e despediu-se deles com um abraço, demoraria a reencontrá-los, pois iniciaria no novo cargo e não sabia quando teria uma folga. Também seria um transtorno ter que contar que estava grávida e o pai não queria saber do bebê. Voltou para sua vaga e encontrou uma comemoração feita pelas meninas. Havia uma faixa de parabéns, um bolo e salgadinhos.
Era sábado e elas não trabalhavam na parte da tarde, também era folga de Melanie e puderam se divertir. Colocaram música e dançaram, cantando e imitando umas as outras. Foram dormir alegres e Mel estava mais feliz do que nunca, fingindo que não estava grávida. Não contou para ninguém, nem para seu colega de trabalho, mas dona Hélia, que não era boba nem nada, percebeu seus enjoos matinais.
Neste domingo, enquanto as colegas de quarto dormiam até mais tarde, ela levantou enjoada e correu para o banheiro. Quando saiu depois de ter se aliviado e feito sua higiene matinal, encontrou Dona Hélia parada, encostada na parede, esperando por ela no corredor.
— Então, menina, o que está acontecendo?
— É exatamente o que a senhora está imaginando. Vamos sentar e vou lhe contar.
Dona Hélia havia se tornado uma boa amiga e Mel precisava confiar e contar para alguém, resolveu que seria ela. Sentaram-se à mesa do café e mel desabafou, contando tudo conforme aconteceu e como o empresário não se lembrava dela e rejeitou completamente a possibilidade de ser o pai do bebê.
— Esses homens importantes são todos assim, na hora de se aproveitar, enchem a borra e depois dão um pé na bunda.
— Pelo menos a empresa tem um bom plano de saúde, completo e terei tudo do bom e do melhor até o bebê nascer. Falta só uma semana para eu ingressar no meu novo cargo e passarei a ganhar mais, também.
— Já é alguma coisa, você está encaminhada. Se meu conselho vale de alguma coisa, fique por aqui e vá se ajeitando até o bebê nascer, só então, procure um lugar melhor para ficar com ele. Até lá, você faz o seu pé de meia e nós a ajudaremos com o enxoval.
— A senhora é muito boa, dona Hélia.
— Não querida, sei como é isso, passei pela mesma situação, hoje meus filhos tão criados e nem ligam pra mim. Faz parte.
— Obrigada, me vale muito a companhia de vocês.
— Você também é uma querida. Deixe o que passou para trás e receba o novo com prazer. Agradeça e dará tudo certo.
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Atualizado até capítulo 52
Comments
Edeilnisol Varela
que situação tadinha
2024-05-15
5
Josenira Ferreira
GENTE ELE ESQUECEU DA NOITE COM ELA /Grimace//Grimace/
2024-04-22
3
Solange Maria
tomara que esse bebê saia a cara dele ai quero ve ele ñao assumir 👶👶👶👶👶👶
2023-12-10
1