Ravier ficou completamente indignado com as coisas que o seu pai disse-lhe e com a insistência de todos eles de que ele tinha outra mulher na sua vida, pois isso não chega nem perto da verdade.
O que mais lhe irrita é pelo fato de que o seu pai sabe do seu problema, mas ele não busca nem mesmo compreender o que se passa na cabeça dele. Finge que o fato de Ravier estar apaixonado na juventude nunca existiu.
Gael entrou na sala cauteloso, pois ele tinha alguns papéis que necessitam da assinatura de Ravier.
— Com licença Sr. Valente, tenho alguns papéis que necessitam da sua assinatura.
— Traga-os aqui.
Gael foi até a mesa e deixou-os ali. Quando ele estava prestes a sair, Ravier disse:
— Eu não sabia que tu era um viadinho.
Gael arregalou os olhos, ele não sabia o que fazer diante de uma frase tão preconceituosa vindo de Ravier, na verdade, ele pensou ter ouvido errado.
— Perdão? Suponho que não entendi o que disse.
— Entendeu muito bem, não pense que pelo que você me fez fazer ontem vai ter alguma regalia aqui na empresa. E, se disser a alguém, prepare-se para morrer.
Pelo modo como Ravier disse aquelas palavras, Gael entendeu que ele não estava a brincar. Se fosse em outra situação ele mostraria a Ravier que ele é o mais viadinho dessa história, no entanto, ele precisa do emprego, engoliu o seu orgulho e apenas disse:
— Fica tranquilo, o que aconteceu ontem é algo que eu não quero nem lembrar, muito menos dizer a alguém.
Ravier ficou ainda mais furioso, o que ele queria dizer com aquilo? Que ele não era bom o suficiente para um simples empregado pobre como Gael?
Ali surgiu uma raiva que ele não conseguia controlar, assim como o seu órgão não conseguia se manter inerte diante da presença de Gael.
O dia se seguiu conturbado, por isso ele decidiu ir embora. Porém, quando ele saiu da sala encontrou mais uma vez Gael, ele dirigiu-se até o Sr. Valente e disse:
— Àquele empresário de Paris ligou e disse que passa pela cidade e quer uma reunião agora mesmo com você.
— Eu já disse que não quero reuniões surpresas.
— Eu sei, mas ele insistiu muito.
Gael é sempre muito educado e isso muitas vezes irrita Ravier, principalmente porque ele considera isso um traço de feminilidade.
— Seja homem e diga-lhe que hoje não, se ele quiser, o encaixe num horário amanhã.
A frase "seja homem" não passou desapercebido por Gael, ele entendeu o verdadeiro motivo de Ravier o tratar mal, era sua sexualidade, o que ele não consegue entender é porque esse homem machista o beijou.
— Entendido Sr. Valente.
Os outros funcionários pararam para observar Gael sendo humilhado e alguns que eram bem esnobes, viram ali uma brecha para menosprezá-lo mais adiante. Muitos estavam irritados com a eficiência de Gael, que nem atrasado chegava. Além do fato de ele poder sair todas as vezes que a sua mãe precisava de uma consulta.
Nada passa desapercebido pelos funcionários fofoqueiros da Majestic.
Depois que Ravier foi embora, alguns ficaram a rir de Gael e não fizeram questão de esconder dele.
Um dos seus colegas de trabalho aproximou-se e disse:
— Espero que da próxima vez lembre-se que o seu patrão é o Sr. Valente e não qualquer pessoa que liga a querer uma reunião.
— E quem é você para me dizer isso?
— Só tento ajudar, mas você é muito presunçoso, não é mesmo?
— Dispenso a sua ajuda.
Como Gael não abaixou a cabeça, ganhou a antipatia de mais colegas, mesmo sem ele saber.
No horário de almoço, ele geralmente senta-se em qualquer mesa do refeitório, conversando sempre com várias pessoas diferentes, algumas simpáticas e outras nem tanto. Porém, agora, quando ele entrou no refeitório, todos ficaram o encarando. Sem contar que ele percebeu algumas pessoas cochichando e olhando para ele.
Isso é tudo culpa de Ravier Valente, foi o que ele colocou em seu coração. E, se esses hipócritas todos soubessem que o chefe deles o beijou voluntariamente, o que diriam?
Ele pegou sua refeição e se sentou em uma mesa no canto, que não tinha ninguém.
Mas, como em um filme adolescente, claro que não o deixariam em paz, Eduardo do setor financeiro veio até ele e disse:
— O Sr. Valente ainda não te mandou passear viadinho?
Gael apertou os olhos, ele tem convivido com esse apelido por muito tempo, desde o Fundamental. Isso o irrita, não pelo fato de que ele negue sua sexualidade e sim pelo fato de ser pejorativo, ele entende que não deve ser envergonhado pelo que sente.
— Ah! Ele mandou sim e mandou te levar junto.
Houve uma risada coletiva, de todos que escutaram a resposta de Gael, no entanto, isso não significa que nenhum deles estaria do lado dele.
Furioso Eduardo continuou:
— Você não tem nem sequer a decência de negar?
— Eu sou muito decente, prova é que eu estou vivendo a minha vida e não importunando quem vive o que eu não tenho coragem de viver.
Gael tinha experiência o suficiente para saber que a maioria desses valentões, sempre tem alguma coisa mal resolvida em sua sexualidade. Mas, também serve para afugentar os idiotas.
Como todos os valentões, que intimidam os outros, quando acaba o argumento, eles partem para a violência e foi isso que Eduardo fez, deu um soco certeiro no rosto de Gael.
Gael não era pequeno, mas aquilo foi muito inesperado e Eduardo era um brutamontes. Ele apagou no momento do impacto.
Houve um Ohhh generalizado por parte dos expectadores. Depois que Gael caiu, uma das senhoras do refeitório chamou um dos seguranças do prédio, ela tinha uma grande simpatia por ele, pois Gael era um dos poucos que era simpático com ela. Os outros funcionários ali, olhavam para elas, como se ela fosse alguém com menor valor.
Quando os seguranças vieram trataram de socorrer Gael e outros levaram Eduardo para a sala de segurança, até decidir o que seria feito com ele. a
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 107
Comments
É isso ai!!!
💀💀😡
2024-10-29
1
Da Silva Lopes Clinger
já fiquei com ódio vai logo pra terapia valente
2024-09-28
0
Ariel.mmk.90
ranço
2024-08-02
1