Kally sentia sua bexiga cheia e a necessidade de esvaziá-la era imensa. Mas antes mesmo de abrir os olhos, percebeu-se envolvida por um calor diferente. Não era aquele que estava acostumada a sentir quando acordava em algumas manhãs, até por que não sentia o ar abafado e quente, estava fresquinho e até mesmo gelado, porém o calor ainda estava lá. E era tão confortável, tão bom e aconchegante, que ela teve a impressão de que só podia ser o paraíso. Na verdade, se o paraíso fosse algo semelhante àquele aconchego, ela ficaria muito contente em ir para lá.
Respirou um pouco mais profundamente, para sentir um cheiro cítrico e ao mesmo tempo amadeirado, na verdade, era o cheiro característico de Dante.
Dante.
O nome pareceu ativar alguma coisa em seu cérebro, fazendo-a abrir os olhos imediatamente. Ela começou a respirar com um pouco de dificuldade ao notar que estava em um quarto diferente do seu. O blackout na cortina impedia que a luz do dia ultrapassasse a janela, mas ela podia ver claramente que estava em outro lugar que não era sua casa. E ao virar-se para tentar sentar, notou um braço envolvendo possessivamente sua cintura.
Dante.
Olhou para o moreno adormecido ao seu lado e sentiu o ar faltar de vez aos pulmões.
— Ai meu Deus! - sussurrou de maneira espantada. – Ai meu Deus! – ela quis sentar, tentando livrar-se do braço dele, porém ficou presa no cobertor e acidentalmente acabou virando para o outro lado, caindo no chão.
— ka? – a voz rouca de Dante soou, ele acabara por acordar diante de tanto movimento. – Tá tudo bem? – ele perguntou sentando-se.
— Sim. – ela murmurou.
— Vem, levanta. – ele engatinhou na cama até a ponta de onde ela caíra e a ajudou a levantar-se. – Tá tudo bem? – perguntou novamente.
— Preciso fazer xixi. – ela disse a primeira coisa que veio em sua mente e ele riu.
— Ok, o banheiro é logo ali. – apontou para uma porta e Kally imediatamente correu para o cômodo.
Ela fechou a porta e imediatamente fez suas necessidades. Antes de sair do banheiro, deu uma olhada no espelho e arrumou os cabelos morenos que estavam um pouco bagunçados. A boca estava amargando um pouco devido a cerveja tomada na noite anterior, viu um antisséptico bucal ali e bochechou um pouco do mesmo, sentindo-se melhor.
Quando saiu do banheiro, notou Dante entrando no quarto. Ele sorriu para ela e em seguida jogou-se na cama.
Kally sentou-se na beirada do colchão da cama king size e engoliu em seco.
— A gente dormiu junto? – ela perguntou um pouco tímida e temerosa.
— Sim, dormimos. Mas apenas isso. Você adormeceu na espreguiçadeira, eu te trouxe para cama e acabei adormecendo também. Isso é tudo.
— Por que você não me acordou? – ela perguntou um pouco nervosa.
— Você estava dormindo tão serena que eu fiquei com pena.
— Droga! Que horas são? – ela inquiriu levantando-se da cama, a procura do seu celular. Parecia que a realidade só lhe batia a porta naquele momento.
— São dez e meia. – ele respondeu olhando a hora no seu iPhone, que estava até então na mesinha de cabeceira.
— Isso não era para ter acontecido. – ela disse, passando as mãos nervosamente pelos cabelos. – Por que você não me acordou?
— Eu bebi e estava cansado, já era tarde, ka! – ele respondeu.
— Eu sei! Mas você percebe que eu tenho casa, mãe e pai? A minha mãe deve estar surtando, achando que fui sequestrada, ou sei lá!
— Desculpa, não pensei nisso.
— Como sempre, você não pensa em nada. – ela disse irritada. – Só pensa no que você quer, por que mostrar a todos que, finalmente, dormimos juntos era sua meta de vida não é?
— Ei! – ele disse irritado também. – Não é assim, ok? Eu não pensei nisso, sua idiota. Eu só pensei que você estava linda demais dormindo e eu queria aproveitar um pouco mais disso, mas como sempre você vem deduzindo as coisas sobre mim e eu só engulo, sempre, seus insultos de que sou um playboy, pegador e sempre insinuando que eu apenas quero transar com você, quando na verdade eu acho que estou virando um retardado por sua causa. – ele desabafou de uma vez, deixando-a espantada e ao mesmo tempo palavras.
O silêncio pairou no ar, desconfortável. Ele respirava rapidamente e ela abrira a boca algumas vezes, porém não conseguira dizer nada. Estava nervosa, jamais passara por uma situação daquelas e ele conseguia mexer totalmente com seus nervos, de modo que parecia que o filtro entre o cérebro e a boca dela simplesmente sumia.
— Desculpa. – o filtro, novamente, não funcionara, fazendo com que ela dissesse a primeira coisa que viera em sua mente. – Olha, eu só estou nervosa, ok? Me desculpa! Isso nunca me aconteceu antes e você é… Bem, você! Ah Dante, eu fico totalmente sem saber o que fazer, parece que a razão se perde quando estou perto de você e eu simplesmente… – ela deu de ombros. – Eu simplesmente não consigo raciocinar com clareza. Me perdoe por ter dito aquilo, sei que não explica, mas eu estou nervosa. Tudo isso, você e eu, está me deixando louca.
Dante ficou de joelhos na cama. Kally podia ser uma marrenta e até quiçá prepotente com seu jeito de ser, mas ela lhe ganhava quando o olhava da maneira que estava fazendo naquele momento. Parecia uma menina perdida, uma garotinha inocente, mas que tinha um ar de mulher fatal. Uma mistura completa que havia apenas nela.
Ele envolveu a cintura dela, puxando-a para mais perto, fazendo com que ela sentasse novamente na cama.
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{Música: https://www.youtube.com/watch?v\=cXCswm96tIc}
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— E o que sua razão manda você fazer? – ele perguntou, acariciando a bochecha dela e encostando suas testas.
— Ficar longe de você! – ela respondeu num sussurro.
— Eu acho que sua razão está um pouco distorcida.
— É por que ela não parece fazer sentido quando você se aproxima, e isso é muito louco, por que eu não consigo ficar longe de você, mesmo que isso pareça ser o certo.
— Então não fique! – ele murmurou.
Dante não deu espaço para que Kally falasse mais nada, apenas lhe beijou. Ela não relutou, apenas deixou-se levar por aqueles lábios e por ele. Kally envolveu seus braços no pescoço de Dante e ele sorriu durante o beijo, antes de aprofundá-lo um pouco mais, fazendo suas línguas brincarem uma com a outra, daquela maneira que apenas ambos conseguiam fazer. Dante foi deitando-se na cama, puxando-a consigo, ficando assim por cima dela, continuando a beijá-la de uma forma que incendiava todo o seu corpo.
Quando estavam juntos, só conseguiam sentir. Nenhuma razão fazia sentido, nenhuma diferença era forte o suficiente, por que para ambos, ficarem juntos, era o certo e o resto era apenas o resto.
Ele foi separando os lábios quando seus pulmões clamaram por ar, porém foi abaixando os lábios em direção ao pescoço dela, beijando centímetro por centímetro da sua pele exposta, fazendo com que Kally arfasse e todo o calor do seu corpo se concentrasse no meio de suas pernas. Ela engoliu em seco quando ele voltou a beijá-la nos lábios.
— Você. – selinho. – É. – selinho. – Totalmente. – selinho. – Maravilhosa.
Para enfatizar o que dissera, Dante apertou a coxa dela que estava exposta pelo vestido. Kally soltou um pequeno gemido e respirou fundo, com dificuldade. Ele não esperou muito antes de tomá-la em outro beijo languido, misturando suas línguas, enquanto sua as mãos pelas pernas dela. kally lhe apertou os ombros com força, quando ele ao chegar a virilha dela, desceu novamente a mão. Dante tinha um toque suave, diferente, que parecia deixar um traço de fogo por onde passava. Ele voltou a fazer o mesmo caminho com a mão, enquanto o beijo continuava ainda mais lascivo, quando sentiu a mão dele em sua calcinha, Kally a segurou com força, fazendo com que separassem os lábios e ela engolissem em seco, enquanto abria os olhos e sentia o peito subir e descer rapidamente.
— Nós podemos só ir mais devagar? – ela pediu.
— Claro. – ele respondeu, respirando com dificuldade.
— Isso tudo é meio novo pra mim. – murmurou tímida.
— Tudo o que? – ele perguntou com curiosidade.
— Isso que acontece comigo e com você. – o encarou. – Eu… Nunca estive com ninguém… Dessa maneira!
Ele primeiramente lhe olhou de maneira esquisita, como se processasse as palavras dela, depois esbugalhou os olhos, de maneira a não crer no que ela lhe dizia, para depois sorrir e suspirar.
— Tudo bem! Me desculpa, eu só fico totalmente… – meneou a cabeça. – Você me deixa maluco, menina.
— Você também me deixa maluca. – ela confessou e passou a língua pelos lábios.
— Que bom. – ele riu e lhe deu um selinho. – Vamos no ritmo que você quiser! No seu tempo!
— Obrigada.
— Você não tem que me agradecer. – ele disse e beijou a testa dela.
O coração de kally batia de maneira acelerada, ele conseguia ser sensual e fofo tudo ao mesmo tempo, e era tentador demais para o seu próprio bem. Ela fechou os olhos com força e o abraçou, sentindo-se segura ali.
— Posso confessar uma coisa? – ele perguntou, deitando-se de maneira mais confortável e puxando-a para seu peito.
— Pode! – ela responde, aconchegando-se melhor.
— Eu nunca dormi, só de dormir com uma garota. – ele riu. – Que feitiço é esse que você lançou em mim?
— Para, eu não sou bruxa! – ela disse manhosa.
— É sim, minha bruxinha.
— Seu idiota.
— Linda.
Ela somente riu, derretendo-se.
— Lindo! – deu-lhe um selinho.
— Ei, você não tem que ligar para sua mãe? – ele perguntou de repente e ela arregalou os olhos.
— Ai meu Deus, é mesmo. – fez menção em se levantar, porém ele não deixou.
— Aqui. – ele estendeu o celular para ela. – Liga do meu!
— Obrigada!
kally ligou para sua mãe, que como ela previra estava surtando. A Morena explicou que acabou indo a uma festa e em seguida omitiu o fato de que dormira com Dante, dizendo então que fora para casa de Tina e que por estar tão cansada, acabou esquecendo-se de ligar.
— Eu vou para casa, mãe. – garantiu. – Daqui a pouco. E sim, eu estou bem!… Beijuuuu! – desligou.
— Uma fera? – ele quis saber.
— Preocupada, eu diria. – ela riu e deu de ombros. – Nunca fiz nada assim, você está me levando para o mau caminho!
— Engraçado que você me leva pelo bom.
Ambos sorriram e voltaram a se beijar.
Passaram o fim da manhã apenas se curtindo, antes do almoço, Dante levou Kally para casa, já que almoço aos domingos em sua casa eram sagrados. Ele relutou em deixar ela ir embora quando estacionou em frente a sua casa, e ela não estava lá querendo muito sair do automóvel.
— Me passa seu número? – ele pediu. – Assim a gente pode se comunicar!
— Tudo bem, anota aí.
Depois de anotado o número e alguns muitos beijos, ela finalmente saiu do carro, com um imenso sorriso nos lábios, um efeito que apenas ele causava em si. E com ele não acontecia muito diferente, já que a recíproca era verdadeira.
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A minha vida inteira eu esperei e agora que te encontrei, não sei o que fazer. Acho que estou me apaixonando por você. Estou me apaixonando por você.
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Atualizado até capítulo 98
Comments
Maria Aparecida Nascimento
Eles estão apaixonados um pelo outro
2025-03-19
0
Maria De Fatima Carvalho
👏👏👏💯💯💘💘💘
2024-09-13
0
maria fernanda
que lindo
2024-09-08
0