Escuta, vamos ao cinema hoje?
— Não acho que seja uma boa ideia. - Kally disse.
— Por que não? - ele perguntou, franzindo o cenho.
— Você não parece ser o tipo de cara que leva uma garota ao cinema. - riu ao dizer.
— E não sou mesmo. - ele completou em seguida, dando de ombros. - Mas eu quero te levar ao cinema, será que eu posso?
— Claro que pode. - sorriu, dando de ombros. - Mas eu não acho que hoje seja um bom dia para isso.
— Por que não? - Dante quis saber.
— Porque eu saiu do trabalho imunda, suada e desarrumada, não me sentiria confortável em sair para lugar algum desta maneira.
— Besteira. - ele disse. - Eu não me importo.
— Bom, mas eu sim. Além do mais preciso estudar para um trabalho.
— Blablabla. - ele revirou os olhos. - Apenas justificativas.
— Não fico a toa feito você, idiota. - ela estreitou os olhos, encarando-o.
— Estava demorando. - ele suspirou, soltando um sorriso.
— Estava demorando mesmo para você começar a agir feito um idiota. - ela retrucou.
— Se você não quer sair comigo, é só dizer que não.
— A questão não é essa, playboy. Que saco!
— Amanhã então? - ele sugeriu.
— Sábado a noite? - ela propôs. - Sábado eu não trabalho, não tenho nada para fazer e eu acho melhor!
— É… Uma opção. - ele disse. - A gente combina.
— Tudo bem. - ela deu de ombros. - Até mais então.
— Até! - ele respondeu. - Bom trabalho.
— Obrigada. - Kally agradeceu e finalmente saiu do carro.
A quarta feira fora corrida na lanchonete e kally agradeceu mentalmente por ter recusado a proposta do cinema feita por Dante, ela provavelmente iria dormir no meio do filme se tivesse aceitado.
Naquela noite, quando saiu do trabalho, não havia nenhum carro preto lhe aguardando para dar-lhe uma carona, não soube o motivo, mas sentiu-se um pouco decepcionada ao arrumar a mochila nas costas e sair em direção ao ponto de ônibus.
Demorou quase duas horas para chegar em casa e sentia-se totalmente exausta, não se deu ao trabalho de estudar, apenas banhou-se, conversou um pouco com os pais, comeu alguma coisa e adormeceu.
Acordou cedo, como em todos os dias e diferentemente do dia anterior, Dante não estava lhe esperando. Seguiu normalmente para a Universidade e sorriu ao ver Tina e Gloria lhe aguardando.
— Chegou a mais linda! - Gloria abraçou-lhe pelos ombros.
— O que você quer de mim? - Kally perguntou rindo.
— Que você saia com a gente amanha. - Tina disse curta e grossa.
— Eu ainda ia bajular um pouco, mas é basicamente isso. - Gloria riu.
— Legal. Mas sem chances. - ka respondeu prontamente. - Vamos a aula?
— Que garota mais difícil! - Gloria resmungou, enquanto entravam na sala.
— Eu avisei. - Tina riu. - E se o Nando levar um amigo gato? Mas bem gato mesmo? - propôs.
— Não. - Kally riu, sentando-se em seu lugar.
— Você é lésbica? - Gloria grunhiu.
— Sim e estou a fim de você gata! - Kally respondeu e piscou um olho.
— Credo! - Gloria riu! - Mas qual é o seu problema?
— Nenhum. - deu de ombros.
— O problema da Ka tem nome e sobrenome.
— Tina! - Juliana estreitou os olhos.
— E qual seria? - Agatha perguntou curiosa.
— Dante Barkin!
— Uaaaau. Ele é realmente um gato, muito cafajeste, mas gato! Não sabia que vocês estão tendo algo.
— É por que não estamos. - Kally disse revirando os olhos. - Demos uns beijos, mas foi apenas isso. E a professora acabou de chegar, então, prestem atenção.
— Chata. - Tina e Gloria resmungaram de uma só vez, fazendo Kally rir.
Ao fim daquele dia, Dante não estava no pátio em frente ao bloco em que estudava lhe esperando, na verdade, os amigos encontravam-se sentados no banco de sempre, mas ele não estava. Ela suspirou, dando de ombros, indo em direção ao ponto de ônibus, depois de se despedir de Tina.
A sexta não tardou a chegar e novamente Kally não vira o moreno durante todo o dia.
Começava a sentir-se incomodada pelo sentimento de falta que a ausência da presença dele estava lhe causando. Era um riquinho mimado e que nada se parecia consigo, além de ser um tremendo idiota, não deveria estar sentindo falta de alguém assim, então por que seguia sentindo aquilo? Engoliu em seco e apenas fixou seu pensamento em coisas que precisava fazer, como o seu emprego e os trabalhos da faculdade. E talvez ele simplesmente houvesse deixado de lado a sua estranha perseguição para com ela, quiçá notara que não a levaria para cama com um papinho qualquer e houvesse desistido, sumindo de sua vida. kally queria enfiar na cabeça que aquilo era melhor. O que aquela aproximação com Dante lhe traria além de prejuízos? Eram totalmente opostos, como óleo e água. Era nítido que nele reinava um espírito de liberdade, que ele gostava de voar e ela gostava de segurança, de pés no chão. Ele era baladeiro e ela preferia passar seus fins de semana em casa. Ele tinha um ótimo nível de vida, berço de ouro e ela ainda precisaria batalhar muito para chegar aonde queria, ter uma vida melhor e oferecer uma velhice digna aos pais. Nunca daria certo, mesmo que os beijos fossem realmente muito bons e mesmo com a estranha sensação que crescia dentro de si, deixando seu estômago embrulhado, coração apertado e um nó incomum na garganta, precisava apenas aceitar.
Ao chegar em casa, notou que já passava das oito e que seus pais já haviam adormecido incomunmente cedo. Tomou um banho e esquentou uma sopa que havia numa panela em cima do fogão, comeu e depois de lavar o que sujara, deitou-se no sofá, ligando a TV, trocando os canais a procura de algo interessante para assistir.
O celular tocou e ela revirou os olhos, sorrindo ao mesmo tempo ao ver o nome de Tina na telinha.
— Fala insistente!
— Fala rabugenta! - a outra devolveu. - Não vai mesmo?
— Não, Tina. Estou cansada. - suspirou. - Mas divirtam-se!
— Tudo bem. Mas amanhã você vai não é?
— Vou pra onde?
— Como pra onde? - Tina parecia impaciente do outro lado da linha. - Festa de inauguração do ap do Barkin.
— Hum… Eu realmente não estou sabendo de nada.
— A Liz falou hoje e me chamou. Vai ser um pouco mais reservada, mas acho que vai ser legal.
— É… - Kally apenas disse.
— Você realmente não sabia? - o espanto na voz de Tina era nítido.
— Não Tina, eu não sabia. - suspirou. - E eu também não vou!
— Achei que como vocês estão super amiguinhos…
— Não estamos.
— Ok, tudo bem, mas vamos mesmo assim!
— Claro que não, o dono da festa não me chamou e eu não quero estar em um lugar aonde não sou desejada.
— Ei, calma. - Tina falou espantada.
— Tina, boa festa, boa ficada com o Nando. Eu vou dormir, ok? Beijos.
Não deu tempo da outra despedir-se, apenas desligou o celular.
Sentiu o coração apertar de uma forma estranha e seus olhos arderam, mas impediu-se de chorar. Não choraria por alguém feito ele. Era por isso que ele resolvera evaporar? Era por isso que ele hesitara quando ela sugeriu que saíssem no sábado? Por que tinha uma festa no seu novo apartamento e ela lhe propôs que fossem ao cinema naquele mesmo dia? Era tão imbecil a esse ponto?
Kally queria matar Dante, não por nada além de ele achar que o mundo girava em torno dele. Sentia-se tola pelo simples fato de ter caído na conversa mole dele por alguns momentos e sentia raiva de si mesma por ter aceitado os beijos dele.
E estava ainda mais irritada pelo fato de que ele era a pessoa responsável por acelerar seu coração, na mesma proporção que conseguia fazê-lo apertar-se.
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Atualizado até capítulo 98
Comments
Maria Aparecida Nascimento
A kally está certa não ir nessa festa no apartamento do Dante essa amiga dele a Liza é uma cobra
2025-03-19
0
maria fernanda
ela é pé no chão.
2024-09-08
0
Raquel Martins
Ainda bem que ela é uma moça que se respeita, ajuizada...
2024-07-29
0