capítulo 8 A bagagem da reputação

Assim que fechou a porta de casa, o celular começou a tocar. kally viu o nome de Tina na telinha e sorriu, se jogando no sofá, para atentar a ligação.

— Fala Ali.

— Oi ka, te liguei pra combinar o trabalho.

— Ah sim! Você falou com a Gloria?

— Sim, eu e ela ficaremos com o desenvolvimento e conclusão e você pode ficar com a introdução, tudo bem?

— Por mim está ótimo.

— Ok. Mas lembre-se que a professora fará perguntas, então é bom ler um resumão do assunto.

— Sem problemas, eu gostei dessa divisão.

— Ótimo. - Tina suspirou. - ka, queria te falar uma coisa.

— Fala…

— Uma das meninas amiga do Dante, a Stefi, é minha vizinha e veio me perguntar se vocês estão ficando.

— Por que ela iria querer saber disso?

— Porque sexta ele saiu e não voltou mais, tentaram ligar pra ele e ele não atendeu… Tipo, eu falei pra ela que vocês dois é bem nada a ver e ela concorda comigo, mas também disse para eu te alertar.

— Me alertar de…?

— Ela disse que te acha uma garota legal e que o Dante é muito cafajeste e tal. E o principal: que tá todo mundo achando que vocês estão dormindo juntos.

— Tina! - Kally gritou.

— Eu sei, eu disse a Stefi que era absurdo e que com certeza não era nada disso e ela falou que acredita em mim, mas… - suspirou. - Estão comentando.

— Que merda! - ka falou indignada. - Obrigada por dizer, eu tenho que desligar, acabei de chegar e necessito de um banho.

— Beleza… Então até amanhã.

— Até. - desligaram.

kally foi falar com o pai, depois foi para o quarto, tomar um banho, para em seguida começar a fazer o trabalho. Estava concentrada lendo, tudo para não pensar no rolo em que se metera apenas por ter aceitado uma maldita carona daquele playboy. Bufou, voltando a ler, quando ouviu uma batida na porta de seu quarto.

— Entra. - disse, sentando-se direito.

— Não vai jantar, filha? - era sua mãe.

— Estou terminando um trabalho, mais tarde eu como alguma coisa.

— Tudo bem, estou indo deitar. Não vá dormir muito tarde e coma algo leve.

— Sim senhora. - riu. - Boa noite, mãe.

— Boa noite, querida.

Assim que a porta fora fechada, ela voltou sua atenção ao seu caderno e computador.

.

.

Quando chegou a universidade no dia seguinte, Kally sentiu o peso das palavras de Tina, muita gente a olhava, alguns cochichavam e riam. Ela apenas levantou a cabeça e saiu caminhando para a sua sala, lá encontrou as amigas e começaram a discutir o trabalho. A apresentação foi um sucesso e de certo haviam ganhado uma nota muito boa.

O tempo naquela manhã pareceu se arrastar para Kally, que apenas sentia o peso dos olhares sob suas costas, queria mandar todo mundo se ferrar, porém engoliu tal vontade. Quando passava de meio dia, o professor de Português.

— Vamos a boate na sexta, ka, por favor. - era Tina insistindo ao pé do ouvido de Kally.

— Não, Tina. Chega de festas. - riu.

— Ah qual é! - Tina também riu. - Posso te apresentar uns gatinhos.

— Chega de gatinhos também. - meneou a cabeça.

— Xole. - ouviu a voz de Dante atrás de si e estremeceu levemente, mesmo que sem querer.

— Xole? - Tina perguntou franzindo o cenho.

— Ele insiste em me chamar assim. - bufou.

— Vou a biblioteca. - Tina piscou e saiu andando na direção contrária.

— Fala. - ela virou-se para ele.

— Carona? - ergueu a chave do carro.

— Definitivamente não. - disse rapidamente e virou-se.

— Ei, espera. - ele tocou o braço dela, segurando-a. Involuntariamente ela voltou a estremecer e a arrepiar-se. - Por que não?

— Porque não, simples. - bufou. - Me solta.

— O que foi?

Ela olhou para a mão tocando-a e olhou em volta, vendo algumas pessoas olhando-os e outros alheios. Ela suspirou e puxou o braço com força.

— Foi que está todo mundo achando que dormimos juntos. - ela murmurou. - E eu te disse que não sou igual a todas as idiotas que você levou pra cama. Não quero que achem ainda mais que eu sou a nova idiota, então, me deixa em paz.

— Ei, quem acha isso? - perguntou franzindo o cenho.

— Olhe em volta, Dante. - suspirou. - Acabou a brincadeirinha, ok? Me deixa em paz.

E antes que ele tivesse algum tipo de reação, ela saiu andando apressadamente em direção ao portão de saída da universidade. Ele respirou fundo, passando as mãos pelo rosto, enquanto via algumas pessoas o olhando.

— O que foi? - perguntou estressado. - Estão olhando o que? Vão cuidar das vidas de vocês.

Saiu apressadamente em direção ao estacionamento. Precisava conversar com ela, mas era tão marrenta que nem ao menos lhe dera a chance. Deu a volta ao quarteirão e logo estava em frente o ponto de ônibus, onde ela não mais estava.

Bateu com força no volante e estressado foi pra casa.

Quando fechou a porta do apartamento com força, fez sua mãe aparecer na sala.

— O que houve filho?

— Nada mãe. - gritou, indo em direção ao seu quarto. - Nada.

Tomou um banho gelado, pois sentia que estava prestes a explodir de raiva. Por que as pessoas tinham que fofocar? Por que não podiam cuidar de suas próprias vidas? O que a dele tinha de tão interessante assim?

— Merda de gente querendo viver a minha vida. - resmungou.

Saiu do banheiro e vestiu apenas uma cueca, se jogando na cama, ainda bastante indignado. Se fosse qualquer outra garota, ele certamente estaria pouco se lixando pro que achavam ou deixavam de achar, mas era ela. E ela era diferente. E ele não queria ninguém pensando mal dela.

Passou a tarde inteira pensando e querendo saber quem diabos havia espalhado o boato, ele tinha vontade de matar a pessoa. O seu celular tocou inúmeras vezes, porém ele ignorou todas elas.

Por volta das seis da tarde, ele colocou uma roupa, perfumou-se e saiu do quarto.

— Aonde vai filho? - Betina perguntou estranhando seu comportamento. - Alex ligou, mas eu falei que você estava dormindo.

— Certo. - apenas disse. - Vou ali. - e saiu.

Já em seu carro, deu partida no carro e saiu andando até a lanchonete onde ela trabalhava. Estacionou ali e ficou a esperá-la saiu. Quando a figura Morena e magra apareceu na calçada, ele endireitou-se no banco e ligou o carro, antes que ela desse mais que três passos, ele abaixou o vidro.

— Kally. - a voz firme a chamou, ela imediatamente olhou.

— Eu te disse para me deixar em paz.

— Eu sei. - disse simplesmente. - Mas entra ai. Vamos conversar.

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Epa opa epa. E agora? HAHAHAHAHAHAHAHAHHA

cenas do próximo capítulo. BEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEIJOS

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