Isso… Isso não deveria ter acontecido. - Kally sussurrou quando a realidade lhe bateu.
Ela havia acabado de beijar Dante. De beijar o insuportável, chato, imbecil e mimado Dante. E ainda por cima ainda estava ali, nos braços dele. Meu Deus! Definitivamente, não deveria ter acontecido.
— Por que não? - ele quis saber.
— Como por que não? - ela quase gritou. - Isso é errado, a gente se odeia.
— Você me odeia. Eu não te odeio. - ele riu. - Pelo menos não inteiramente e definitivamente não nesse momento. Até que pra uma BV você beija muito bem.
Kally o encarou furiosa. Apenas bufou, saindo de seus braços. Ele a encarou, divertindo-se com a situação, adorava provocá-la, era algo que às vezes não conseguia controlar.
— Você é um imbecil. - ela disse entredentes, com os olhos semicerrados. - Eu não sou, nem era BV, ok? E aliás, para alguém que pega tanta mulher você beija mal pra caramba.
— E você correspondeu a altura. Acho que não beijo tão mal assim.
— Não esquecendo que você me agarrou. - bufou - Isso aqui nunca mais vai se repetir, por que graças a Deus eu tenho meu cérebro no lugar. E vou te dizer que eu preferia ter beijado o kevin a você, playboyzinho de merda!
Kally bateu seu ombro com o dele e saiu pisando firme, andando em direção as amigas. A adrenalina em seu corpo estava em altos níveis, essa noite estava rendendo mais do que ela podia imaginar. De repente fora assediada, na velocidade da luz beijara Dante e tão rápido quanto o beijo aconteceu, para variar, haviam brigado. Ele era mesmo um idiota.
Eram três da manhã e aquela festa já dera tudo o que tinha que dar.
— Cadê Tina? - ela perguntou quando aproximou-se da Glória.
— Saiu com Nando.
— Com quem? - franziu o cenho.
— Nando. O lindinho de olhos castanhos! Ele é do quarto período de letras…
— Entendi. - suspirou.
— kevin comentou aqui por alto o que houve. Está tudo bem? - Glória perguntou preocupada.
— Sim, agora está. - ela olhou de um lado a outro. - Eu acho que vou embora, Gloria. Essa festa já rendeu demais!
— Estou de carona, senão eu te levava. - suspirou. - Vamos atrás da Tina?
— Não Glória, ela estava empolgadona pra pegar aquele carinha, relaxa, eu me viro.
— Está tarde, Ka. Você tem certeza?
— Sim, eu tenho. - sorriu. - Até segunda. Tchau.
— Tá bom… Tchau.
Kally despediu-se rapidamente de todos ali. Quando virou-se pôde notar o olhar de raiva que uma garota que ela sabia que era amiga de Dante, lhe lançava. Ela apenas virou o rosto e saiu em direção a saída do lugar, finalmente respirando ar fresco quando já estava lá fora. Podia ver muitos meninos e meninas as quedas de tão bêbados ali fora, sorriu aliviada por não ser uma daquelas pessoas.
Kally começou a procurar algum taxi por ali, iria gastar muito dinheiro, sabia disso, mas no momento ela só queria a segurança de sua casa e o conforto de sua cama.
Sua cabeça só conseguia pensar que ela beijara Dante. Beijara o playboy, se igualara a todas aquelas garotas bobas a quem ele conquistava e estava odiando-se por isso naquele momento. O beijo fora maravilhoso, único, algo do qual jamais experimentara, e teria continuado beijando-o se ele não fosse, bem… ele.
— Xoleana. - aquela voz irritante a qual ela tanto queria esquecer e que era a última que queria ouvir lhe chamou.
— É Kally, seu idiota!
— Eu gosto de Xoleana, é bonitinho.
— Engraçado, por que eu não acho. - riu sem humor.
— Está indo embora?
— Não é da sua conta. - ela virou-se, voltando a procurar algum taxi.
— Vem, eu te dou uma carona.
— Não, muito obrigada. - respondeu sem olhá-lo.
— Não seja tão marrenta, Xole.
— É Kally! - enfatizou o “Kally”.
— Vamos!
— Olha, cara. - ela virou-se novamente para encará-lo. - Sei o que deve estar se passando nessa sua mente nojenta, mas a gente se beijou e ponto, ok? Eu não sou dessas garotas que você pega por uma noite. Então volta lá pra dentro e vai caçar uma guria para levar pra algum lugar e se divertir, por que eu não sou assim, então, desiste.
— Eu sei que você não é assim, menina. Por que você é tão agressiva? - ele suspirou. - Relaxa, eu sei o que você não é. Estou apenas te oferecendo uma carona, sem nada de mais, ok? Você falou que não vai se repetir e eu não forço a barra, então não vai. Está tarde, só quero que você chegue em casa em segurança.
— Não precisa fingir que se importa. - ela resmungou.
— Eu realmente gostaria de não me importar, mas… - suspirou. - Eu me importo. Meu carro está logo ali. - apontou para o automóvel. - Vamos?
Ele estendeu a mão para ela. kally passou longos segundos olhando para a mão estendida, até se render e suspirar.
— Não vou te dar a mão. Vamos. - e começou a andar na frente dele, arrancando uma risada de Dante, quem apenas meneou a cabeça, antes de sair atrás dela.
O carro do moreno era confortável e era melhor estar ali dentro do que em pé na choperia, Kally identificou isso quando fechou os olhos e deixou sua cabeça cair para trás.
— Cansada? - ouviu a voz de Dante lhe perguntar. O carro já estava em movimento.
— Pode-se dizer que sim. - murmurou. - E é, eu não costumo ir a festas, como você está realmente pensando.
— Não estou pensando nada. - ele defendeu-se.
— Até parece.
— Ok, pode até ser que eu esteja pensando isso, mas não de uma maneira ruim, se você quer saber. Apenas, você não parece se encaixar ali, acho que sua cara é mais algo tranquilo. E isso é bom!
— Tá certo. - falou com voz de desdém. - Até parece.
— Você quando tem um ponto, é irredutível não é, Xole?
Ela abriu os olhos e bufou, encarando-o logo em seguida. Ele a olhava de relance, com aquele maldito sorriso no rosto.
— Eu tenho minha opinião. E é Kally!
— Já disse que gosto de Xole.
— Mas eu não! - ela rebateu.
— Eu sei. - riu.
— E então por que continua?
— Por que sim. - deu de ombros. A verdade é que ele também gostava de irritá-la. - Onde você mora?
— Em Niterói. Sabe chegar lá?
— Sei sim, mas… Caramba! Não é muito longe?
Ela deu de ombros.
— Um pouco, acostuma com o tempo.
E então o silêncio voltou a reinar entre eles. Dante dirigia em direção ao local aonde ela morava e ela voltou a fechar os olhos. Longos minutos foram se passando, o trânsito àquela hora da madrugada era calmo, nem parecia realmente que estavam no Rio de Janeiro, logo chegariam a casa dela.
Depois de um tempo, ele suspirou.
— Por que você deu todo àquele show? - ele quis saber.
— Como assim? - Kally abriu os olhos e o encarou sem entender.
— Com o beijo. - ele explicou. - Por que você ficou tão arisca. Digo… Pessoas beijam desconhecidos em festas assim, eu por exemplo. Não é como se você estivesse beijando um cara qualquer. - ele deu de ombros. - Foi tão nojento assim me beijar?
Nunca havia “se rebaixado” para uma mulher, embora já tenha recebido recusas, porém ele nunca se prendeu muito a isso, afinal acontece. Se perguntava o por que de com ela ser diferente. Era imiscíveis, viviam brigando, então em primeiro lugar o beijo nem deveria ter acontecido, mas como aconteceu há um segundo plano, onde ele não deveria ter tanta importância.
Mas tinha. Tinha mais do que ele gostava de admitir.
kally mordeu o lábio inferior, um tanto nervosa. Jamais passara por uma situação como àquela. Gostaria de dizer que sim, havia sido asqueroso, mas só estaria mentindo, e ele parecia tão sincero que… Ela simplesmente não conseguia mentir. Mesmo que ele despertasse seu lado ácido, agora esse lado dela parecia distante demais da realidade em que estava vivendo naquele momento.
— Eu moro na terceira rua. Vira aqui. - apontou. - Numero 37.
— Você vai mesmo me ignorar?
Mais silêncio, enquanto ele estacionava em frente a singela casa. Ela fechou os olhos com força, enquanto engolia em seco.
— Sério mesmo? Você não vai me responder, kally? - perguntou sério. - Foi tão horrível assim?
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Nando 4 período de letras ficou com a tina
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Atualizado até capítulo 98
Comments
Maria Aparecida Nascimento
O Dante gosta de perturba a kally
2025-03-18
0
Fernanda Azevedo
Pois é, poderia estar fazendo faculdade na UFF, mas preferiu fazer na UFRJ, nem ônibus direto tem pra lá, no minimo 2, ainda tem que encarar um trânsito de,duas a três horas, entre Alameda, ponte e Linha Vermelha. Entendi foi nada!
2024-10-18
0
odia Costa
Homem ogrooooo
2023-05-24
1