Acoooooooooooorda! - Dante sentou na cama rapidamente, ao ouvir o grito e sentir as constantes batidas em suas costas.
Quando abriu os olhos pôde ver o irmão mais novo lhe olhando e sorrindo. Ele coçou os olhos e bocejou, para sem seguida passar a mão pelo rosto, como que para despertar.
— Que merda é essa Eduardo? - reclamou com uma voz ainda rouca de sono. - Eu hein, vai assustar a puta que… Deixa pra lá! - respirou alto.
— Levanta cara, temos uma festa para arrumar. - o irmão disse empolgado.
— Vai a merda, Fi. Porra, são onze da matina, hoje é sábado. Depois das duas, você pode me acordar. - resmungou, voltando a deitar, cobrindo-se.
— Vai a merda você. O Flat é seu, a festa é sua, não vou organizar tudo sozinho.
— Tá, depois das duas eu organizo, pode deixar.
— Como se eu não te conhecesse. - o rapaz revirou os olhos. - Você não vai organizar nada, tem que ficar no seu pé, sempre deixa pra depois e se ferra.
— Fi, vai ver se eu estou lá na esquina, vai. - reclamou, enquanto cobria sua cabeça.
O moreno só ouviu um alto suspiro e em seguida seu cobertor ser arrancado com força de cima de si. Ele olhou para o irmão enfezado, querendo arrancar-lhe a cabeça.
— Você ainda tem essa mania de dormir nu? - Eduardo debochou.
— Gostando da visão?
— Não é a coisa mais bonita que eu já vi! - riu. - Anda, levanta.
— Cara, você é um filho da mãe! - bufou, pondo-se de pé.
— Sim, da nossa querida mãe. - Eduardo riu, sentando-se na cama do irmão, enquanto ele pegava uma toalha.
— Nossa que você tá com sua bunda bem bonita hein!
— Deixa de ser gay, Eduardo. - estendeu o dedo do meio para o irmão, antes de entrar no banheiro, deixando o outro rindo.
Eduardo sabia que agora podia contar com o irmão acordado, por isso saiu do quarto dele e foi para a cozinha comer uma fruta, não demorou para Dante aparecer no cômodo, ainda um pouco molhado, trajando apenas um calção e com uma cara de sono incrivelmente grande.
— Bom humor mano? - Leon perguntou ironicamente, entrando na cozinha.
— Vai a merda você e esse viado. - Dante respondeu abrindo a geladeira, fazendo os irmãos rirem.
— Ui, tá com raivinha. - Leon debochou. - Fiquei sabendo que hoje é festa lá no teu ap! Posso aparecer?
— Lydmilla sabe que você anda dormindo com palhaços, Leon?
— Hahahaha sabe e ela ama! - o irmão respondeu. - Tô ou não tô convidado?
— Claro né, idiota! - revirou os olhos, bebendo suco na boca da caixa.
— Se a mãe vir você fazendo isso… - Eduardo disse.
— Cala a boca e vamos logo fazer a lista das coisas para comprar.
Depois de almoçar, por volta das duas horas da tarde, Dante e Eduardo foram ao mercado comprar algumas bebidas e petiscos, depois seguiram para o flat de Dante. O local, ainda que de maneira simples, porém não menos sofisticada, já encontrava-se devidamente mobiliado e decorado. Eduardo se jogou no sofá preto, em forma de ´´L``, colocando os pés em cima da mesinha de vidro que encontrava-se no centro da sala.
— Folgado. - Dante disse, passando para a cozinha, para colocar as cervejas na geladeira. - Oh seu viado, me ajuda aqui com os petiscos. - gritou.
A contra gosto, Eduardo levantou-se e foi ajudar ao irmão.
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Por volta das seis da tarde, os dois entravam em casa entre sorrisos e brincadeiras. Encontraram Briana sentada no sofá folheando uma revista e Leon jogado, assistindo a um jogo.
— Chegamos família! - Eduardo disse, jogando-se em cima do irmão mais velho.
— Folgado esse menino. - Leon reclamou, o empurrando, fazendo Dante e a mãe sorrirem. - Mas hein Dan e essa festa? Quem vai?
— Vai ser uma social mais reservada, apenas a minha galera.
— Entendi. - Leon deu de ombros. - Vou dar uma passada lá mais tarde, Lydmilla queria ir ao cinema.
Cinema.
A palavra pareceu dar um clique no cérebro de Dante, que apenas saiu correndo para o seu quarto, deixando na sala a mãe e os irmãos sem entenderem!
Ele tomou um rápido banho, enquanto se amaldiçoava por não ter combinado ao certo com Kally. Trocou de roupa rapidamente, vestindo uma calça jeans básica, uma camisa preta e calçou um par de tênis. Perfumou-se, passou as mãos nos cabelos, pegou a carteira e a chave do carro.
— Aonde você vai? - Brianna perguntou, encarando-o.
— Preciso ir ali. Du, a chave do flat tá lá no meu quarto, pode ir e receber a galera.
— E você? Aonde vai? - Eduardo perguntou estranhando.
— Depois. - gritou já na porta, fechando-a em seguida.
Ele pouco conhecia Kally, mas sabia o suficiente para deduzir que ela estava no mínimo puta. Não a via desde quarta e diante da empolgação por causa do flat, mesmo que não gostasse de admitir, havia esquecido momentaneamente do compromisso que tinha com ela. Momentaneamente. Por que o agora era outro, Kally era tudo o que havia em sua cabeça.
E Dante estava pouco se conhecendo, aliás, largando uma festinha que tanto planejara apenas por causa dela. Mas o fato era que, pelo menos naquele momento, ela era mais importante que qualquer outra coisa.
O trânsito não estava ajudando muito e ele amaldiçoou infinitas vezes mais. Era pouco mais de oito horas da noite quando estacionou em frente a casa dela e suspirou. E agora? O que faria?
O jeito era descer, e foi o que fez. Trancou o carro e deu apenas dois passos, quando viu uma mulher abrindo a porta da casa.
— Senhora? - ele chamou, fazendo-a virar-se.
— Sim?
— Oi… Eu sou um amigo da Kally, ela está?
— Está sim, querido. - ela sorriu. - Sou a mãe da Ka, Fernanda Ponce, prazer.
— Eu sou o Dante, o prazer é meu. - ele sorriu. - A senhora poderia chamá-la?
— Claro. Vamos, entre. - ela abriu a porta, dando espaço para ele passar.
— Obrigado.
Ambos entraram na singela casa e Dante sentiu-se aconchegado ali. Apesar de ser pequena e simples, cheirava a lar e era acolhedor.
— Pode sentar, eu vou chamá-la. Fique a vontade. - ela sorriu.
— Muito obrigado. - ele agradeceu, sentando-se no sofá, enquanto a mulher seguia em direção ao quarto de Kally.
Dante retirou o celular do bolso apenas para conter o nervosismo, sabia que kally iria vir feito uma ferinha para cima dele. Ele devia avisar-lhe que por mais que ela quisesse aparentar ser uma tigresa, ele via nela tanto perigo quanto via em um gatinho mimoso? Riu do pensamento.
Enquanto isso, Fernanda batia na porta do quarto da filha, que abriu apenas de toalha, havia acabado de sair do banho.
— Oi mãe. - ela sorriu. - Como estão as bebês da Dani? - perguntou, referindo-se a vizinha que acabara de chegar da maternidade com suas filhas, gêmeas e que a mãe tinha ido visitar.
— São lindas, ka. - a mulher disse encantada. - Você precisa ir vê-las depois!
— Eu vou sim! - Kally garantiu. - Aposto que você babou mais que tudo hein?
— Só um pouquinho.
— Até acho. - riu.
— Mas filha… Tem um rapaz muito bonito aí na sala te esperando.
— Rapaz? - Kally franziu o cenho. - Eu não estou esperando ninguém, mãe!
— Ele disse que era seu amigo… É um moreno, alto, muito bonito, bem apessoado, com um carro lindo preto. Disse que chama-se Dante.
Dante.
Kally trancou o rosto imediatamente e cerrou os olhos, pensando em métodos de tortura.
— Já sei de quem se trata, vou lá expulsá-lo. - já ia saindo do quarto quando a mãe a puxou de volta.
— Pretende fazer isso com uma toalha enrolada no corpo? - a mulher riu.
kally grunhiu, antes de ir até o armário, se trocar. Fernanda saiu do quarto para deixá-la a vontade. kally vestiu a primeira roupa que viu, um vestidinho florido azul e só fez um coque mal feito no cabelo antes de sair do quarto.
Ela queria matá-lo. Que direito ele achava que tinha para sumir? Aliás, que direito ele tinha em deixá-la confusa? Em sumir? Em fazê-la querer chorar? E agora aparecer? Quantas vezes já lhe dissera que ele não era o centro do universo?
Ela queria trucidá-lo, e foi pensando em mil maneiras para fazê-lo que caminhou até sala. Ao chegar ao local, encontrou a mãe servindo-lhe um copo de água. Ela imaginou a si própria derramando o líquido na cabeça dele e a imagem quase lhe fez rir.
— Não sei o que veio fazer aqui, mas tchau! - ela disse, cruzando os braços.
— Kally! - a mãe lhe repreendeu.
— Papai estava te chamando, mãe. - disse a informação falsa, sem olhá-la. Só encarava Dante. E ele soube naquele instante que se olhar matasse, ele de certo estaria a sete palmos do chão. Agora ela não parecia bem uma gatinha manhosa.
— Tudo bem! - Fernanda disse, saindo da sala.
— ka… Olha.
— Kally para você. - o cortou imediatamente. - Vai embora, Dante.
— Hoje é sábado, cinema, lembra?
Ela o encarou estreitando os olhos. Só podia ser piada.
— Não, não lembro. - ela disse ácida. - Por que pelo que eu saiba iríamos combinar e… Ah é! Você resolveu virar fumaça e eu não combino nada com quem não vejo.
— Olha, desculpa. Estes dias foram corridos e…
— Eu não quero saber. Só quero que você suma.
— Me deixa falar, por favor. - ele pediu, andando em direção a ela.
— Nem se aproxima.
Kally bem sabia dos efeitos que ele causava nela, não queria dar o braço a torcer por estar afetada.
— Olha, na quinta, eu precisei sair mais cedo da universidade e ontem eu não tive aula, meu professor estava doente, não deu para te encontrar, por isso não conseguimos combinar nada. E eu não tenho seu número. Me desculpa, vai.
— Legal, tudo bem. - ela deu de ombros.
— Sério? - ele perguntou sem acreditar. - Então vamos ao cinema?
— Não. Eu tenho mais o que fazer.
— Tipo o que?
— Tipo nada. Por que fazer nada é mais interessante! - ela revirou os olhos. - Você sabe onde eu trabalho, custava ir lá?
— Eu sei, eu sei, é só que eu estava empolgado com uns lances aí e passou batido.
— Sim, a inauguração do seu ap novo. O que me lembra que hoje é a festa, por que você não está lá?
— Por que estou aqui, pedindo que me perdoe por esse deslize e me dê uma chance de consertar. - ele disse rapidamente e ela o encarou, querendo ou não, mais balançada. - Por favor, vamos ao cinema comigo?
— Me dê um motivo pelo qual eu deveria aceitar! - ela pediu, encarando-o.
— Eu estou aqui e não lá, numa festa que já deve estar rolando. E eu estou aqui por que quero estar aqui, com você. Eu não sabia até agora, mas senti sua falta estes dias. Do seu jeito marrento, seus revirados de olhos, até dos seus xingamentos. - ele já estava em frente a ela e levou uma mão aos lábios da morena, fazendo-a fechar os olhos. - Também senti falta de beijar você.
E nem meio segundo depois, ele estava com os lábios grudado aos dela, iniciando um delicado e doce beijo. Foi fugaz, apenas roce de lábios. Apenas para sentir o gosto e deixá-los querendo mais.
— Acho que você me convenceu. - kally murmurou, ainda a centímetros da boca dele. - Eu só vou trocar de roupa. - ela avisou, separando-se um pouco mais.
— Pra mim você está ótima assim.
— Ah claro, parecendo uma mendiga. - revirou os olhos. - Eu não demoro, me espera?
— Vai lá, temos todo o tempo do mundo. - ele sorriu e ela o acompanhou no gesto, saindo em direção ao seu quarto logo em seguida.
Kally colocou um vestidinho soltinho cor de rosa, colocando uma jaquetinha preta por cima e calçou um par de sapatilhas, soltou os cabelos, deixando as madeixas morenas naturais, passou uma rápida maquiagem, colocou acessórios e perfumou-se. Quando terminou de se olhar no espelho, viu a mãe na porta do quarto.
— Está linda, ele é um rapaz muito lindo. Vocês combinam. - ela disse.
— Certo. - ka riu. - Mas a gente não combina. Somos totalmente opostos.
— Me parecem perfeitos. Ele parece gostar de você!
— Ele só gosta dele, mãe. - ela meneou a cabeça.
— E então por que está saindo com ele?
— Eu simplesmente não sei. - suspirou. - Ele mexe comigo. Eu só…
— Você também gosta dele. - ela adivinhou.
— Não é pra tanto. - kally revirou os olhos, pegando sua bolsinha e colocando celular e carteira dentro.
— Tudo bem, pior cego é aquele que não quer ver. Juízo e divirta-se.
— Obrigada! - agradeceu e ambas saíram do quarto.
Assim que chegou a sala, kally teve total e completa atenção de Dante que lhe olhou dos pés a cabeça e sorriu largamente.
— Você a traz para casa, não é? - Fernanda perguntou.
— Com certeza. Sã e salva. - ele disse sem tirar os olhos da Morena.
— Ótimo. Bom passeio. - Fernanda desejou e depois de ouvir um agradecimento por parte do moreno, saiu em direção a cozinha.
— Vamos? - Kally perguntou.
— Vamos. A propósito, você está linda!
— Obrigada. - ela agradeceu, um pouco tímida e ambos finalmente saíram da casa da Morena.
Leon irmão mais velho de Dante
Lydmilla namorada de Leon.
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Atualizado até capítulo 98
Comments
Maria Aparecida Nascimento
O que vai acontecer nessa festa no apartamento do Dante vai dar merda
2025-03-19
0
Maria Aparecida Nascimento
A kally foi no cinema com o Dante
2025-03-19
0
odia Costa
Que fofos 😍😍
2023-05-24
1