Dante chegou em casa e colocou as chaves do carro em cima da mesinha que havia na sala, onde continham alguns porta-retratos. Os pais estavam na sala, assistindo televisão quando ele deu boa noite.
— Oi filho. - Daniel disse com um sorriso. - Vem cá que eu e sua mãe queremos conversar com você.
— Eu juro que não fiz nada. - ele disse antes de qualquer coisa, fazendo os pais rirem.
— Sabemos disso, Dan. Mas senta aqui. - Betina bateu no estofado da poltrona ao seu lado.
— Então tá. - Dante respondeu um pouco contrariado, sentando-se no lugar indicado por sua mãe. - O que houve?
— Seu aniversário passou e não demos um presente muito legal, lembra? - o pai perguntou.
— Vocês me deram um iPhone novo, eu gostei. - deu de ombros.
— Eu sei, mas foi apenas, como posso dizer… - Daniel pensou. - Uma distração enquanto o presente de verdade não vinha.
— Presente de verdade? Como assim? - perguntou franzindo o cenho.
— Compramos um Flat em frente ao mar em Copacabana para você, não é maravilhoso? - Betina perguntou entusiasmada.
— Se é maravilhoso? - Dante fingiu engasgar. - É perfeito. - disse imediatamente. - É sério?
— Sim, finalmente a construtora parou de enrolar e finalizou o projeto, pensávamos que estaria pronto até o seu aniversário, mas… - Daniel explicava. - Agora está tudo certo e eles entregarão a chave na sexta! Não é legal?
— Você tá brincando? - Dante levantou empolgado. - É mais que legal! É sensacional!
— Sabia que você iria gostar, meu filho. - Betina disse sorrindo.
— Obrigado, pai, mãe. - os abraçou.
— Estamos te dando esse Flat por que confiamos que você pode começar a ser responsável, então, não nos decepcione. - Daniel disse. - E por favor, não estoura o cartão esse mês.
— Pode deixar. - ele bateu continência. - Vou dizer ao Edu! - ele gritou empolgado.
— Ele já sabe, bobinho. - Ana avisou. - Ele e o Alex também.
— Não importa. - saiu correndo em direção ao quarto do irmão.
Entrou no quarto de Eduardo sem bater. O rapaz estava em frente ao seu notebook e assustou-se com a invasão do irmão.
— Que susto, cara. - riu, colocando a mão no peito. - Ouvi os gritos, agora tem Flat hein, tá podendo. Quando vai inaugurar?
— Esse ou o próximo sábado. - riu, sentando-se na cama do irmão. - Nem tô acreditando.
— É o máximo. - Eduardo disse. - Ei, você está pegando a caloura de letras? Aquela morena … kally!
— Não. - disse prontamente. - Quer dizer, não dessa maneira que você e todos devem estar pensando. A gente deu uns beijos, mas foi só isso.
— Só? - Eduardo perguntou arqueando uma sobrancelha. - Não é o que estão comentando. Num grupo no whatsapp da faculdade que eu faço parte, é só disso que falam.
— É mesmo? - Dante perguntou cerrando os olhos. - Cadê seu celular? - os olhos varreram o quarto a procura do aparelho que estava no colo do irmão.
— Aqui, por que? - ergueu o iPhone.
— Me dá aqui. - arrancou o celular das mãos dele. - Desbloqueia, Edu.
— Calma cara. - pediu assustado, desbloqueando o celular e o devolvendo.
Dante mexeu no aparelho, abrindo o aplicativo e procurando pelos grupos.
— Qual? - perguntou, ainda com os olhos fixos na tela do celular.
— Alunos UFRJ. - Eduardo respondeu. - O que você vai fazer?
— Mandar esse pessoal cuidar da vida.
Depois de digitar rapidamente um repreenda no grupo, dizendo que o que fazia ou deixava de fazer não era da conta de ninguém e que se visse alguém olhando torto para Kally, iriam se ver com ele, além de ter pedido para que repassassem a mensagem, devolveu o celular ao irmão.
— Você tá louco. - Eduardo riu.
— Mano, eu só não quero que pensem mal dela. - deu de ombros.
— Você nunca ligou pra isso. - Eduardo estranhou. - O que foi agora?
— Eu sei, é só que ela não é igual essas meninas sabe? Ela é diferente e eu realmente não quero que ela seja alvo de olhares idiotas.
— Até seus amigos acham que você transou com ela.
— Pois é, vou falar com eles, mas não aconteceu nada disso. - deu de ombros. - Enfim, vou pro meu quarto, amanhã levanto cedo.
— Dan. - Eduardo chamou antes que ele saísse. - Você está apaixonado?
— Conta outra, Edu, até parece que não conhece teu irmão. Apaixonado? Jamais. - riu.
— Tudo bem, tudo bem. - ele também riu. - Mas sei lá, se ela é diferente, não deve ser dessas meninas que aceitam o banco de trás de carros ou ir para um motel de primeira.
— Definitivamente não.
— Só uma dica então: chama ela para ir ao cinema, ou caminhar no calçadão, ou ir lanchar, sabe? Essas coisas. Eu costumo fazer isso com a Mari.
— Tchau Edu.
— Juízo Dan. - gritou antes da porta ser fechada.
Dante era pura felicidade com o novo presente e que finalmente havia resolvido a questão dos boatos. Sabia bem que a mensagem se espalharia e que não olhariam mais de maneira nenhuma para kally.
Kally … Pensar nela lhe fez sorrir mais largamente. Tão marrenta, dona de uma boca tão gostosa. Suspirou, acertando o alarme do seu celular para mais cedo que o normal.
.
.
Dante estava em frente a casa singela de Kally antes mesmo que o sol pudesse nascer com todo seu esplendor. Fora buscá-la para uma carona até a universidade, usando como pretexto a mochila que ela esquecera-se na noite anterior.
Não demorou muito para que ela saísse de casa. Sorriu ao vê-la agasalhada, amanhecera frio no Rio de Janeiro naquela manhã de quarta feira. Ela não notou que ele estava ali e foi preciso que buzinasse para que ela levantasse a cabeça. Ele abaixou o vidro.
— Ei. Carona? - perguntou sorrindo.
— O que você está fazendo aqui? - Kally perguntou espantada.
— Você esqueceu sua mochila ontem, pensei que podia vir te devolver e te dar uma carona.
— Não podia simplesmente devolver na universidade?
— Entra logo no carro. - revirou os olhos rindo.
— Argh, ok. - ela entrou, vendo sua mochila no banco do carona. - Você não precisava ter vindo até aqui, mas obrigada!
— Disponha. - ele piscou o olho. - Aliás, bom dia.
— Bom dia. - ela riu. - Não sei se te vejo acordando tão cedo. Você tem cara de que sua mãe tem que te gritar todas as manhãs para que levante.
— Por que acha isso?
— Porque você é um playboy. - ela disse simplesmente, fazendo-o rir.
— Implicante. - revirou os olhos. - Já tomou café?
— Não. Meu estômago não funciona a essa hora da manhã.
— Então que tal irmos a uma padaria comer antes de ir para a aula! Minha avó sempre diz: saco vazio não para em pé.
— Obrigada, mas eu realmente não consigo comer tão cedo.
— Sério?
— Sim! Só desce algo depois de umas nove, é chato, mas me embrulha o estômago.
— Tudo bem então se eu passar e comprar ao menos um café pra mim?
— Claro, fique a vontade. - ela deu de ombros.
Ele fez o percurso até uma bonita, enorme e sofisticada padaria, da qual ela tinha certeza de que nunca frequentaria. Ele estacionou e a olhou quando desligou o carro.
— Tem certeza de que não quer nada?
— Absoluta. - ela garantiu.
— Eu volto num minuto. - desceu.
Pouco tempo depois ele voltou com um copo de café em mãos, tomando-o tranquilamente. Caminhava em direção ao carro de maneira hipnotizante, apesar de ser um idiota, Kally precisava admitir: era muito lindo. Ele tinha um ar natural que exalava masculinidade e quando sorria parecia que completava o pacote, chegava a dar água na boca.
Imbecil e playboy, mas lindo. Totalmente lindo.
— Então vamos? - ele inquiriu quando entrou no carro.
— Vamos!
Pegaram um pequeno trânsito a caminho da Universidade, mas conseguiram chegar a tempo. Quando eles desceram do carro, algumas pessoas ficaram olhando, mas não de maneira maliciosa, na verdade desviavam o olhar rapidamente, e Kally soube que como prometera, ele havia dado um jeito.
— Obrigada. - ela murmurou, ajeitando a mochila nos ombros.
— Nem sei do que você está falando. - ele riu.
De longe, ela viu Tina acenar e acenou de volta sorrindo. Virou-se para Dante e suspirou.
— Bem, valeu pela carona e tudo o mais. Até depois.
Ela virou-se para sair, mas algo dentro dele simplesmente não queria deixá-la ir tão cedo, queria mais da companhia dela, mesmo que fosse apenas isso: companhia.
— Espera. - ele segurou sua mão.
— O que?
— Hum… Você quer carona pro trabalho? - perguntou a primeira coisa que veio a cabeça.
— Não sei… - ela murmurou.
— Ninguém está achando mais nada sobre a gente e vamos para o mesmo lugar. Por que não?
Ela o encarou e revirou os olhos, rindo.
— Pode ser.
— Então até mais tarde. - ele soltou a mão dela.
— Até. - ela finalmente saiu.
Kally andou até Tina, que conversava com uma garota, mas quando a viu se aproximando, despediu-se da menina e olhou para Kally com meio sorriso.
— O que foi isso?
— Eu sei, é estranho. Esqueci a mochila ontem no carro dele, então ele foi me buscar hoje em casa, com o intuito de devolver.
— Legal da parte dele. Mas por que você deixou a mochila no carro dele? - perguntou enquanto caminhavam.
— Ah, então…
kally contou toda a história para Tina que ficou um tanto abobada com a atitude do moreno. A professora logo chegou interrompendo o papo de ambas, para dar início a aula.
.
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Dante encontrava-se perto do estacionamento, cercado por seus amigos, enquanto conversavam bobagens e combinavam o que fariam no fim de semana. Porém o moreno olhava a todo instante para o corredor, esperando kally sair dali, já passava da hora, aliás.
— Então… - Stefi, sua amiga, começou. - Dan você tá pegando a sem sal da caloura lá?
— Não. - ele revirou os olhos. - E nem quero mais dar ibope para essa história. - disse ríspido.
— Tudo bem, só pareceu. - a morena deu de ombros.
— Eu disse. - Liza falou, rindo.
— Vamos falar da festa de sábado. Vai rolar no seu flat mesmo? - Alex perguntou desviando o assunto.
— Se ele for liberado na sexta, sim! - ele riu.
Kally surgiu, andando com Tina como sempre ao seu lado. Dante prontamente se levantou.
— Tô indo nessa. - acenou para os amigos, correndo até ela, que ria de alguma coisa que Tina falara. - Oi. - ele as cumprimentou.
— Oi Dante, tchau Dante. - Tina brincou. - Tchau Ka e atende esse celulaaaaaaar!
— Pode deixar. - riu, acenando para a amiga. - Vai me dar mesmo carona? - perguntou, olhando para o moreno a sua frente. - Eu já tô meio atrasada!
— Claro, vamos lá.
Foram conversando besteiras sobre a universidade o caminho inteiro, que Dante fez um pouco mais rápido, para que ela chegasse ao trabalho na hora.
Assim que estacionou em frente a lanchonete, ela destravou o cinto, pegando sua mochila.
— Obrigada pela carona. - agradece, já com a mão puxando a trava para abrir a porta.
— Por nada. - ele deu de ombros e ela sorriu.
De repente as palavras de Eduardo invadiram sua mente e ele soltou antes que pudesse controlar, quando ela estava prestes a sair.
— Escuta, vamos ao cinema hoje?
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Atualizado até capítulo 98
Comments
Maria Aparecida Nascimento
Essa Liza é uma cobra é ela que está por atrás dos boatos
2025-03-19
0
Maria De Fatima Carvalho
que fofo é o Dante
2024-09-12
0
maria fernanda
romance de adolescente nunca li mas tô gostando desse.
2024-09-08
1