Eu sei. - disse simplesmente. - Mas entra ai. Vamos conversar.
— Eu não tenho nada para falar com você. - kally disse imediatamente, voltando a andar.
— kally, por favor. - pediu, saindo do carro.
Nunca em toda a sua vida precisara pedir “por favor” a uma mulher. Aquela maluca marrenta estava mexendo com todos os seus sentidos e crenças.
— Por favor você. Me deixa quieta. - ela parou e virou-se para ele. - Você já bagunçou demais a minha vida!
— Eu só quero conversar. - ele disse logo em seguida, levantando as mãos em um sinal de rendição.
— Você não quer apenas conversar, você sempre arruma um jeito de acabar me beijando.
— Prometo que não dessa vez, eu quero esclarecer tudo!
kally suspirou, fechando os olhos. Dante era teimoso feito ela própria, então ela tinha uma leve noção de que ele não iria desistir. Talvez fosse melhor entrar de uma vez naquele carro e deixar claro como água que queria apenas que ele esquecesse a sua existência.
Ela bufou e andou até o carro dele, que sorriu aliviado, andando até o automóvel também e entrando em seu lugar. Logo deu partida no carro e saiu andando. kally mantinha os braços cruzados embaixo dos seios, começando naquele momento a tremer levemente, pensando se realmente havia sido uma boa ideia entrar ali, tinha esquecido o quanto ficava vulnerável quando estava apenas ele e ela, só se deu conta disso quando o sentiu tão perto de si e em resposta o coração começava a acelerar.
Viu que ele estacionou, desligando o carro e notou que estavam na orla, em um local mais afastado. O sol já havia se posto e ele virou-se para encará-la.
— Fala. - ela disse rapidamente. - Você tem cinco minutos.
— Ok. - ele suspirou. - Eu não sabia que estavam pensando aquilo, eu nem sei por que estão, afinal.
— Viram que nós saímos juntos da boate. - ela revirou os olhos. - As pessoas entenderam mal e como o playboy aí nunca fica apenas de beijo com garota nenhuma… - deu de ombros.
— Quem te falou isso? - ele perguntou franzindo o cenho. - Como você sabe?
Ela riu.
— Todo mundo sabe, Dante. - ela passou a mão pelos cabelos. - Olha, eu realmente só não quero que pensem esse tipo de coisa de mim, sério. Eu não sou assim!
— Eu sei, caramba. - ele disse um pouco irritado. - Quando eu te forcei a algo, kally? Em nenhum momento! Te respeitei a todo instante.
— Mas tá todo mundo achando que dormindo juntos.
— Você e eu sabemos que isso não é verdade!
— Sim, sabemos, mas os outros continuam pensando que eu fui outra na sua imensa lista!
— Por que te incomoda tanto o que os outros pensam?
— Não gosto de ser o centro das atenções e hoje foi só isso que aconteceu, todo mundo me olhando e cochichando, me incomoda demais.
— Não se importe, uma hora vão parar! - ele deu de ombros.
— Pra você é simples. - ela grunhiu. - Mas eu não gosto e não quero, então se afaste de mim, é melhor!
— Cara, quanto mais você der importância, mais vão te perturbar.
— Dante, que droga! - ela fechou os olhos. - Eu não quero que pensem que eu sou uma vadia! Isso sim me incomoda muito!
Quando kally abriu os olhos e o encarou, Dante viu que aquelas duas bolinhas castanhas estavam brilhando, mas era de prováveis lágrimas que cairiam a qualquer momento.
Isso o aborreceu. Vê-la tão afetada por causa de uma falsa história que nunca lhe incomodou. Aliás, ter sempre sua imagem associada a um “pegador” nunca foi irritante, ele até gostava, porém olhá-la naquele momento fez tudo dentro de si vibrar. De raiva.
— Quem disse isso de você? - ele perguntou numa voz baixa, falsamente calma.
— Todo mundo pensa isso, apenas por que acham que a gente dormiu junto.
— Alguém te disse? - ele inquiriu. - Alguém ao menos insinuou?
Ele iria matar.
— Não a mim, mas eu fiquei sabendo. - ela fungou, não querendo chorar. - E qual é, todo mundo te conhece!
— Mas isso não dá o direito de ninguém falar merda de você! - ele explodiu. Ela desviou o olhar e suspirou.
— Eu sei, mas aí a gente se ignora de agora em diante e para sempre, então vão parar de pensar coisas.
— Eu não quero te ignorar por causa de meio mundo de merdinha. - ele grunhiu. - Eu vou dar um jeito nisso?
— Que jeito, playboy idiota? Você não é o rei do universo!
— Eu sei que não, sua marrenta. Mas eu vou resolver, você vai ver!
— Não quero que você resolva nada, quero apenas que esqueça da minha existência!
— Mas eu quero resolver e eu não quero esquecer nada. Acha que eu consigo esquecer alguma coisa que envolva você? Você me irrita, mas mexe comigo, sua chata. - ele disse a encarando, passando o polegar pelos lábios dela.
— Não diga bobagens, seu idiota. - ela conseguiu murmurar.
— Não acontece o mesmo com você? Eu não mexo nem um pouco contigo?
— Não. - ela sussurrou.
— Mesmo? - perguntou e ela engoliu em seco. - Eu vou resolver isso, ninguém vai mais pensar que você é nada além do que você realmente é! - garantiu firmemente. - Nem que eu mate todos. - riu. - Mas eu não quero me afastar. Dane-se o que os outros pensam, então… Deixa acontecer.
— Eu não quero. - ela olhou para a boca dele, desejando-a.
— Você tem certeza? - perguntou, também encarando a boca dela.
Ela não respondeu e essa foi a deixa dele, que não esperou para puxá-la para mais perto e beijá-la como se não houvesse amanhã. As línguas brincavam uma com a outra, se conheciam de uma forma inegável e o gosto do beijo parecia o paraíso. Os corações batiam acelerados de uma maneira que ambos sentiram medo de que os órgão saísse peito a fora. As peles arrepiaram prontamente e as almas pareciam estar encontrando-se. Quando as bocas deles se uniam, parecia que um show de fogos de artifícios tinha início e que não iria parar nem tão cedo. As células de seus corpos pareciam entrar em curto-circuito, provocando choques contínuos em ambos, que era maravilhoso de se sentir.
Dante a puxou pela nuca, querendo aprofundar ainda mais o beijo e por mais que o cérebro de Kally a mandasse se afastar, seu corpo não queria obedecer, ela apenas deixou-se levar, puxando-o pelos ombros também, com o mesmo intuito dele.
Dante desceu suas mãos pelas costas delas, acariciando a pele e Kally desceu as suas mãos, notando-as trêmulas, pelo tronco dele, querendo puxá-lo para mais perto. Ele mordeu o lábio inferior da morena, querendo sorrir pela forma tão maravilhosamente estranha que apenas o beijo dela era capaz de lhe deixar.
Dante passou a beijar o pescoço dela, querendo respirar. Aquela região tão sensível sendo beijada pelos lábios macios dele, fez kally arrepiar-se ainda mais e soltar um suspiro abafado, mordendo a orelha dele e lhe apertando a cintura. Dante voltou imediatamente a beijá-la, apertando sua cintura com uma mão, enquanto que com a outra puxava-lhe os cabelos morenos. Ela perdia-se quando beijava aquela boca, sem senti, as mãos foram parar nas coxas dele, estava tão trêmula e afetada que não notou e quando ele voltou a morder e chupar o lábio inferior, ela apertou a pele dele. Dante gemeu. Alto. E ela afastou-se, ofegante, enquanto engolia em seco e o olhava. Ele tinha os olhos fechado, respirando rapidamente.
Dante abriu os olhos e sorriu, encostando a cabeça no encosto do banco do carro.
— Eu falei que você sempre acabava dando um jeito de me beijar. - ela disse, encostando-se no banco também. - E você prometeu que não faria isso.
— Eu sei, mas não tenho culpa se eu não consigo resistir a você e nem você a mim. - a olhou e piscou o olho.
— Há controvérsias. - ela riu. - A gente nunca vai conseguir chegar a um acordo quanto a nos afastar, não é?
— Definitivamente não. - ele disse simplesmente. - Não se preocupe, amanhã mesmo ninguém mais vai estar te olhando feio.
— Ok. - ela deu de ombros. - Me leva a um ponto de ônibus, está ficando tarde.
— Por que você é tão chata? - revirou os olhos, ligando o carro. - Vou te levar em casa.
— Não precisa. - ela adiantou-se.
— Certo, porém, eu quero, então fica quietinha aí e me deixa fazer isso.
Ele fez a manobra e antes que ela pudesse protestar ou falar qualquer outra coisa, ele já estava dirigindo.
— Como está seu pai? - ele perguntou.
— Bem. - ela disse. - Por que?
— Curiosidade. - deu de ombros. - Você é filha única?
— Sou sim. E você?
— Tenho dois irmãos. - ele riu.
— Sempre quis ter um irmão. - ela disse. - Mas minha mãe não pôde mais engravidar.
— Eu já desejei ser filho único. - ele confessou. - Mas não me imagino sem meus irmãos.
— Deve ser legal. - ela murmurou. - Estou curiosa, o que você vai fazer quanto ao boato?
— Só pedir para que parem de falar. - ele respondeu.
— Ah assim, simples, você pede e os outros fazem? - ela perguntou rindo.
— Sim, assim, simples. - disse. - Relaxa, vai.
— Tudo bem.
Foram conversando amenidades até chegarem em frente a casa dela, a qual Kally não precisou indicar novamente o caminho, Dante aprendera. Ela destravou o cinto e suspirou.
— Notou que conversamos mais de cinco minutos amigavelmente? - ele perguntou.
— Sim, isso pode acontecer quando você não é idiota.
— Começaram os xingamentos. - ele riu.
— Sim. - ela também riu. - Obrigada pela carona.
— Não há de que! - ele piscou e aproximou-se dela apenas para beijar o cantinho da sua boca. - Boa noite. - murmurou
— Boa. - ela disse de volta no mesmo tom e antes que o puxasse para um interminável beijo, saiu do carro e correu para dentro de casa.
Dante riu, quando viu que ela já tinha entrado. E quando parou em um sinal notou que ela esquecera a mochila ali no chão do carro, sorriu ainda mais.
******************************************************
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 98
Comments
Maria Aparecida Nascimento
Quem está por atrás dos boatos pra rebaixar a reputação da kally na faculdade aonde ela estudar foi a amiga do Dante a tal Liza é a Liza está por atrás dos boatos
2025-03-19
0
Maria Aparecida Nascimento
Será que o Dante vai volta pra entregar a mochila da kally
2025-03-19
0
Fernanda Azevedo
É isso! Boa garoto!
2024-10-18
0