Kally levantou-se no sábado, sentindo a cabeça doer. Não era de beber por isso aquela dor só podia ser indício de uma merda de uma ressaca. Parecia que havia um relógio fazendo tic-tac dentro de sua cabeça e que anões martelavam seu cérebro freneticamente.
Ela soltou um suspiro antes de levantar e sentindo a garganta seca, precisava tomar água. Andou rapidamente até a cozinha, tomando dois copos de água seguidamente.
— Acordou. - a voz da mãe soou atrás de si e ela virou-se para olhá-la.
— Sim. - sorriu. - Tudo bem?
— Tudo joia, querida. Como foi a festa?
— Foi legal. - ela deu de ombros, sentando-se a mesa.
— Só legal? E algum garoto? Deu uns beijinhos?
— Mãe! - ela praticamente gritou, arregalando os olhos. - Sua boba!
— Ué, eu sou velha, mas sei como são os jovens, ok?
— Ok senhorita atualizada. - riu.
— Então… Beijou ou não?
— Ah meu Deus. - envergonhou-se e abaixou a cabeça, mexendo no copo. - Bom, sim… Mas não foi nada de mais!
— Que bom, você é jovem e linda, tem que viver!
— Você é minha mãe, lógico que tem que me achar linda. - ela riu.
— Você é uma menina maravilhosa e muito linda sim, Kally, nunca duvide disso. - apertou o nariz dela levemente. - Quer comer algo?
— Pode ser. Eu vou falar com o papai e já volto.
— Ok.
Kally foi ver o seu pai que estava no quarto assistindo televisão, conversou um pouco com homem, contando que se divertira na festa da noite passada e logo foi tomar um banho, tentando tirar de si um pouco do mal estar que tomava conta de si. Enquanto lavava os cabelos, lembrava dos beijos maravilhosos que trocara com Dante no carro dele, e da maneira que sua pele parecia queimar em todos os pontos de sua pele que ele tocou. Nunca sentira-se daquela maneira. Já havia beijado alguns garotos, era verdade, mas daquela maneira era inédito e até mesmo um pouco explosivo.
Meneou a cabeça, lembrando a si mesma que aquilo não se repetiria nunca mais.
Saiu do banho e colocou uma roupa limpa, indo em direção a cozinha, comeu e foi ajudar sua mãe a fazer alguns doces.
.
.
O fim de semana arrastou-se e não demorou a chegar a segunda-feira, para iniciar a rotina. Kally saiu cedo de casa, em direção ao ponto de ônibus, para chegar a Universidade. Chegou atrasada por causa de um engarrafamento e as aulas passaram normais.
Quando fora liberada, kally saiu em direção ao banheiro e quando já estava do lado de fora do prédio, encontrou Tina sentada em um banco, mexendo em seu iPhone e logo sentou-se ao seu lado.
— Oi, Tina. - bateu de ombros com a amiga.
— Olá senhorita sumida. Pra que diabos você tem um celular mesmo hein? - perguntou sarcástica. - Te liguei e ninguém atende.
— Poxa, se eu disser que só toquei nele hoje, você acredita?
— Acredito. Você precisa de um celular mais moderno para se viciar em redes sociais e assim ter esse aparelhinho essencial a vida em mãos sempre.
— Dramática. - riu.
— Sexta fui te procurar um tempinho depois e você sumiu. Fiquei preocupada! Por que não me esperou?
— Você estava bem ocupada. - cutucou a amiga. - E aí, no que deu com aquele gatinho?
— Ah… - ela soltou um sorriso safado. - Onde você imagina? - arqueou a sobrancelha sugestivamente. Kally arregalou os olhos.
— Sério que vocês…? - perguntou espantada e a outra assentiu. - Tina, você é louca!
— Eu aproveito minha vida, senhorita puritana. - riu. - Foi ótimo e eu não me arrependo. E ele me ligou domingo. Vamos sair sexta-feira para uma boate, quer vir?
— Não, obrigada. - meneou a cabeça.
— Vou te convencer! - piscou o olho. - Mas então, a Gloria me contou o que houve com o kevin, por isso você foi embora?
— Sim, não tinha mais clima.
— Kevin é super gatinho, você deveria ter dado uns pegas nele.
— Não rolava, ele tentou me beijar a força. Foi estranho.
— Oh sim, aí é chato. - concordou. - Mas… Como você voltou para casa? Não me diga que de táxi, Ka!
— Não, não se preocupe. Me deram uma carona.
— Jura? Quem? - perguntou franzindo o cenho.
— O Dante.
— Que Dante? O Barkin. ? Aquele que você não suporta e vive brigando? - perguntou espantada.
— Esse mesmo. - ela mordeu o lábio inferior.
— Desembucha. - Tina disse e kally lhe olhou, sem entender. - Parece que quer falar alguma coisa, então… Fale.
— É que eu e ele… A gente se beijou. - sussurrou.
— O que? Você e o Barkin? Aquele que você odeia?
— Sim, Tina, o próprio.
— Acho que já posso morrer, já vi e ouvi de tudo nessa vida mesmo. - riu. - Gente, eu estou chocada. Eu não consigo imaginar.
— Aconteceu. - Kally disse simplesmente.
— E você é uma safada falando de mim por que eu e o Nando fomos além de beijos hein?
— Espera aí, você não está achando que eu… e ele… que nós…? Está?
— Qual o problema falar transar, Kally? - riu. - Claro que estou. Eu te conheço, mas sei da fama daquele playboy. E sei que ele não sai de nenhuma festa sem que garanta a menina na sua cama.
— Mas Tina eu e ele não fizemos nada! - disse assustada. - A gente só ficou.
— Sério? - a outra perguntou desconfiada.
— Sério. - kally disse imediatamente. - Só beijamos. Apenas isso. Ele nem tentou nada. - disse um pouco amuada.
— Fala sério, ka. Todo mundo sabe que…
— Mas não houve nada. - Kally a interrompeu.
— Tudo bem. Mas isso é estranho. - suspirou. - Ele está olhando pra cá.
— Está? - Kally procurou com os olhos e o viu sentado do outro lado com o grupo de amigos. Ele lhe olhava fixamente, Kally apenas desviou o olhar.
— Acho que gamou. - Tina riu.
— Não fale bobagem. E quanto a sexta, vai ver ele voltou a choperia e foi pegar alguma menina para… você sabe. - murmurou, pegando uma plantinha e brincando com ela.
— É bem provável mesmo.
— Bom Tina, eu vou nessa, senão me atraso.
— E eu vou investigar isso a fundo. - disse convicta e ka riu. - Precisamos combinar o trabalho de sociologia.
— Me liga a noite. - levantou-se.
— Atenda o seu celular. - revirou os olhos.
— Pode deixar. Até amanhã. - mandou um beijo para a amiga e saiu em direção a saída.
— Ôh Xole! - ouviu a voz irritante de Dante e virou-se.
— Você sabe que não é esse meu nome. - ela reclamou.
— Sei. Mas ka é íntimo demais e kally sério demais, Xole fica um meio termo e eu gosto.
— Mas eu não.
— Eu sei, mas eu também gosto de te irritar. Então… - deu de ombros.
— Babaca. - revirou os olhos. - Estou sem tempo para suas besteiras, então, tchau.
— Espera… - ele disse. - Eu moro lá perto do seu trabalho, eu te dou uma carona.
— Não precisa. - ela apressou-se em dizer. - Eu vou de ônibus.
— Teve um acidente na principal, está engarrafado.
— Sério? - ela perguntou, só então notando o engarrafamento. - Merda!
— É! Eu vou fazer outro caminho, assim você não se atrasa. Vamos? - perguntou.
— Vamos.
Fizeram o caminho até o estacionamento. kally olhou para Tina e a viu sorrir, sabendo que a amiga interpretara tudo mal. Deu de ombros, indo em direção ao carro dele. Não demorou para ele dar partida e enfim estarem trafegando em direção a lanchonete.
— E então… O que você fez no fim de semana? - ele perguntou, prestando atenção a pista.
— Nada de mais. Ajudei a minha mãe fazendo doces e estudei.
— Sua mãe faz doces? Tipo, para vender? - perguntou interessado.
— É, ela recebe algumas encomendas pro fim de semana.
— Legal. E seu pai?
— Ele era vigia em uma escola!
— Era? - perguntou espantado. - O que houve? Não vai me dizer que ele…?
— Não, ele não morreu. - ela riu. - Ele só ficou doente e teve que parar de trabalhar. E antes que pergunte: ele tem câncer. - ela suspirou. - Você é curioso.
— Bastante. - ele riu. - Mas eu só queria saber um pouco mais sobre você.
— Ah sim. - ela deu de ombros. - Não há muito o que saber.
— Certo, senhorita chata. Mas notou que estamos conversando amigavelmente?
— Isso é por que você não se comportou como um babaca. - ela debochou. - Ainda.
— Ui. Certo moça perfeita. - ele riu. - E então… Você gostou da festa sexta?
— Foi legal. - ela disse simplesmente.
— E da carona para casa? - ele perguntou sorrindo safado, para o carro no sinal vermelho.
— Foi normal. Eu acho. - ela riu, irônica. - Eu estava bêbada, não lembro de muita coisa.
— Ah sim, a desculpinha é essa. - ele gargalhou, meneando a cabeça. - Mas tudo bem, eu sei que você lembra-se perfeitamente de tudo. - a encarou.
— Deixa pra lá. - ela murmurou.
— E se eu não quiser? - ele inquiriu, tocando em uma mecha do cabelo dela, colocando-a atrás da orelha. - E se eu não quiser esquecer? Nem deixar pra lá?
— Seria bom você tentar. - Kally sussurrou, olhando para os lábios dele.
Dante apenas sorriu e colou os seus lábios aos de kally que de nada relutou, apenas deixou-se levar. Aquele cara mexia com todas as suas estruturas, essa era a verdade. Queria odiá-lo, mas ao mesmo tempo beijá-lo. E o que era certo entre esse abismo de sentimentos? Ela não sabia. Na verdade, soube naquele momento que perdia a linha correta de qualquer pensamento sã que tinha quando estava perto demais dele.
O barulho de buzinas atrás do carro, os puxou para a realidade e só então puderam notar que o sinal já estava verde. Dante apressou-se em colocar o carro pra andar.
— Isso não pode ficar acontecendo. - kally suspirou.
— Por que não? - ele perguntou. - Eu gosto, você também… Que mal há nisso?
— Só… Não pode. - ela murmurou, olhando para o outro lado da janela.
Ele não disse mais nada e o silêncio imperou entre eles. Dante, já incomodado, ligou o som e prosseguiu o caminho. Nenhum dos dois falou mais nada, até que o celular dela apitou, indicando que chegara uma mensagem.
.
“Soube que ele não voltou a boate depois que saiu para te deixar, algumas pessoas viram os dois e vieram me contar. Eu disse que ia investigar.
B
js”
Era uma mensagem de Tina. kally franziu o cenho, intrigada com o texto da amiga.
— O que foi? - ele perguntou. - Você parece preocupada.
— Não é nada de mais.
Logo viu que estavam em frente a lanchonete e ela apressou-se em tirar o cinto de segurança e pegar a mochila, guardando o celular.
— Obrigada pela carona. - agradeceu rapidamente e desceu do carro.
Ainda sentia os lábios formigando, como se os mesmos pedissem um novo beijo. Estava afetada, definitivamente.
Dante, por outro lado, ia para casa sorrindo contente. Não tinha ideia do que era aquilo, mas estava gostando de sentir.
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Demorou, mas chegou. HAHAHAAHAHAHA
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Atualizado até capítulo 98
Comments
Maria Aparecida Nascimento
Amor primeira vista
2025-03-18
0
Maria De Fatima Carvalho
amor à vista 💘💘💘
2024-09-12
0
odia Costa
Estão se apaixonando 😍😍
2023-05-24
1