Dante! — uma moça morena gritou para o rapaz, que ainda mantinha uma expressão de fúria em seu rosto, enquanto encarava a camisa branca, agora manchada de amarelo.
— Quê!? — ele respondeu mal humorado, enquanto se aproximava da mesa.
— Ih! — a mesma menina que o chamou, retraiu-se diante do tom do amigo. — O que houve?
— Uma idiota, com certeza cega, me sujou. Caloura irritante! — Dante respondeu, para em seguida bufar.
Na mesa havia dois rapazes, Eduardo o seu irmão mais novo e Alex o melhor amigo de Dante, assim como companheiro de curso. E junto a eles haviam duas moças, Liza a amiga dele e quem havia lhe chamado e Stefi, a namorada de Alex.
— Cara, relaxa. — Alex deu de ombros.
— Ela só me estressou! — ele bufou novamente, sentando-se.
— Mano, calma. Foi um acidente, aposto que ela não tinha intenção!
— Pois é. — Liza completou. — Se acalma.
— Está fazendo tempestade num copo de água. — Stefi riu.
Ele sabia que estava estressado a toa, que fora um acidente que ela tivesse esbarrado nele e que não tinha a intenção de sujá-lo. Ele sabia. Mas ainda estava irritado. Simplesmente.
E quando parecia estar se acalmando, ela saiu de onde estava e andava apressadamente em direção à saída da universidade.
Irritou-se outra vez, devido ao fato de que seu mundo de repente parecia estar concentrado ali, naquela loira topetudo e de andar faceiro.
— O que você acha Dante? — ouviu a voz do melhor amigo e sua atenção voltou-se para a mesa.
De repente, parecia que havia ficado surdo e agora sua audição voltara.
— O que eu acho de que?
— De fazermos um esquenta para a festa de sexta em meu apartamento. — Liza respondeu. — Está no mundo da lua?
— Ou do suco? — Eduardo disse rindo, fazendo todos acompanhá-lo.
— Engraçados. Vou nessa! — ele levantou-se, recolhendo sua mochila.
— Ainda temos outra aula! — Alex avisou aos gritos, quando o viu afastando-se.
— Eu sei. — ele disse simplesmente por cima do ombro e foi em direção ao local aonde o carro estava estacionado.
Dirigiu até o apartamento aonde morava com os pais, em Copacabana. No caminho, foi se acalmando e quando estacionou o carro em sua vaga, respirou fundo, estava melhor.
Foi em direção ao elevador e logo estava abrindo a porta no décimo andar.
— Chegou cedo! — Betina, mãe dele, estranhou o fato de vê-lo ali. — Cadê seu irmão?
— Na Universidade. — ele respondeu, enquanto colocava as chaves do carro em cima de uma mesinha que havia na elegante sala.
— E o que houve com sua camisa?
— Uma garota esbarrou em mim e derramou o suco. — ele revirou os olhos.
— Então vá tomar um banho e coloque essa camisa para lavar logo.
— Tudo bem, dona Betina, estou indo.
— Sua fatura do cartão chegou. — ela gritou. — Seu pai está no quarto.
Dante recuou os dois passos que havia dado e encarou a mãe com uma expressão de culpa.
— Quatrocentos reais em um posto de gasolina, Dante? Francamente. — ela o repreendeu.
— Ah mãe!
— Nada de Ah mãe! Se vire com seu pai. — ela riu, batendo nas costas do filho. — Ele está uma fera! — ela sussurrou, como se contasse um segredo e saiu em direção a cozinha.
Ele fechou os olhos com força, enquanto ia em direção ao seu quarto. Com certeza não era o seu dia!
Depois de toda a higiene feita, ele foi em direção ao quarto dos pais, local onde Daniel estava. O pai de Dante tinha um notebook em seu colo, digitava algo no aparelho, enquanto estava sentado despreocupadamente na larga cama.
— Pai? — Dante o chamou.
— Chegou o senhor “eu adoro estourar meus cartões”! — o homem disse irônico. — Parece uma menina que adora fazer compras!
— Estourei?
— Sim, apenas em uma noite de sábado foi quatrocentos reais. Você sabe quantos sábados têm em um mês, Dante?
— Eu sei, olha…
— Fora as sextas e os domingos. Eu não me importo que você gaste, mas você está precisando de limites!
— Pai… Eu vou me controlar.
— Assim espero. Você já tem vinte e dois anos na cara, Dante. Está na hora mesmo! Daqui a pouco você estará trabalhando comigo na empresa e…
—… Precisarei ter mais responsabilidade! — ele completou a frase, muito falada, do pai. — Então encare isso como uma… Despedida dos meus dias de irresponsável.
Daniel não conseguiu segurar e sorriu. Se via muito em seu filho, na idade ele, era o mesmo irresponsável e agora sabia o que os pais haviam sofrido, Dante saíra sua cópia no quesito personalidade. O homem suspirou.
— Controle-se. Sua mãe fica me enchendo o saco. — ele confessou.
— Eu sei. — o rapaz riu. — Serei mais responsável.
— Eu escuto essa frase todo mês. Quando você realmente será?
Dante riu, antes de sair do quarto. Sabia que a conversa já havia acabado.
— Algum dia! — então fechou a porta.
Ele, querendo ou não, era um típico playboy, inconsequente e que não pensava antes de agir. Eram raros os fins de semana que não estava em uma festa, bebendo e curtindo com os amigos. Um rapaz que sempre tivera tudo aos seus pés, desde bens materiais, até mulheres, as quais ele sempre brincou, já que nunca se apaixonara. Os pais nunca o ensinaram a ter limites quando criança e ele sempre achou que o mundo estava aos seus pés. Mas há uma verdade universal, a de que o que não se aprende em casa, a vida ensina. Entretanto, a vida tem um jeito estranho de nos mostrar que as coisas não são como pensamos.
Dante estava saindo de casa, quando a mãe o interceptou.
— Onde vai, meu filho?
— Ali na lanchonete, estou com vontade de comer sanduíche com o molho de lá!
— Ah, ok! — ela sorriu. — Duda ligou, pediu que o buscasse na casa daquele amigo dele, o Tomás.
— Ok, eu como e vou, não se preocupe.
— Tudo bem! — a mulher assentiu e ele finalmente saiu.
Já dentro do carro, ele estacionou dois quarteirões depois, na rua ao lado da lanchonete e desceu.
E ele mal pôde crer no que seus olhos viram assim que ultrapassou a porta de vidro. Era a Caloura irritante, ela usava uma blusa do uniforme da lanchonete e estava atrás do balcão, organizando uma bandeja.
Ele sorriu e sentou-se a uma mesa, enquanto a observava servir uma mesa.
Como alguém tão desastrada feito ela, trabalhava como garçonete? Essa ele queria ver!
Um rapaz branco aproximou-se dele e puxou um bloquinho de notas.
— Já sabe o que vai pedir? — o rapaz perguntou.
— Na verdade, eu quero que a Morena me atenda. — disse num tom arrogante.
— Ah… — o menino ficou sem jeito. — Tudo bem, a mandarei vir aqui agora mesmo.
Dante apenas assentiu e sentou-se em uma cadeira de costas para o balcão.
Esperou ansiosamente por cerca de dois minutos, quando ela aproximou-se. Ele pôde sentir a presença atrás de si.
— Pois não? — a voz doce dela lhe acertou. — Teo disse que você pediu para que eu o atendesse.
Ele na verdade estava louco para ver a cara dela quando o visse ali.
— Estava louco por isso. — ele virou-se, rindo cafajeste.
A feição de espanto dela fora impagável. E ele só teve vontade de rir mais.
***********************************************
Agora mostrar as fotos dos personagens que aparecera. nesse capítulo.
Teo o Garçom que fixou constrangido.
Tomás amigo do irmão de Dante
Daniel Pai do Dante
Betina Mãe de Dante e Eduardo
Liza melhor amiga do dante
Stefi namorada do alex
Alex melhor amigo de Dante
Eduardo irmão de Dante.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 98
Comments
Maria Aparecida Nascimento
Esse Dante é um babaca mesmo
2025-03-18
0
maria fernanda
tudo novo mesmo.
2024-09-08
0
Marcia Moreira
cara de criança
2024-04-09
0