Capítulo 20

~ Angelo

Fiquei na cúpula com os anciãos durante a festa de 100 anos da família Rendall. Estava indo tudo bem até avistar Martina junto com aquele soldadinho prepotente.

Encarei os dois se divertirem fixamente, a forma como ela sorria pra ele, pegando em sua mão, tocando nela...

Um sentimento de ódio se apossou de mim e fui em direção a Martina que por um momento se encontrava sozinha. Não vi a hora em que deixei os anciãos sozinhos e fui tirar satisfação do por que ela estava aqui, falei que não tinha lugar naquela festa para ela, visto que não faz parte da família e a mandei de volta para o posto de atendimento.

Sentia que meu humor estava alterado devido o uso da cocaína e bebida durante a noite, os efeitos só intensificaram mais ainda aquele sentimento ruim ao ver Martina acompanhada.

Só me dei conta do havia feito, quando vi seus olhos marejados, se retirando cabisbaixa do local. Depois disso as pessoas ficaram indiferentes na festa e aos poucos foram indo embora. Os anciãos se retiraram também, mas antes de irem, me parabenizaram pela atitude autoritária, no entanto, os elogios não surtiram efeito naquele sentimento que tanto me incomodava.

Quando estava indo para meus aposentos, vejo Vitor e Gustavo correrem em minha direção, parecia que algo de muito grave havia acontecido.

- Líder, precisamos correr! As pessoas estão morrendo, alguém cometeu um atentando contra o clã.

Ouço suas palavras e então entramos no carro e dirigimos até o local. Quando cheguei, vi o desespero no olhar das pessoas, haviam muitos feridos, alguns desacordados. Muitos corriam para tentar ajudar, mas o caos havia se instaurado em meu território.

~ Martina

Quando estava me aproximando do consultório, senti um cheiro horrível de fumaça, olhei em direção ao local e fiquei atônita com a sena que vi. O consultório estava em chamas, não havia ninguém resguardando o local para tentar conter o fogo.

Automaticamente corri para dentro em meio ao fogo, precisava tentar tirar meus pacientes de lá. A fumaça dificultava minha respiração e visão ao adentrar nos quartos de intervenção. Aos poucos fui direcionando os pacientes para fora, no entanto já me sentia fraca pela asfixia.

Tentava correr contra o tempo, as chamas estavam cada vez mais alastradas, tive que praticamente arrastar para fora algumas pessoas que já estavam desacordadas.

Tentava contar os pacientes que já haviam saído. Algumas pessoas de fora tentavam inutilmente conter as chamas. Entrei mais uma vez no local, para conseguir tirar mais alguém do meio daquele desastre, corri até o último quarto que ficava aos fundos do consultório. Não havia ninguém, o fogo estava me cercando aos poucos.

Ao tentar correr para a saída que estava ao longe, ouvi uma explosão e algo me atingiu, caindo em cima do meu corpo. Não conseguia levantar, a dor era estridente, as chamas estavam cada vez mais próximas.

A situação era desesperadora, minha visão estava aos poucos escurecendo, o sangue escorria até o fogo que aquecia o local. Já não conseguia mais respirar, então fecho os olhos involuntariamente e espero o pior...