Capítulo 19

~ Martina

Hoje o dia amanheceu diferente, as pessoas estão super animadas, decorando as ruas, pintando as casas, cantando músicas, vestidas em trajes tradicionais alemães.

No consultório haviam alguns doentes internados e outros gravemente feridos, tentava me dedicar ao máximo para recuperação dessas pessoas. No entanto, estava muito cansada, por ser a única a atender todos, dava para ver em meu semblante as noites mal dormidas na poltrona do consultório.

Ouvi algumas mulheres comentando que o motivo de toda agitação, era a comemoração de 100 anos do clã Rendall. Algumas até me convidaram para participar das festividades e que seria muito bem vinda.

Apesar de nunca ter sido muito de ir em festas, decido ir por conta da hospitalidade daquelas pessoas para comigo. Ao retornar para casa, separo uma roupa simples e aconchegante pois estava fazendo frio nesses últimos dias.

A noite chegou, então passei pelo consultório para checar o estado dos pacientes, ao constatar que todos estavam estáveis, decidi ir me preparar. Tomei um banho, arrumei o cabelo e fiz uma maquiagem simples.

Fui andando até a praça principal, o lugar estava incrivelmente lindo, decorado com muitas flores, comidas e bebidas dos mais variados tipos, além da música, as pessoas estavam alegres, dançando e cantando.

Existia uma espécie de cabana com janelas e portas de vidro, onde estavam o que acreditava serem os anciãos da máfia, juntamente com Angelo. Meus olhos ficaram fixos quando vi o que estavam fazendo.

Haviam algumas mulheres semi nuas no local e pude notar, mesmo de longe, uma espécie de pó sobre a mesa, no qual todos estavam fazendo uso além do cigarro que exalava por todo o ambiente. Nesse momento, meus olhos entristeceram e pude ver de perto a realidade de se viver dentro da máfia. Até em momentos comemorativos e felizes como esse, existe uma pitada da criminalidade refletida naquelas pessoas, ainda matam, traficam, torturam outros em prol do dinheiro...

Já estava me dirigindo para fora das festividades, quando ouço alguém me chamar. Era Matheo, um dos soldados que atendi algumas vezes no consultório.

- Oi doutora, que bom vê-la por aqui. Já está de saída logo tão cedo?- Perguntou simpático.

Olá Matheo, digamos que festas as vezes parecem que não são para pessoas como eu rsr. - Digo desconfortável.

- Antes de ir, venha comigo, me faça companhia durante algumas horas, vou te mostrar tudo, você vai gostar... - Estende a mão para Martina.

Martina então aceitou e os dois retornaram à festa, Matheo apresentou as comidas típicas, convidou-a para dançar e deram muitas risadas juntos. Realmente ele estava certo, a festa ficou muito melhor com uma pessoa ao lado.

Matheo por um momento saiu para ir ao banheiro, enquanto Martina pegava uma bebida para si. Foi quando ouviu uma voz que a fez paralisar no mesmo lugar.

- O que está fazendo aqui? - Disse Angelo, claramente alterado atrás de si.

- Bem eu...- Martina foi interrompida.

- Essa festa é uma comemoração para minha família, para aquelas pessoas que pertencem a este lugar. - Nesse momento, todos observam em silêncio a confusão que estava se formando.

- Eu pensei que poderi...- Mais uma vez Martina é interrompida.

- SILÊNCIO!!! Você pensou errado, não faz parte desse clã e nunca fará. É apenas alguém que presta serviços para mim e em troca eu não mato você e o merdinha do seu irmão no Brasil. - As palavras de Angelo soaram como facas atingindo o peito de Martina.

- Quero que você saia daqui e vá embora para seu posto de atendimento, de onde nem deveria ter saído. Vá antes que eu mande meus guardas darem um jeito em você! - Angelo olha para ela com um semblante sombrio e autoritário.

Os olhos de Martina inundaram em lágrimas e ela se retira às pressas, em silêncio daquele lugar. O caminho de volta para o consultório foi repleto de tristeza e mágoa, não conseguia conter seus próprios sentimentos, então transbordava em um choro ressentido.

A festa não foi mais a mesma depois do acontecido, as pessoas ficaram extremamente tristes com o que viram. Já não dançavam ou se alegravam, até a música ficou mais baixa e foi substituída pelo vazio das pessoas aos poucos se retirando.

Matheo viu de perto o que aconteceu, no entanto, não poderia contrariar as ordens do líder. Mas estava se sentindo extremamente culpado por Martina ter passado por aquilo sozinha.

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Comments

Socorrinha Lima

Socorrinha Lima

Mas q homem idiota é esse,essa mulher salvou a vida dele,duas vezes só faz o bem ,foi maltratada por causa dele e quase morre duas vezes.idiota

2024-10-05

2

Anonymous

Anonymous

A Martina sofre demais da muita tristeza

2024-09-28

0

S Ramos

S Ramos

tomara que ele vá lá no posto médico se desculpar com ela.

2024-09-26

0

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