Capítulo 5

~ Angelo

Meu subconsciente repassava aquela sena de novo e de novo, como num pesadelo. Barbada apontando uma arma para aquele que a tirou do lixo, imundice da prostituição e a colocado em um lugar seguro para viver, eu... Talvez tenha sido um grande tolo por deixar alguém que não faz parte da família chegar tão perto.

Os últimos dias foram bem estranhos, sentia meu corpo tendo espasmos de calafrios, outras vezes me sentia delirar em febre. Durante esses momentos, os pesadelos dominavam minha mente, mas ao longe ouvia uma voz doce dizer que iria ficar tudo bem e que tentaria reverter meu quadro.

Em um dos meus muitos pesadelos, quando já sentia o projétil vindo em minha direção, abro os olhos como se houvesse acordado de um transe e vejo Barbara sobre meu corpo, seu olhar estava acima de mim. Nesse momento, tive o reflexo de pegar em seu pescoço e replicar sobre ela todo o ódio que estava acumulado no meu peito durante esses dias inconsciente, não ousei olhar em seus olhos, apenas foquei em desferir minha força a fim de acabar de uma vez por todas com a vida daquela vadia.

Foi então que ouço alguém escancarar a porta e vejo Gustavo e os demais rapazes adentrarem naquela sala.

- Senhor, precisamos sair urgentemente do hospital, recebemos informações externas e os capangas do Jorge estão a caminho do hospital. - Após dizer essas palavras, Gustavo vê a garota desacordada e se apressa para tirá-la de minhas mãos.

Olho incrédulo para o que havia feito, só podia estar enlouquecendo, pois ataquei alguém que sequer conhecia. Tampouco visualizei seu rosto antes de agredí-la e agora estava inconsciente nos braços de Gustavo.

Ele a coloca deitada na poltrona e corre porta à fora da sala, para convocar reforços. Enquanto isso Vitor me ajudava a retirar os aparelhos e sair da cama.

No momento em que ponho os pés no chão, uma dor aguda invade meu abdômen, e sangue começa a manchar minha roupa. Droga! os pontos romperam.

Gustavo volta apressadamente para sala.

- Eles chegaram, parece que teremos um acerto de contas. - Disse manuseando sua arma

- Levem o chefe e a garota para a mansão da família, lá eles estarão fora de perigo.

Não era atoa que Gustavo além de ser meu braço direito, era chefe das operações especiais da família. Sua postura de liderança além de sua mente naturalmente estratégica eram invejáveis entre os demais membros da máfia.

Fomos praticamente correndo até a saída, a dor no meu abdômen latejava cada vez mais, era como se a carne do meu corpo estivesse a ponto de se partir.

Ao adentramos no carro, os capangas de Jorge chegaram fortemente armados desferindo tiros sobre os carros blindados. Nesse instante, iniciamos uma verdadeira fuga entre as ruas da cidade, cantando pneus.

Olho para o banco ao lado e vejo a mulher que deixei inconsciente, praticamente acordando devido os movimentos bruscos do carro para despistar os inimigos. Enquanto isso, o que poderia fazer era pressionar meu ferimento para estancar o sangue, porém já estava praticamente ensopado.

Durante o percurso em alta velocidade, alguns capangas de Jorge acabaram batendo e capotando os veículos, desse modo, limpando nossa barra para entrarmos nas estradas isoladas pela mata que davam acesso à mansão da família.