Capítulo 8

~ Martina

Aquele brutamontes praticamente me largou numa rua próxima à minha casa. Passei o percurso todo olhando para os lados, qualquer sinal de pessoas próximas a mim, me assustava, até mesmo o barulho de alguns animais revirando o lixo fazia meu coração palpitar.

Finalmente cheguei até em casa e pelo que aparentava, pelo menos aqui estava tudo bem. Pego meu celular e vejo algumas chamadas perdidas de Pietro, diretor geral do hospital, decido retornar a ligação.

- Alô.

- Oi, Martina. Graças a Deus! Como você está? Está tudo bem? Está machucada? Precisa de ajuda? Eles fizeram algo a você?

- Calma Pietro, está tudo bem, já estou em casa. Me deixaram aqui perto e vim andando. Estou bem, eu acho...

- Que bom! Fiquei tão preocupado, ouvi dizer que praticamente te arrancaram do hospital, durante uma troca de tiros. Quando soube, logo tentei entrar em contato com a polícia para tentar encontrar seu paradeiro, ligava feito louco para seu celular. Fico aliviado por te ouvir agora.

- Acredito que um banho gelado e uma bela noite de sono, sejam suficientes para superar os acontecimentos traumáticos de hoje...

- Entendo. Você precisa descansar, por isso, está dispensada dos plantões durante essa semana. Acredito que seria a melhor decisão para o seu bem estar. Então, tire um tempo para você, descanse e se quiser, venha aqui ao hospital para fazer alguns exames para termos certeza sobre sua saúde e estado físico.

- Certo Pietro, muito obrigada! Agora vou tentar descansar um pouco, tenha uma boa noite, passar bem...

Martina desliga o celular e vai preparar seu banho, mas antes, faz uma checagem das fechaduras das portas e janelas de sua casa, quando teve certeza de que realmente estava sozinha e segura, foi em direção ao banheiro.

Meia hora depois, estava enrolada na toalha, andando em direção ao quarto, exalando o aroma de orquídeas negras. Esse perfume costumava lembrar do ar tropical de seu país, um dos fatores que a fazia sentir uma pontada de saudade, mas logo lembrava do motivo de porque lá não ser mais seu lar e sim uma lembrança distante...

Após comer uma deliciosa pizza a parmegiana, assistindo alguns episódios de sua série favorita, Martina adormece no sofá em um profundo sono.

No meio da noite ela acorda assustada, o suor escorria pelo rosto e molhava a roupa, havia tido mais um dos cotidianos pesadelos que a perseguiam. Estava escuro, parecia que a energia estava em falta, tentava tatear pela mesa de centro para encontrar o celular.

Foi quando escutou um barulho vindo da cozinha, nesse momento, o corpo de Martina enrijeceu a mantendo alerta. O medo começou a consumir sua mente, diante dos pensamentos sobre as possibilidades do que havia causado aquele barulho.

Finalmente encontrou o celular e ligou a luz do mesmo, pegou o vaso de porcelana que continha flores secas de dias atrás e foi em direção à origem daquele som.

Seu corpo inteiro tremia, mas juntou os resquícios de coragem e adentrou à cozinha. Uma brisa fria percorreu pelo ambiente, pôde sentí-la doer os ossos.

- Que..quem...quem está aí? - Não conseguia conter nem a própria fala, a gagueira era a própria extensão do medo que sentia.

Foi quando ouviu um segundo som, ao pisar em algo macio no chão.

- MIIIIAAAAAAUUUUUUU!!! - O susto fez Martina cair no chão.

- AHHHHHHH!!! QUEM TA AÍ? - O celular caiu no chão juntamente com o vaso que segurava.

Nesse momento a energia voltou, revelando uma cena cômica entre Martina e o gato do vizinho que provavelmente havia fugido.

Olhou para a janela e viu que estava entreaberta, deduzindo que seja por ali que o animalzinho tenha entrado. Mesmo jurando que havia fechado aquela entrada, pensou que era coisa da própria cabeça e acabou deixando pra lá. Levou o gatinho até próximo à cerca do vizinho e o fez entrar pela portinha de entrada própria para animais.

Ao retornar para casa, após limpar a bagunça, tornou a fechar todas as entradas da casa, inclusive as janelas que revisou duas vezes para ter certeza de que estavam trancadas.

O que Martina não percebeu foi a presença do carro preto em frente sua casa, muito menos da figura que estava a postos em seu quintal. Pobre garota distraída...

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Comments

Zilda Barbosa

Zilda Barbosa

martina e doida eu ficaria trancada sem sair do lugar

2023-08-22

9

Lindinalva Alves Santos Santos

Lindinalva Alves Santos Santos

um susto atrás do outro , coitada

2023-08-21

0

Valentina De Oliveira Neves Torricillas

Valentina De Oliveira Neves Torricillas

uiaaa! q medo, eu hein?!?

2023-07-30

0

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