Capítulo 6

~ Martina

Acordo com homens aos berros em meu redor. Em sobressalto levanto de onde estava deitada, olho em volta e minha mente parece que girava e girava me deixando tonta, com uma dor aguda na cabeça que me fez sentar novamente.

De repente um homem vem em minha direção, o reconheço, vejo que é o mesmo capanga da máfia que me manteve presa dentro da sala de emergência por dias, cuidando do paciente que ao acordar tentou me matar. Ao lembrar desse fato, ponho a mão na garganta que doía.

Aquele homem ao chegar perto, segura meu braço bruscamente, me colocando em pé e praticamente arrastando até um quarto daquela casa enorme. Eu tento resistir a todo custo, no entanto ele era bem mais forte que eu, apertando ainda mais o meu braço, me fazendo gritar e tentar resistir ao máximo à sua força sobre mim.

- ME SOLTA! PARA ONDE ESTÁ ME LEVANDO? ESTÁ ME MACHUCANDO. - Grito com lágrimas marejando os olhos.

- SILÊNCIO PORRA! Olha aqui garota, você vai fazer o que eu mandar, quando mandar e como mandar. Você não tem escolha se irá obedecer ou não e além disso, é bom que ande na linha, caso contrário, irei fazer você implorar pela própria morte. - Disse Gustavo em tom autoritário com os olhos sombrios como de um caçador sobre os de Martina.

- Você vai estancar o ferimento dele, e após isso fará os curativos. - Disse apontando para o homem estirado na cama manchada de sangue, o mesmo homem que tentou me matar no momento em que abriu os olhos no hospital.

Meu corpo inteiro tremia, não conseguia controlar meu movimentos, sentia meus batimentos na garganta, inclusive, minhas pernas paralisaram quando entrei no quarto e avistei o meu até então "paciente", o medo tomou os sentidos mais aguçados do meu corpo, sentia uma verdadeira presa perto dessas pessoas.

Ele me observa deitado sobre a cama, com a mão cobrindo o ferimento onde havia rompido os pontos que fizera.

- E...e...e...eu preciso de um kit de primeiros socorros. - disse com a voz trêmula.

Ouvindo isso, Gustavo se dirigiu até o banheiro e trouxe uma mala repleta de medicamentos e utensílios, juntamente com curativos.

Respirei fundo umas três vezes antes de me dirigir aquele ser sobrehumano que me observava como se eu fosse pagar por cada gota de sangue que estava perdendo.

- Preciso que retire a camisa. - disse com um rubor que incendiava meu rosto, mais ainda quando vi o retirando a peça de roupa, envidenciando seu físico incrivelmente esculpido e atlético.

Inicio pegando um pouco de algodão para limpar a área, retiro os pontos rompidos, aplico uma pomada anestésica no local e começo a costurar aos poucos o ferimento, tentando ser ao máximo delicada. Por vezes, nem respirava com medo do que fariam comigo, caso o desagradasse em algo. Finalizei o procedimento enfaixando seu abdômen, cada vez que meus dedos tocavam sua pele, era como se chamas fossem incinerar minha mão.

- Nada mal. Agora se retire do meu quarto, preciso descansar. - Era a primeira vez que ele se dirigiu diretamente a mim, a primeira vez que ouvia seu tom de voz.

- Para onde eu vou? Por favor, posso ir embora daqui? - O tom da minha voz demonstrava que já estava esgotada de tudo aquilo, o cansaço se apoderou de corpo e mente.

- Não me importo para onde vai, somente saia dos meus aposentos. - O tom rude era evidente na sua voz, além do olhar de desprezo sobre Martina, que mais parecia um rato encurralado depois de tanto correr.