Capítulo 7

~ Angelo

Estava deitado quando ouço batidas à porta, abro e vejo Gustavo que aparentava estar desconfortável.

- Desculpe atrapalhar seu descanso, líder. Mas os anciãos solicitaram uma reunião com certa urgência. Eu avisei que o senhor estava indisposto devido aos acontecimentos de mais cedo, mas... - Gustavo é interrompido por Ângelo.

- Não precisa falar por mim Gustavo, eu irei a essa reunião, já imagino de qual assunto devem tratar. Estarei pronto em cinco minutos.

Angelo, Gustavo e Vitor se dirigem à cúpula diretiva da máfia, a qual era composta por diversas famílias, denominadas clãs, que funcionavam como ramificações da organização criminosa da Alemanha.

Angelo adentra e é recebido por Otto, um dos anciãos da cúpula.

- Angelo! que bom revê-lo, ainda mais com vida, não é mesmo?!? kkkkkkk. - disse em tom sarcástico.

- Um dia da caça e outro do caçador, essa é a vida na máfia. Ainda não se acostumou Otto? - respondeu Angelo à altura.

- Bem, o motivo de convocarmos você até aqui, além de ter certeza sobre seu estado físico, é tratarmos de um assunto pertinente ao seu clã.

Nesse momento, todos observam a declaração de Otto em silêncio, como se esperando uma bomba ser lançada ao alvo.

- Sabemos que o futuro da máfia se estende através dos herdeiros, e o senhor bem conhece os nossos princípios. Por já ter 26 anos, achamos pertinente alertá-lo sobre a necessidade de se unir em matrimônio e constituir uma família, para o bem do futuro da família Rendall.

Ao ouvir essas palavras, Angelo serra os punhos, ódio fervilhava em seus olhos. Detestava essas tradições medíocres que formavam um elo fajuto entre famílias.

- Tomamos conhecimento sobre os fatídicos acontecimentos dos últimos dias, fato que resultou em um atentado contra sua vida, que consequente, gerou o fim de seu noivado com Barbara. Diante disso, daremos a você o prazo de 3 meses para encontrar uma moça casta e fazer dela sua esposa, sob a consequência de ser a família Rendall destituída da máfia alemã. Espero que tenha entendido senhor Angelo.

- Entendi sim, senhor Otto. - o tom de voz de Angelo era sombrio, como se um nó estivesse em volta de sua garganta. Mas não era o momento oportuno para rebater essa requisição ridícula.

Ao voltar para casa o ódio se apossou de seu corpo e o fez acertar um soco na parede, fraturando alguns ossos. Quebrou mesas, armários, escrivaninhas, tudo que viu pela frente. Só parou quando o cômodo a sua volta estava em ruínas.

Angelo passou a mão pelos cabelos, tentando raciocinar em como encontraria uma solução para a enxurrada de problemas que estavam se acumulando um após o outro.

Decidiu então se dirigir ao quarto, tomar um banho frio, beber uma dose generosa de Whisky e tentar descansar para que pelo menos seu corpo se recupere da exaustão.

Deitado, olhando para o teto, por um momento, Angelo conseguiu visualizar o rosto da mulher que o atendeu, o toque delicado de suas mãos em seu corpo, como se estivesse com receio de o quebrar ainda mais. As pequenas lembranças dos gestos da moça se acumularam em sua mente, causando uma espécie de perturbação o impedindo de dormir.

Angelo então decide ligar para Gustavo

- Alô. Gustavo, preciso que disponibilize homens para vigiarem aquela médica, quero a ficha parental e um relatório sobre ela em minha mesa amanhã pela manhã.