Capítulo 18

~ Martina

Os dias foram passando e cada vez mais fui me aproximando daquelas pessoas, me sentia incrivelmente bem, cuidando de cada um da melhor maneira possível. Com o tempo, as mulheres e crianças do clã começaram a frequentar o consultório para realizarem check-ups e consultarem seus filhos pequenos. Cheguei até a ganhar alguns presentes como cestas de frutas, flores, pães, sempre ficava agradecida pelo carinho de todos.

Os soldados também eram muito amigáveis quando iam tratar de algum hematoma, fratura ou até mesmo cortes.

Em relação a Angelo, raramente o vejo. Da última vez, estava acompanhado por uma moça, que julgo ser sua namorada ou noiva, os dois pareciam bem próximos, visto que conversavam animadamente. Por sorte não me viram, pois não gostaria de encará-lo depois daquela noite no consultório.

Já estava chegando em casa, quando avisto Angelo com a tal moça, os dois andavam lado a lado. Tentei subir em silêncio as escadas até meu quarto, mas não obtive êxito, foi então que ouvi um questionamento...

- Quem é ela? - Disse a moça em tom de curiosidade.

- Essa é Martina, a médica que realiza os atendimentos ao clã. - Respondeu Angelo.

- Martina, essa é Ana. - Disse nos apresentando.

- E por que ela fica em sua casa? Os empregados não deveriam ficar em casas separadas do líder? - olhou para Martina a avaliando de cima a baixo.

Pude ver a estranheza no olhar de Angelo frente ao questionamento de Ana. Mas antes que pudesse responder, ela se pronunciou.

- É um ótimo líder Angelo, vejo isso na forma como trata aqueles que trabalham para você. Um bom líder, cativa seu povo. - Disse altiva.

- Se não se incomodam, vou me retirar para meus aposentos. - Era a primeira vez naquela conversa, em que Martina dizia algo.

Angelo então se direcionou ao escritório com Ana, enquanto Martina foi para o quarto tentar descansar de mais um dia repleto de atendimentos.

Foi então que no meio da noite ouviu alguns sons vindos do quarto ao lado, pareciam gemidos. Martina teve que improvisar uma cama com lençóis e travesseiros na varanda para dormir o mais longe possível daquele barulho absurdamente irritante.

No dia seguinte, ao sair cedo do quarto, arrumada para mais um dia de trabalho, pôde ver uma figura andando pelos corredores da casa, somente vestida com uma toalha enrolada ao corpo. Ana então olha para Martina com a feição despretensiosa.

- Bom dia. - disse adentrando novamente no quarto de Angelo.

- Bom dia. - Martina tenta ignorar a sena que acabou de ver e caminha em direção ao escritório. Havia perdido até a fome naquela manhã, então decide iniciar os trabalhos para ocupar a mente.

~ Angelo

Acordo no dia seguinte com Ana aninhada ao meu corpo, tivemos uma noite incrível juntos. Talvez não fosse tão ruim casar e ter alguém de prontidão para saciar meus desejos mais íntimos.

Após sair do banho, vejo Ana enrolada em uma toalha adentrando ao quarto com uma bandeja de café da manhã nas mãos.

- Bom dia, trouxe café para você. - Disse toda contente.

- Obrigado, mas não estou com fome. - Digo seco.

- Amorzinho, quero falar com você sobre nosso casamento, quando podemos marcar? Os anciãos do conselho já estão nos cobrando uma data.

- Deixe que esperem quanto tempo eu quiser. Não estou certo sobre esse matrimônio, não ainda. Então não irei prender você a mim Ana, é livre para se unir em matrimônio com qualquer outro homem. Já que minha relação com você é estritamente contratual, pois não tenho nutrido sentimentos por você, a não ser o desejo sexual.

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