~ Martina
Os próximos dias foram meio monótonos, trouxeram aos aposentos onde estava hospedada alguns pertences pessoais, roupas, livros didáticos, equipamentos. No entanto, não pude acompanhá-los até minha casa, visto que Angelo informou aos guardas que eu estava terminantemente proibida de sair do território deles. Então passei os dias dentro do quarto, lendo meus livros e me preparando para quando fosse atender os possíveis pacientes desse lugar.
As vezes ficava impressionada com o quanto eram organizados, parecia até um universo paralelo ao mundo exterior. Estava em uma espécie de condomínio com casas, ruas, automóveis. As pessoas eram sempre muito silenciosas e reservadas, me sentia até um peixe fora d'água neste lugar.
Finalmente havia chegado o dia em que o posto de atendimento médico ficaria pronto, isso de certa forma me deixava contente, pois poderia pelo menos exercer a profissão que tanto amo.
Acordo bem cedo com batidas na porta de meu quarto, já estava pronta com meu jaleco e alguns utensílios na bolsa. Abro a porta e vejo que Gustavo estava me esperando.
Pelos dias que estive presa neste lugar, pude observar as pessoas e descobrir um pouco sobre cada um. Ao que parecia, Gustavo era o braço direito de Angelo, um homem moreno, alto, cabelos levemente ondulados, corpo robusto e musculoso , olhos pretos profundos, que ao encararem, automaticamente deixariam qualquer um intimidado.
- Bom dia, vim acompanhá-la e passar algumas instruções sobre seus serviços como médica.- Disse sério.
Diante disso, fomos andando até o posto de atendimento médico. Ao entrar pude ver equipamentos novos de ponta instalados no local, que apesar de ser relativamente pequeno, era perfeito para realizar cirurgias, atendimentos e até mesmo isolamento em caso de epidemias.
- Você trabalhará sozinha, não haverá enfermeiros ou técnicos para a auxiliar, são ordens do senhor Angelo. Todas as medicações estão dispostas nos armários e os equipamentos estão em pleno funcionamento. - Ouvia atentamente cada palavra de Gustavo.
- É bom que saiba que não terá plantões fixos, ou seja, quando alguém precisar ser atendido, você deverá estar a postos a qualquer horário do dia ou da noite. Bem, essas são as informações que tenho para você, caso precise de algo, aqui tem um telefone fixo e uma pequena lista dos números que poderá ligar para fazer as solicitações. Preciso que me confirme se entendeu - Gustavo olha fixamente para mim com a feição séria.
- E...en...Entendi. - Maldita gagueira que aparece somente em momentos inoportunos.
- Certo, seus pacientes podem chegar a qualquer hora, todos estão avisados sobre os seus serviços aqui. Bom trabalho. - Gustavo fala e se retira sem mais delongas.
Visto que o que me resta é apenas esperar, fui logo arrumando minha sala de atendimento, queria deixar parecida com a do hospital Florine, pois sentia falta de um cantinho de trabalho para chamar de meu.
Quando estava verificando os remédios, ouvi alguém adentrando ao local. Logo corro até a recepção para atendê-lo. Vejo que é um homem, com a mão no ombro, aparentemente ferido.
- Olá, você é a nova médica? Preciso de ajuda, acabei machucando o braço durante o treino. - Disse com feição de dor.
- Olá, pode me acompanhar até a sala de raio-x, para eu examiná-lo melhor.
Após verificar seu estado, pude constatar que seu ombro estava deslocado, então pedi para que sentasse num banquinho pequeno, quase rente ao chão. Peguei em seu ombro e fiz uma manobra para colocá-lo no lugar, passei um relaxante muscular e alguns remédios caso sinta dores nos próximos dias. Ele então me agradeceu e foi embora.
Após o primeiro atendimento, mais e mais pessoas chegaram no consultório, pude atendê-las com presteza. Praticamente a maioria dos casos se tratavam de pequenas lesões ou contusões durante treinamentos ou missões, nunca entravam em detalhes sobre o que de fato estavam fazendo para se ferirem com tanta frequência e sinceramente, não gostaria de saber.
O último paciente do dia foi atendido e quando olhei no relógio, já passava de meia noite, o dia passou voando e claramente, perdi a noção do tempo. Nem me dei conta de que não havia me alimentado durante o dia.
Fechei o posto e fui em direção a casa, quando estava andando pela rua, um carro preto parou ao meu lado. Ao abaixar o vidro, pude ver que se tratava de Angelo.
- Entre no carro! - Parecia irritado, então adentrei e sentei no banco do passageiro.
- Preciso que faça algo... - Então começou a desabotoar a camisa.
Fiquei extremamente nervosa, sentia meu rosto queimar. Precisava sair daquele carro, se não algo de muito ruim poderia acontecer.
Ao ver Angelo desabotoar toda a camisa é que Martina se deu conta do sangramento que havia na região acima do peito.
- Precisamos voltar ao posto de atendimento para eu poder examinar melhor. - Assim Angelo fez, retornando algumas quadras com o carro.
Os dois então entraram no local e Angelo trancou as portas por dentro. Sentou numa maca para que Martina pudesse ver melhor o ferimento, o toque delicado das mãos em seu peito despertou algo íntimo, fazendo o coração acelerar.
Martina então mergulhou alguns pedaços de algodão em soro para limpar o local do ferimento. Tentava ser o mais delicada possível, para que não sofresse repreeensões do homem que poderia matar seu irmão a qualquer momento, como consequência de suas ações.
Após limpar o local, fez alguns pontos e finalizou colocando gazes como curativo. Angelo olhava fixamente para todos os movimentos de Martina, o toque em seu corpo, que suavemente o deixavam arrepiado, mas logo caiu em si e viu que tal reação não era apropriada, então desceu da maca e saiu do local cantando pneus, sem ao menos agradecer ou olhar para trás.
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Atualizado até capítulo 72
Comments
Nucineide Neves
Índiota
2025-02-08
0
Socorrinha Lima
ogro esse homem viu.credooo
2024-10-05
1
Tania Maria
FDP mau educado,vai ficar de quatro
2023-12-28
3