Andei sem rumo, e tive a sensação de que estava sendo seguida. Entrei em uma sala, esperando que a pessoa passasse. Eu o puxei assim que pude. Era aquele homem que me ajudou.
— Pretende continuar me seguindo tão descaradamente assim por quanto tempo? — Estávamos muito próximos um do outro.
— Faço isso a bastante tempo, mas você apenas percebeu isso agora? — Ele sorriu orgulhoso de si.
— Não vai mesmo me dizer quem é você? Tenho uma ótima capacidade de dedução, se eu juntar as pessoas, tenho certeza de que saberei quem você é!
— Então, faça, quero ver o quão impressionante você consegue ser! — Ele aproximou ainda mais o rosto de mim.
— Você odeia Roberto, esteve infiltrado como um capanga de Lucius, provavelmente para roubar as informações que ele tinha sobre Roberto. Está em uma escola para filhos de mafiosos, que pertence a ele. Inclusive, me conhece bem, e ainda disse que já me seguia há bastante tempo. Tenho somente uma pergunta para você! Alguma vez tentou roubar o fornecedor de Roberto?
Sim, estava muito claro que ele não era alguém simples, já que é tão bom em se infiltrar, com toda certeza conseguiria fazer isso nessa escola também.
— Você é esperta!
— Levarei isso como um sim. Por que decidiu me ajudar, Lorenzo?
Ele deu um pequeno sorriso de canto e depois puxou uma mecha do meu cabelo.
— Apenas… Evite que matem Roberto, farei isso com minhas próprias mãos quando chegar a hora!
— Realmente? Não acho que seja algo fácil, mas farei o meu melhor.
— Isso é ótimo, podemos nos encontrar todos os dias, certo?
— Não estou interessada em tal coisa!
— Se quer minha ajuda, apenas faça. Aliás, se pretende que ele se preocupe, é bom ir para algum lugar depois da escola todos os dias sem dizer para ele onde é.
— Ainda não vejo vantagem, ele não vai simplesmente se preocupar comigo. Por enquanto, Benjamin está sendo “gentil”, mas não significa que se importa comigo.
— Então faça com que ele se preocupe! Primeiro vamos nos encontrar alguns dias, duas vezes por semana, tudo bem? Nunca diga para onde vai, e trate ele bem!
— Esse já era o meu plano desde o começo! Mas primeiro quero que ele se sinta culpado por mais um tempo!
— Não o culpe demais, pode acabar com um efeito contrário do que você quer!
— Eu sei, e aliás… Quando soltará o meu cabelo? — Ele olha para a própria mão, percebendo que ainda estava segurando meu cabelo.
— Acho melhor você voltar, seu breve sumiço já deve ser o suficiente! — Ele sai, e depois de alguns minutos faço o mesmo.
Voltei para sala, a professora quase não me deixou entrar por estar atrasada para aula dela. Dylan interferiu inventando uma desculpa maluca.
Mais tarde, pretendia voltar sozinha, mas Benjamin apareceu outra vez.
— Vou levar você para casa! — Ele segurou minha mão.
— Estarei indo a outro lugar agora! — Puxei e sai andando.
Até que a proposta de Lorenzo veio a calhar, mas eu não sabia ao certo onde o encontrar. Não precisei pensar muito, já que ele parecia estar me esperando do lado de fora da escola.
— Eu tinha certeza de que viria! — Ele estava encostado na parede, de braços cruzados.
— Não se acostume com isso, não vai acontecer mais vezes! — Revirei meus olhos, e ele sorriu para mim.
Lorenzo me guiou até o seu carro e abriu a porta para mim. Ninguém nos viu sair, já que fomos discretos. O carro dele estava estacionado um pouco longe da escola. Não sabia exatamente para onde estávamos indo, mas mesmo que ele tenha me salvado, ainda não confiava nesse cara o suficiente.
Depois de uns dez minutos, nós paramos em frente a um restaurante.
— O que você pretende? — Fiz careta.
— Apenas conversar apropriadamente, e eu sei que ele nunca te levou em tal lugar.
— Quer se comparar ao Benjamin agora?
— Não pode apenas ficar grata por te trazer aqui?
— Não? Você fez isso porque quis!
— Por que você é assim?
— Simplesmente não confio em você!
— Hump…
Entramos no restaurante, completamente vazio.
— Não deveria ter mais pessoas nesse horário?
— Não, eu aluguei o lugar!
— Por quê? Já tinha planos ou fez isso achando que eu iria encontrar você?
— Como eu disse antes, sabia que você viria!
Lorenzo é meio estranho, mas talvez ele esteja fazendo isso para ganhar minha confiança.
— Me diga, qual sua idade?
— Tenho dezenove. Esse é o meu último ano de ensino médio, então aproveite bem a minha presença! — Ele piscou. — Continuei com um rosto sério.
Fizemos o pedido, nem ao menos sabia o que era aquilo, já que escolhi o mesmo que Lorenzo.
— Sabe, acho que é injusto você saber a razão da minha vingança, e eu não saber a sua! — Cruzei meus braços e levantei a sobrancelha.
— Ele matou minha família! — De repente, ele pareceu abatido.
— Entendo, você está com razão… pensei que Roberto fosse alguém legal, mas não é bem isso.
— Ele realmente era, mas também teve suas razões. Naquele tempo, a máfia estava em guerra, e minha família era uma das mais influentes junto com a de Roberto. Ao invés de tentar ser aliados, os dois se tornaram inimigos. Um dia, ele mandou invadirem a minha casa, mataram meus pais e minha irmã de dois anos… Eu não estava presente naquele dia, por isso permaneci vivo.
— Ele não tentou matar você depois?
— Diversas vezes, mas fui bem protegido pelo meu tio. Ele cuidou dos negócios até que eu me tornasse maior de idade, acabei assumindo ano passado.
— Mesmo correndo perigo, acabou naquela escola, por quê?
— Eu me transferi para lá ano passado também, com uma identidade falsa. Eu queria investigar a família de Roberto, e tudo relacionado aos seus negócios. Decidi que iria tomar tudo dele, seus parceiros de negócios, seu dinheiro, sua escola, tudo! Depois disso, eu acabarei com a vida daquele homem sem piedade!
Fiquei em silêncio, analisando a situação.
— Procurei por um ponto fraco nessa família, e eles me deram exatamente o que eu precisava… você, Fernanda!
Lorenzo queria me usar, e eu também precisava dele. Era um benefício mútuo, mas não sabíamos como seria no futuro.
Conversamos por mais uma hora, e depois fomos embora. Ele me levou até perto de casa dessa vez.
— Onde esteve? — Benjamin apareceu de repente atrás de mim.
— Não é algo que você precise saber! — Comecei a caminhar, mas ele segurou meu braço.
— Fiquei preocupado… pensei que tinha acontecido algo.
Me lembrei das palavras de Lorenzo, se quero alcançar meus objetivos, não posso o culpar por tanto tempo.
— Eu só precisava de um tempo sozinha… mas, obrigada por se preocupar comigo.
(Não pensei que dizer isso iria me deixar tão incomodada.)
— Ah… De nada! Está com fome?
— Não.
(Que tal um pequeno drama?)
— Você precisa se alimentar direito!
— Está tudo bem, ultimamente não estou sentindo muita fome.
Benjamin estava realmente preocupado, assim como eu queria.
— Irei me retirar, tudo bem?
— Sim, claro!
Fui direto para o meu quarto. O resto do dia fiquei pensando no que fazer, tive algumas ideias. Talvez atormentar um pouco a vida de Dayse fosse interessante, mas não seria algo fácil a se fazer, já que ela tem tantos “protetores”.
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Atualizado até capítulo 110
Comments
Fênix
Eu realmente espero que no final ela não fique com Benjamin, pq vai ser bem estranho se ela , no processo , se envolver com ele.
2025-02-18
1
simone Jesus
Que história meia doida, oxe, embolada
2024-02-25
1
Eliene LN
espero que ela fique com Lorenzo.
2023-06-10
3