Benjamin entrou, e como eu não queria ser acompanhado por Lucius, Roberto me levou até o altar. Estava cheio de pessoas que nunca vi na vida, e também repórteres. Pelo que sei, os negócios da máfia de Roberto são por baixo dos panos, e para cobrir, ele é dono de uma prestigiada escola, o lugar onde a maioria dos filhos dos mafiosos mais poderosos do país estão.
Olhei para frente, vendo que Benjamin estava tentando se obrigar a sorrir para não manchar a reputação do pai. Quando Roberto junta as minhas mãos com as de Benjamin, ele nem ao menos olha nos meus olhos. A cerimônia seguiu tranquilamente, às vezes eu olhava para Benjamin, e percebia o quão triste ele estava.
No momento em que perguntaram se ele prometia me amar, suas mãos tremeram. Pensei que ele não fosse dizer, mas acabou saindo de um jeito trêmulo.
— Prometo…
Na minha vez, eu respondi normalmente, mas também não havia sentimentos de alegria ou tristeza, já que eu me contentei com a vida que levaria antes mesmo de saber como seria.
— Prometo!
O casamento foi no jardim, mas a festa foi em um grande salão que tinha na casa, dizendo eles ser para a minha segurança e de Benjamin. Vários convidados me cumprimentaram, mas eu nem sabia quem eram. Lucius estava aqui com uma mulher, e foram eles que assinaram por mim. Pelo visto, Lucius me registrou como filha daquela mulher, minha mãe nem ao menos esteve presente.
Ele não veio me parabenizar uma única vez, não que eu quisesse isso. Após ficar tanto tempo lá, me senti cansada, e acabei me retirando mais cedo. Benjamin aproveitou a oportunidade para fazer o mesmo.
Mais tarde, fiquei sabendo que havia um novo quarto preparado para mim e Benjamin usarmos. Eu não queria ir para lá, mas não tive outra escolha. Como o esperado, ele não iria aparecer. Eu tinha certeza de uma coisa, nesse momento ele está com ela. Para mim, isso é totalmente irrelevante.
Já eram quase duas da manhã, ele ainda não havia voltado. Foi então que decidi voltar para o meu quarto. Assim que abri a porta, Benjamin apareceu.
Ele passa por mim como se eu não fosse nada.
(Por que ele está fedendo a álcool?)
— Você bebeu?
— Não é da sua conta! — Ele se joga na cama.
— Por acaso foi rejeitado?
— Cala a boca! Isso é sua culpa! — Ele joga o travesseiro em minha direção.
— Eu já te falei, não foi escolha minha casar com você!
— Não me importa… Se não fosse esse casamento…
— Conta logo, o que ela te disse?
Ele continuou com a cara no travesseiro.
— Dayse está magoada por conta do casamento… ela me disse que não quer me ver por um tempo.
(“Por um tempo”, ela é bem dramática.)
— Olha, eu vou para o meu quarto, então fique tranquilo para chorar sozinho.
Eu estava insensível, mas ele não era o único que estava nisso contra a vontade.
— Não podemos…
— Não podemos o quê?
— Você não leu o contrato? Temos que dormir juntos pelo menos uma vez por semana, começando por hoje.
— Fala sério? Tinha mesmo isso lá?
— Para que eu mentiria? Você não me atrai em nada.
— Você sabe que sou parecida com a Dayse, certo?
— Ela ainda continua sendo mais atraente do que você. Além disso, você é muito brega!
— Desde quando você se tornou estilista?
— Pare de falar e deita logo! Quero dormir, minha cabeça está doendo.
— A culpa é sua por beber demais.
Eu me deito ao lado dele, mas bem afastado. Ele dormiu em pouco tempo. Benjamin também chamou o nome dela algumas vezes, pedindo para que não o abandonasse.
Quando acordei, ele já não estava na cama. Voltei para o meu quarto rapidamente, afinal nem mesmo acabei tirando o vestido de noiva.
— Parece que não aconteceu nada entre vocês… —Noah me assusta.
— Isso importa?
— Claro, meu pai te trouxe aqui para que o meu irmão se apaixone. Ele não esquecerá a Dayse se você apenas aceitar as traições dele.
— Sabe, se ele quiser continuar amando ela, não posso interferir. Não irei me humilhar por alguém que não amo, muito menos me tornar uma vilã em uma relação como essa.
Continuo caminhando até o meu quarto. Noah me segue.
— Ele ao menos dormiu no quarto com você?
— Para sua felicidade, sim. Mas ele não apareceria se ela não tivesse rejeitado ele.
— Então ele se encontraram novamente depois do casamento… — O rosto de Noah parece triste.
Algo me diz que tem algo por trás.
— Noah, não me diga que você também ama a Dayse?
Ele se surpreende com minhas palavras.
— Você está imaginando coisas, Fernanda!
— Sabe, eu sou ótima em ler as expressões das pessoas. Me diga, ela também enganou você?
Ele para de andar.
— Podemos falar disso em outro momento?
Aceno com a cabeça.
— Antes, deixe te dizer algo. Provocar seu irmão falando daquele jeito da Dayse, não enganará os sentimentos que você tem. Eu não sei muito da história, mas me parece que você se sente mal por ela não ter escolhido você. Talvez… — Eu me viro para ele. — Você vê no seu irmão sua própria pessoa, o julgando, mas sabendo que se ela tivesse te dito sim, estaria na mesma situação que ele.
Noah parece abalado.
— S-Sabia que sua personalidade é parecida com a do seu pai? Você fala sem se importar se isso ferirá os sentimentos de alguém. O quão diferente dele você é? — A voz dele está trêmula.
— Pelo que ouvi sobre Dayse, ela é bem pior que eu. Então é de família? Deve ser por isso que ela fez o que fez. — Respiro fundo. — Noah, você quer acreditar que ela não fez essas coisas, mas no momento em que ela esteve com você, seu pai e seu irmão e também o seu primo ao mesmo tempo, já demonstra que tipo de pessoa ela é.
Noah não me responde, apenas se vira e sai. Eu não sabia que minha personalidade era parecida com a daquele homem, preferia não saber disso, mas também não fui justa com o Noah, então não posso reclamar.
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Atualizado até capítulo 110
Comments
Larissa Barbosa
Nossa eles levam a sério a fala "tudo em família " Charlotte é uma gulosa
2023-03-06
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