Eu não sei bem o que aconteceu, mas percebo que estou em uma cama enorme.
— Ahn? — Era um lugar completamente desconhecido.
— Você acordou! — Um homem estranho caminha até mim. — É seu aniversário?
— Sim…
— Você é mesmo a minha filha.
(Ele é meu pai?)
— Não coloque expectativas, sua estadia aqui é apenas temporária. — A voz dele mudou para um fim de desprezo.
Eu não respondi.
— Antes de ir para o seu lugar de destino, gostaria de ver sua mãe?
Aceno com a cabeça. Sigo ele até um lugar estranho. Ele abre a porta, e percebo que minha mãe estava amarrada.
— Mãe?
— Fernanda?
Corro até ela, percebendo seus machucados.
— O que fizeram com você? — Olho com raiva para o homem.
— Que olhar feroz, não tem como negar nossas semelhanças.
— O que quer da gente?
— Não me olhe assim, eu odeio pessoas que acham que podem me enfrentar! — Ele aperta minhas bochechas com força.
— Deveria ter medo das suas ameaças? — Demonstro todo o meu ódio.
— Filha! — Minha mãe suplica com os olhos.
— Não é o suficiente manter sua mãe viva?
Mesmo sem saber o que ele queria de mim, não retruquei pelo bem da minha mãe.
— Agora que já se viram, chegou o momento de ir!
— Espera, mas acabei de che… — Ele me interrompe derrubando um abajur velho que estava em uma mesinha.
— Eu não ligo, agora vamos antes que eu perca a minha paciência!
Abraço a minha mãe rapidamente e o sigo.
Percebo que a casa é bem grande.
— Levem-na. Não deixe que minha esposa ou Dayse a vejam!
Ele se vira e sai, sem nem mesmo me dizer para onde vou. Completamente quieta, eu entro no carro. Aproximadamente trinta minutos depois, chegamos a uma residência enorme.
As pessoas que me levaram, me arrastaram do carro com força. Ao lado de fora, uma pessoa me esperava.
Antes que ele me guiasse para dentro, escuto gritos.
— Desgraçado! Eu te avisei para não falar assim dela! — Um homem está socando o outro.
— Eu menti? Por acaso acha que a Dayse é um anjo?
(Dayse? Foi esse nome que o tal Lucius mencionou.)
— Eu te disse para calar a boca!
A pessoa que iria me guiar corre até eles para separá-los.
— Parem! — A pessoa é jogada para trás com força.
Eu não tinha certeza se deveria intervir, mas logo nem mesmo precisei, já que um deles me notou.
— Oh, parece que sua futura esposa acabou de chegar! — O que estava apanhando sorri para mim.
(“Futura esposa”?)
O outro se vira para mim com um olhar de fúria. Logo, ele caminha até onde estou.
— Se você sabe o que é bom para você, vaza daqui!
(Sério? Acha que estou aqui por que quero?)
— Não acredito que tiveram a coragem de mandar alguém para cá, você parece um pouco com ela, mas nunca será a Dayse. — Ele fala em um tom de desprezo.
— Eu não estou aqui porque quero!
— Isso não me importa!
Logo, o outro homem todo machucado caminha até mim.
— Ignore esse idiota! Ele está assim porque a mulher que ele ama é uma golpista!
— Te disse para não falar assim dela!
Antes que ele pudesse avançar em cima do outro de novo, alguém aparece.
— Benjamin, Noah, parem agora! — O homem olha irritado para eles. — Entrem agora e me esperem na sala!
Eles fazem o que ele diz sem reclamar.
— Me desculpe pelo transtorno, meus filhos são um pouco incontroláveis. — Ele abre um sorriso. — Espero que possamos nos dar bem, sou Roberto! Me acompanhe até a sala para podermos conversar melhor!
Aceno com a cabeça. Logo, encontramos os dois sentados um longe do outro.
— Esse é o meu filho caçula, Noah. E aquele com a cara fechada, é Benjamin, a pessoa com quem você irá se casar!
— C-Casar?
— Ahaa… Vai dizer que não sabia os planos da sua família? Acha que eles te venderam para quê? — Benjamin me olha com desprezo.
— Benjamin! — Roberto o encara.
— Fernanda, espero que se sinta à vontade aqui. Meu filho é meio grosseiro agora, mas tenho certeza de que com o tem…— Benjamin interrompe o pai.
— Não, eu nunca irei amar ninguém além da Dayse!
Roberto bate a mão na mesinha com força.
— Eu te avisei para esquecer essa golpista!
— O que te faz achar que essa daí vai ser diferente dela? Afinal, as duas são irmãs!
— Ela não cresceu com Lucius, então não há relação entre ela e a família. Agradeça que com esse casamento, podemos conseguir recuperar um pouco do orgulho que você nos fez perder por culpa daquela garota!
Benjamin rangeu os dentes.
O clima estava pesado, e parecia que só ia piorar.
— Eu me sinto cansada, tudo bem se conversarmos mais tarde?
Sair foi a única saída que encontrei, pelo menos no momento.
Roberto me disse que alguém iria me acompanhar até o quarto, então esperei do lado de fora da sala. Logo, Benjamin que apareceu.
Ele agarrou meu braço e me puxou para longe da sala.
— Não pense que vou pegar leve com você! — Ele me joga contra a parede.
— Não desconte em mim suas frustrações!
— Ha… Farei da sua vida aqui um inferno!
— Alguma novidade para mim? Minha vida não era boa de qualquer forma.
O olhar dele amolece por alguns segundos, mas logo, voltou ao que estava antes.
— Se ainda tem dignidade, desapareça dessa casa!
— Eu não posso fazer isso, ele vai matar a minha mãe se eu sair daqui!
— O que tenho a ver com isso?
— Você é realmente uma pessoa horrível… eu não amarei ninguém assim, nunca!
— Não me ame mesmo, porque se o fizer, pode ter certeza de que irá sofrer!
— Já me odeia tanto sem nem mesmo me conhecer…
— Você é filha daquele homem, olhar para você me enoja.
— E por que só a mim? Dayse também é filha dele, afinal.
Ele dá um murro na parede.
— Não mencione com essa boca suja o nome dela! Dayse é apenas uma vítima da sua família, ela foi obrigada a fazer o que fez pelo pai!
— Se ela fosse uma pessoa tão boa assim, por que ela não veio aqui ao invés de mim? Se ela te amasse, não viria até aqui arrependida?
Vejo um pouco de tristeza no olhar dele.
— Cala a merda da sua boca! Dayse me ama, se não fosse você…
— Se não fosse eu o quê? Acha que algo seria diferente? Tenho certeza que não, eu estou aqui apenas para salvar a pele da sua amada, que nem ao menos teve a decência de encarar os próprios erros! Não sei o que ela fez, mas tenho certeza que ela estava bem ciente.
Com raiva, ele sai me deixando sozinha.
Minutos depois, uma emprega aparece e me guia até o meu quarto.
Eu sabia que a minha vida aqui não seria pacífica apenas olhando para o rosto da pessoa que tenho que passar o resto da vida.
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Atualizado até capítulo 110
Comments
Thamires Fernanda
comecei a ler dia 21 de novembro de 2024
2024-11-22
1
Geane Fernandes
Comecei a ler dia 14/02/24 e já estou gostando.
2024-02-14
2
Maria Jose de Oliveira Freitas da Silva
tá ficando interessantes demais
2022-11-07
3