Eu estava me arrumando para ir à escola, assim como Roberto pediu, fui até Benjamin logo cedo.
— Podemos conversar? — Assim que perguntei, ele revirou os olhos.
— O que você quer? — Ele estava arrumando o cabelo, e nem mesmo olhou para mim.
— Vamos para a escola juntos hoje…
Ele soltou o pente e me olhou como se aquilo fosse a pior coisa do mundo.
— Vou com Dayse…
Respirei fundo, aquela era a primeira tentativa, se depois do que eu disser, ele falar que não, vou apenas ir sozinha.
— Tudo bem, então vou com Noah. — Tive uma certeza, Benjamin ficou incomodado pelo que aconteceu com Noah, e isso poderia o afetar.
— Espera! — Parei na porta e sorri sem que ele visse. — Você vai levar minha bolsa. — Ele jogou a bolsa em mim com tudo.
Em uma situação normal, eu jogaria ela bem na cara dele, mas tenho que ser paciente… Ele terminou de arrumar, e eu o segui.
— Por acaso se apaixonou por mim? — Nunca, era o que eu queria dizer, mas eu sorri e dei uma resposta completamente diferente.
— Roberto me pediu que devemos tentar agir mais como um casal já que estamos sendo vigiados. Ele acredita que se pensarem que você me protege, ficarei segura.
Apesar de que isso não é nada bom, pois é mais fácil ser sequestrada por ser alguém importante para essa família.
Entramos no carro.
— Você sabe dirigir?
— Tsk, é claro!
Me sentei no banco da frente, mas o olhar dele foi assassino. Eu entendi, provavelmente ele passaria para buscar Dayse.
Fui para o banco de trás, e eu realmente estava certa, ele passou para buscá-la.
Encarei a casa em que ela morava fixamente, pensando em que parte minha mãe estaria.
— Sente inveja da vida que ela levou? Não deveria querer algo que não é seu, afinal você é uma bastarda na família de Lucius. — Benjamin estacionou o carro e me olhou friamente.
— Você tem mesmo o direito de dizer isso? Pelo que sei, você e Noah são filhos de mães diferentes, isso torna um de vocês “bastardo” também…
Benjamin ficou irritado e abriu a porta do carro me jogando para fora. Eu caí arranhando meus joelhos.
— Lave bem sua boca para falar da minha família! Você não sabe de nada!
Essa era a resposta, com toda certeza ele era o filho “bastardo”, mas ainda sim se tornaria o herdeiro de Roberto.
— O que está acontecendo, Ben? — Dayse me olhou como se fosse um lixo.
— Essa coisa… Digo, não é nada que você deva se importar! — Benjamin cuspiu na minha saia.
(Que nojo, quero queimar isso…)
— Ha… Te ver assim é tão emocionante, por culpa da sua mãe, a minha entrou em depressão! Ver você e aquela mulher pagar, é tão gratificante de se ver. Repare bem nessa casa, tudo isso é meu! Sou a herdeira legítima, e você uma bastarda, saiba bem, Fernanda, nada disso será seu! — Dayse pisou em cima da minha mão.
(Paciência, Fernanda!)
Apertei meus punhos, querendo ensinar uma lição a esses dois, mas para salvar minha mãe, preciso tirar informações de Dayse.
— Ben, eu não quero ir no mesmo carro que essa coisa! Por favor, depois lave seu carro!
— Claro, eu não vou deixar que isso aconteça novamente!
Os dois me olharam com desprezo, depois entraram no carro e saíram, me deixando ali mesmo.
— Hump… ah, passar por tudo isso valeu a pena, ele me deixou mesmo para trás exatamente no lugar onde queria vir. — Me levantei e olhei para aquela casa.
(Mãe, me espere por favor!)
Tinha vários seguranças, mas estranhamente, consegui entrar na casa.
Procurei por bastante tempo, até que finalmente encontrei minha mãe.
Minha mãe estava mais machucada que antes, meu coração doeu a ponto de querer quebrar tudo.
— Mãe! Acorda! — Ela abriu os olhos lentamente.
— Filha, você precisa ir embora… —Ela estava completamente sem forças.
— Mãe… vou tirar você daqui, tudo bem? — Eu tentei desamarrar as cordas, mas alguém me puxou.
Fui jogada contra a parede com força, minha cabeça acabou batendo.
— Argh…
— Estou começando a duvidar que seja mesmo minha filha! — Lucius apareceu bem na minha frente. — Vi você assim que chegou aqui, não pensou que estava muito fácil entrar aqui? É mesmo tão idiota assim?
— O que você quer de mim? — Eu o olhei furiosamente.
— Traga ele! — Lucius faz sinal com a mão, e um homem joga alguém encapuzado no chão.
O homem puxou o capuz da pessoa, e era meu pai que estava ali caído, aquele mesmo que havia me vendido.
— Que reencontro lindo de família, uma pena que será a última vez que irão se ver! — Lucius riu.
— Pai! — Ele me olhou, estava tão acabado que fiquei surpresa.
Subitamente, um dos capangas de Lucius me amarrou e ficou me imobilizando para garantir que eu não conseguisse me soltar. Um deles, entrega equipamentos de tortura para Lucius, que sorriu como um maníaco. Ao invés de vir até mim, ele chicoteou minha mãe, e depois meu pai inúmeras vezes. Eu gritei, mas ele ignorou totalmente as minhas súplicas.
— Quero que veja bem o rosto deles agora, Fernanda! A mulher que fugiu de mim, e o homem que a acolheu com a filha de outro homem. Eles merecem sofrer, e você também. Para que isso seja mais torturante, saiba que esse homem que você chama de pai, nunca te vendeu! Eu o ameacei dizendo que mataria ela, e ele cedeu! — Lucius apontou para minha mãe.
— Desgraçado!
A cada tentativa de me soltar que eu fazia, o homem que estava me segurando agia. Eram chutes, tapas, arranhões.
Lucius chicoteou novamente a minha mãe.
— Aargh… —Ela nem mesmo tinha mais forças para gritar.
De repente, ele tirou uma arma da cintura, e apontou em minha direção. Andando lentamente até onde eu estava, não senti medo, pois preferia que fosse eu do que meus pais.
— É inútil, isso não é o suficiente para me satisfazer! Fernanda, você não é mais necessária para mim, Dayse está convicta de que Benjamin matará o pai para conseguir herdar seus negócios, e com isso, tudo será meu, já que ele é um idiota! Se você continuar na jogada, pode atrapalhar nossos planos, então é melhor me livrar de você agora!
Ele destravou a arma, e eu fechei meus olhos esperando pelo meu fim. Lucius encostou a arma na minha cabeça, mas logo em seguida tirou.
— Abra os olhos! — Eu o fiz.
Assim que abri meus olhos, ele apontou a arma para a minha mãe, atirando na cabeça dela.
— MÃEEEE! — Gritei me debatendo, o homem que me segurava apontou uma arma para a minha cabeça, e Lucius se virou em direção ao meu pai.
— Diga adeus, Fernanda! — Ele atirou no meu pai.
Naquele momento, eu perdi tudo que era importante para mim, juntamente com a minha vontade de viver. Eu não ouvia mais o que Lucius falava, apenas um som agudo penetrante.
Lucius agarrou meu rosto, me obrigando a olhar para ele.
— Seus olhos parecem tão sombrios agora, assim não tem graça matar você! Desamarrem ela!
Após ser solta, corri para cima de Lucius, mas seus capangas me seguraram.
Eu decidi que mataria ele, pelos meus pais.
— Te darei cinco minutos de vantagem, fuja! Se conseguir ficar viva até o fim do dia, não tentarei te matar por enquanto. Se sobreviver, sua missão será se livrar de Roberto, te deixarei em paz depois disso! — Lucius saiu andando. — Deixem que ela saia!
Eu corri, mas não porque queria viver, e sim pelo desejo de matar Lucius com as minhas próprias mãos. Não me importava mais a vida, eu perdi o meu sentido, aquilo que me fazia querer viver. Agora, tudo que me resta é ódio, mesmo se eu não aparecesse aqui hoje, ele mataria meus pais, eu odeio esse homem!
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Atualizado até capítulo 110
Comments
Julia Santos
ha ha ha
uma família de bosta dessas hein
um povo fraco
marionetes
2024-09-24
1
Josefa Fonseca
boa noite agora acho que vai ficar bom
2023-11-15
1
Helena Oliveira Lena
tá ficando interessante faça ela virar uma mafiosa e se vingar
2023-01-16
5