(Aviso: Esse capítulo é relacionado aos acontecimentos do primeiro, onde ela narra os acontecimentos de antes daquele momento, as falas serão as mesmas, mas terão adicionais, e também a continuação dos fatos.)
Eu não sei exatamente onde eu estava, mas acabei correndo para o mais longe que consegui. Eu não ouvia os capangas de Lucius, mas ainda sim não era seguro para mim. Sim, como se fosse planejado, começou a chover. Em todos os momentos, justo agora?
Meus pés estavam doendo, e minhas lágrimas continuavam a cair, pois a memória da morte dos meus pais não saia da minha cabeça. O som dos tiros era como um tormento me lembrando a cada segundo a razão de estar fugindo. Eu estava desesperada, mas a verdadeira razão não era por medo de morrer, eu queria vingança… Eu iria viver, não deixarei que Lucius consiga o que quer, e muito menos que Benjamin possa ser feliz com aquela pessoa…
O desejo de vingança que me consumia era a única coisa que me impedia de desistir, eu queria parar e gritar, mas precisava ser mais forte do que isso. Corri tanto, mas ainda sim tinha certeza de que estava tão perto daquela casa… acabei chegando em um beco sem saída, então ouvi sons de passos atrás de mim.
Olhei para trás, esperando o fim iminente, mas, ao mesmo tempo, sentia que não deveria desistir, mas quem era eu contra pessoas armadas?
Um homem que eu não reconheci caminhou até mim, ele não me apontou uma arma, apenas… tocou minha cabeça? Por que ele está fazendo isso?
— Quem é você? — Retirei sua mão.
Ele não me deu resposta, mas eu sabia que tinha algo por trás. Pensei em correr, mas o seu olhar parecia penetrar a minha alma, sabendo exatamente as minhas dores. Logo, os capangas de Lucius apareceram. Sabia, ele apenas me segurou para que não fugisse. Ele se afastou de mim, e aqueles homens me jogaram no chão com força.
A chuva molhava meus cabelos, o vento frio me cercava. Eu não conseguia pensar em mais nada, meus joelhos fraquejaram. As gotas de água que caiam em meu rosto, se misturaram com minhas lágrimas.
Minha vida estava prestes a acabar, por que tinha que ser assim?
— Olhe para mim. — Ao mesmo tempo que diz isso, alguém toca meu rosto, quando vejo seus olhos, meu coração fica gelado.
Sim, era aquele homem… o mesmo que me segurou, eu ia morrer por culpa dele. Mas não era como se ele se importasse, o verdadeiro culpado era Lucius, afinal.
— Eu não quero te fazer mal. — Retiro sua mão com muita raiva, não aguento ver o rosto cínico dele.
— Por sua culpa estou aqui. — Minhas palavras parecem não afetar ele, seu olhar me enche de arrepios, ele está muito próximo.
Quem é esse homem? Por que seus olhos estão assim?
— Posso salvar você! Afinal, não sou eu o culpado… — Ele tem razão, não é o culpado, mas eu não acredito em nada do que ele diz, como posso confiar em um mafioso?
— O que você quer em troca? Pessoas como você nunca fazem nada sem receber nada por isso. — Ele continua calmo, me olhando. Eu não tenho utilidade para um capanga, por mais que ele esteja na máfia.
Tem algo errado, ele começa a sorrir e se afasta, os homens que me agrediram antes, estão vindo novamente na minha direção. Eles me agridem novamente, e vejo o rosto do causador do meu sofrimento, após mais ou menos cinco minutos ele se aproxima.
— Você não precisa saber o que quero, quando eu precisar de você, terá que me atender imediatamente, entendeu? — Ele estende a mão para mim, mas eu me recuso a pegar. — Sei tudo sobre você, e saiba que não sou eu que estou te causando tanto mal como você deve estar pensando, contanto que eu esteja perto de você, ninguém pode te machucar, mas se eu me afastar, você sofre.
Isso é um aviso? Ele quer dizer que sua influência é forte o suficiente para me manter a salvo? Deixar que eles me espanquem não é a melhor forma de me mostrar isso. Mas o que eu deveria esperar de alguém como ele?
Eu não aguento mais, e tudo fica escuro. Quando acordei, estava com roupas limpas, meu cabelo ainda estava um pouco molhado. Olhei ao redor, mas não reconheci o lugar onde estava. Não demorou muito tempo até que o homem daquele momento aparecesse.
Eu o olhei friamente com a guarda alta.
— Fernanda Carmono, certo? Seu pai não foi muito bom com você… — Ele se sentou em uma cadeira em frente a cama que eu estava deitada.
— O que você quer? Não foi o suficiente o que fez para mim?
Ele riu, parecendo se sentir insultado.
— Eu te disse, não é culpa minha! Eu não te agredi, mas também não poderia te salvar já que estou infiltrado. Se eu impedisse que eles fizessem aquilo por mais tempo, nós dois seríamos mortos. Sei que não é isso que você quer, é o mesmo para mim!
— Quem é você, afinal?
— Você vai descobrir em breve… deve estar se perguntando por que eu te salvei, certo? Acabei de colocar minha cabeça em risco fazendo isso. Perdi meu disfarce naquele lugar, então saiba que você me deve agora…
— Eu não pedi para ser salva!
— Realmente não, mas você quer vingança, certo? Posso te proporcionar isso.
— O que você quer que eu faça? Tenho certeza que não me ajudaria de graça.
— Claramente, eu apenas quero que Roberto pague pelos crimes que cometeu. Assim como você quer fazer o mesmo com Lucius.
— Por acaso você é diferente deles? Não me julgue por odiar pessoas como você…
— Está tudo bem, tenho o mesmo pensamento, eu odeio a máfia, mas estou nela. Eu também tenho as minhas razões, assim como você.
— Então, que tal ir direto ao ponto?
— Apenas continue vivendo como esposa de Benjamin, use isso ao seu favor. Estou observando vocês a todo o momento, então não se preocupe, quando eu precisar de você, a convocarei.
Provavelmente ele queria que eu vazasse informações, Roberto realmente foi bom comigo, mas o que eu poderia fazer? Aquela família era a causadora de todos os meus problemas, junto com os Carmono.
— Tudo bem… Mas você precisa me ajudar quando eu necessitar. Daqui a um ano, se Benjamin disser que não me ama, serei livre dele.
— Não seria melhor fazer ele se apaixonar por você e deixar com que sofra? Sei como ele te trata.
— Ah, eu pretendo sim fazer isso, mas Benjamin ainda precisa escolher Dayse no final. Você não entenderá agora, mas destruirei a relação ilusória que os dois tem. Farei com que ele esteja balançado com os seus sentimentos, mas não o suficiente para deixar Dayse por mim.
— Basicamente você quer que ele perceba no momento em que ela o trair, que você foi a única que esteve ao seu lado. Você é intrigante, Fernanda!
— Arrependimento é a melhor forma de fazer com que ele pague, afinal ele ainda vai me maltratar muito durante esse tempo. Quando chegar a hora, não importa quem você seja, me acolha!
Ele sorriu, acenando com a cabeça.
— Por favor, pode me devolver minhas roupas? Gostaria de voltar agora.
— Elas estão sujas, e continua chovendo forte lá fora.
— Não importa, preciso parecer o mais lamentável possível!
Ele entendeu o que eu queria, e trouxe as minhas roupas.
Após vesti-las, ele me deu carona até um pouco longe da casa de Roberto. Para que meu plano desse certo, precisava aparentar estar pior.
Já era noite, então o momento estava perfeito. Caminhei devagar pela chuva, minhas roupas estavam completamente ensopadas e sujas, meus machucados estavam claros, preferi que aquele homem não me tratasse.
Assim que entrei pela porta, ouço gritos altos. Eu estava preparada para o próximo ato, e o meu plano de vingança havia acabado de começar.
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Atualizado até capítulo 110
Comments
}chelle_fofi{
ele é o Lorenzo né pq na sinopse diz
2023-08-07
1
Jacqueline
Espero que não seja outra história que no final ela perdoe o babaca e vivam felizes para sempre!
2023-04-17
2
Helena Oliveira Lena
é isso aí mesmo gostei ela tem que ser vinga deles
2023-01-16
4