Chefe W

...Madú...

Durante o trajeto fomos conversando casualmente, aproveitei pra tentar entender quem era o chefe e para onde estávamos indo.

— E aí Benj, pra onde estamos indo? — Perguntei.

— Pra casa do chefe, ele tem uma mansão em Codrinal.

— Codrinal? Estamos indo de carro até Codrinal? — Falei espantada. — Isso dá, o que, umas 10 horas de viajem?

— Mais ou menos isso.

— Caramba, mas porque o seu chefe veio procurar uma acompanhante aqui em Brésalen?

— Bom, o Ciclo Fenin é bem importante, eles são cuidadosos então é o melhor lugar pra essas transações.

— Entendi. E qual trabalho você faz para o seu chefe?

— Trabalho na linha de frente dos negócios. Sou o braço direito dele, somos quase irmãos, sabe. — Ele falava orgulhoso.

— Legal, e qual o ramo em que vocês trabalham?

Ele me olha e faz uma cara de dúvida.

— Computadores, consertamos computadores. — Ele responde e me deixa bem intrigada.

— Serio? Estranho...

— O que é estranho?

— Um carro de luxo, e mansão em Codrinal. — Falei meio que pensativa. — Dá pra ficar tão rico consertando computadores?

— Tanto da como ficamos. Madú deixa te falar uma coisa. O chefe tem os seus segredos, e o seu contrato tem prazo de validade, então quando acabar provavelmente vocês não vão se ver nunca mais, se não quiserem é claro. Então, pra você não importa o que ele faz ou quanto dinheiro ele tem.

— Eu sei disso, é só curiosidade mesmo.

— Deixa de ser curiosa tá. Não faça perguntas, porque ninguém vai te responder, só vão falar o que o chefe permitir, e você também não precisa falar nada da sua vida se não quiser.

— Ta bom. Vou guardar a minha curiosidade.

— Muito bem.

— Você mora na mansão? — Perguntei e o Benj começou a rir.

— Mas você não tem jeito né?

— A pergunta é sobre você, não sobre o seu chefe. A propósito, estou muito curiosa pra saber o nome dele.

— Você não vai saber o nome dele, para com essa curiosidade. E não, eu não moro na mansão, só fico lá às vezes.

— Você parece jovem, quantos anos tem? — Decidi mudar de assunto.

— 28. E você?

— Nossa achei que você tivesse uns 20. Eu tenho 25 anos.

— Você sim é jovem. — Ele então me olhou e franziu a testa. — Você parece cansada. Pode dormir se quiser, tô acostumado a fazer essas viagens longas!

— Não, tudo bem, eu não sou de dormir assim!

— Beleza!

Ficamos jogando conversa fora até que finalmente chegamos na mansão do chefe, e minha nossa que lugar lindo.

Eu nunca tinha estado em um lugar assim em toda a minha vida.

— Bem vinda a sua nova casa pelos próximos 4 meses. — Benj saiu do carro animado. — Vem!

Entramos na casa e eu fico que nem besta olhando pra todo lado, é realmente um lugar fascinante, tudo aqui exala muita riqueza. Não é possível que ele só conserte computadores.

Uma senhora vem até a minha direção.

— Olá senhorita Madú eu sou a Marisol, governanta da casa. Será um prazer te servir. Venha, vou te levar ao seu quarto.

— Certo, muito obrigada.

— A porta da frente é o quarto do chefe, você só poderá entrar lá com a autorização dele. O seu quarto é esse aqui.

Ela abre a porta do quarto e entra comigo, o quarto é muito bonito, amplo, tem uma enorme cama de casal, uma mesa de estudos, penteadeira e uma cadeira de balanço, mas pra frente tem um enorme closet, minhas poucas roupas vão se sentir humilhadas nesse espaço enorme, e no fundo tem o banheiro lindo, com uma banheira maravilhosa.

— Está do seu agrado? — Marisol falou, chamando a minha atenção.

— Com certeza. E onde está o chefe?

— Trabalhando, ele deve chegar para o jantar. Está com fome?

— Estou sim.

— Tome um banho e desça, vou mandar preparar algo para você e para o Benj. Com licença.

Ela sai e posso aproveitar esse quarto incrível. Arrumo as minhas poucas roupas no closet, fica muito engraçado, espaço enorme com quase nada de roupa lá. Depois vou tomar um banho de banheira pela primeira vez. Ai é uma delícia, aproveito e faço uma chamada de vídeo para o Lú.

— Amiga sua louca, que demora pra ligar.

— Amigo você não sabe, eu tô em Codrinal, numa mansão.

— O boy te levou pra Codrinal? Menina que loucura.

— Pois é, e eu tenho um quarto dos sonhos, olha essa banheira Lú.

— Maravilhosa, ta vivendo no luxo amiga. Então você se deu bem. Me conta como é o boy?

— Ainda não o vi. Foi um funcionário dele que me trouxe pra cá, um cara muito legal por sinal, acho que ele vai ser um bom amigo.

— Bom, ao menos você tá bem né. Vamos torcer para que o boy seja lindo, e te trate como rainha.

— Tomara. Eu só quero que passe rápido Lú, não vejo a hora de ver a minha família livre dessa ameaça.

Me despeço do Lú, termino o meu banho e desço pra comer. O Benj já estava na mesa da cozinha.

— Desculpa a demora eu aproveitei pra organizar as minhas roupas no closet.

— Tranquilo, o lanche ficou pronto agora. — Benj falou sorrindo como sempre.

Comemos na cozinha mesmo, ficamos conversando durante o lanche, jogando conversa fora, falando de filmes e músicas, o Benj é realmente um cara legal e engraçado.

— Vamos andar lá fora, vou te mostrar a casa da piscina, é lá que eu ou o Hernando e a Mercedes ficamos quando passamos um tempo aqui na mansão.

— Hernando e Mercedes?

— Eles são casados, trabalham pro chefe também, o Hernando é linha de frente como eu e a Mercedes cuida da papelada. Você vai conhecer eles em breve e o filhinho deles também, eu adoro aquele moleque.

— Porque ficam aqui e não dentro da mansão?

— A gente prefere assim, eu gosto de trazer as minhas garotas pra cá, e na mansão o chefe fica implicando, e o casal gosta de ter privacidade. Quando estamos os três aqui a gente disputa no par ou ímpar quem vai ficar na casa da piscina.

— Suas Garotas?

— É, o Benj é um espírito livre, e gosta muito de diversão, e garotas são muito divertidas. — Ele fala sorrindo com um cara de menino levado.

— Também usa o ciclo fenin?

— Usei uma vez, foi legal, mas prefiro casos de uma noite.

— Você é uma figura Benj. — Falei rindo.

Sentamos na espreguiçadeira perto da piscina e continuamos a conversa até que uma figura masculina veio em nossa direção. Era um homem alto, forte, moreno, nossa esse deve ser o homem mais sexy que já vi na vida.

O Benj se levanta e eu faço o mesmo, não consigo parar de olhar pra esse homem e ele também me encara, parece estar me devorando com os olhos, eu não tenho dúvidas, esse é o chefe.

— Como vai chefe?

— Ótimo Benj, serviço finalizado. — Ele diz ainda me olhando.

— Maravilha. Bom eu vou entrar, vejo vocês no jantar.

O Benj sai e eu fico parada de frente pro chefe, nem sei como reagir e fico esperando ele falar alguma coisa. O Olhar dele sobre mim é tão penetrante que começo a tremer.

— Como vai Madú? — Eu não sei bem, mas uma eletricidade percorre o meu corpo quando ele diz o meu nome, foi a mesma coisa quando escutei a voz dele no telefone.

— Vou bem, obrigada.

— Gostou da casa?

— É perfeita, o senhor tem muito bom gosto, adorei o quarto.

— Não precisa me chamar de senhor.

— E como devo te chamar, de chefe? — Eu estava muito curiosa pra saber o nome dele.

— Pode chamar assim se preferir, mas quando você goz@r, — ele diz isso e se aproxima de mim, ao ponto de chegar perto do meu ouvido e sussurrar. — quero que me chame de W.

Sinto as minhas pernas tremerem, quase perco as forças.

— É... como... como quiser W. — Chamei ele de W e minha voz falhada acabou ficando meio sexy até. Caramba, o que deu em mim?

— Eu quero te deixar descansar hoje e iniciar a nossa experiência amanhã, mas se me chamar de W outra vez eu não vou resistir. — Ele me pega pela cintura com uma mão e segura minha nuca com a outra e me puxa, o meu coração está tão acelerado que acho que dá pra ouvir os batimentos. Ele me olha morde os lábios e em seguida me beija, intenso e necessitado, eu correspondo na mesma intensidade. Que beijo, eu me sinto fraca quando ele se afasta, demoro a abrir os olhos e devo estar aparecendo uma virgem em seu primeiro beijo. — Perfeita! Vou me ajeitar para jantarmos. Até mais tarde.

Ele sai e eu caio sentada na espreguiçadeira. Que loucura foi essa? Que homem é esse? Talvez esse contrato não seja o sacrifício que imaginei.

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