Os pesadelos voltaram

...Madú...

Hoje faz um mês que estou aqui na mansão do W, o tempo está passando super rápido, mais 3 meses e estarei indo embora daqui.

É estranho pensar em ir embora, sinto falta dos meus pais, do Lú, da Sofia, nossa, a barriga dela deve estar enorme, ela está no 5° mês da gestação, quando eu voltar vai estar prestes a dar a luz. Mas ainda assim eu me sinto esquisita em pensar que meu tempo aqui nessa casa está cada dia mais curto.

Eu tenho dormido tão bem ao lado do W, há dois anos que eu não sei o que é dormir sem usar remédios e sem ter pesadelos horríveis. E agora durmo em paz abraçada a ele.

— Tá pensando em quê? — Ele perguntou enquanto alisava meus cabelos.

— Que já faz 1 mês que estou aqui. — Respondi.

— Sério? Passou tão rápido.

— Pois é.

— E o que você já descobriu? — Ele perguntou e me levantei com a testa enrugada.

— Como assim?

— Você é muito curiosa, faz muitas perguntas e observa bastante também. E então o que descobriu em um mês?

— Bom, — Parei para refletir por uns segundo e comecei a falar. — eu descobri que você é filho único, que não troca de empregados, todos os que trabalham pra você são muitos antigos aqui, e os novos são filhos dos funcionários antigos, então é um negocio de família e que exige muita lealdade, e que na verdade vocês não consertam computadores. Acertei?

— Acertou, menos a parte dos computadores.

— Conta outra, nenhum computador exige tanto cuidado e garante tantos lucros.

— Então trabalhamos com o que?

— Isso eu ainda não sei. — Puxo ele de volta pra cama e me sento atrás dele colocando minhas pernas ao redor do seu corpo. — Mas aposto que essas suas cicatrizes tem algo a ver com o seu trabalho.

— Minhas cicatrizes?

— É, tem grandes e pequenas, nas costas, no peito, nos braços, até nas pernas. De onde vem essas cicatrizes? — Falo isso alisando cada cicatriz. Ele estremece quando faço isso.

— Outra vez essa pergunta?

— Você não me respondeu.

— Respondi sim, foi descuido. E as suas cicatrizes? Você também não me disse de onde vieram. — Ele se vira e me coloca na posição onde ele estava. E agora ele passa a alisar as minhas cicatrizes.

— Eu te dei a mesma resposta. Foi descuido.

— Vamos fazer assim, trocamos histórias. — Ele me virou e ficamos sentados frente a frente. — Eu te conto a história de uma das minhas cicatrizes e você me conta uma das suas. Topa? Você começa!

— Boa tentativa, eu te conto uma história triste e você me conta o dia que caiu e quebrou a perna quando era criança. — Respondi e ele começou a rir.

— Ta, bom, deixo você escolher a cicatriz. E aí?

Eu confesso que estou morrendo de curiosidade pra saber porque ele tem tantas cicatrizes, pois na piscina reparei que o Benj também tem muitas dessas cicatrizes no corpo. Mas não estou pronta pra falar tudo que sofri no morro.

— Não, eu vou descobrir depois, você vai ver.

— Medrosa! — Ele me joga na cama e faz muitas cócegas. E depois me beija intensamente. Esses momentos com o W têm sido os meus preferidos nesses dias. — Podemos ver um filme hoje, tá afim?

— Um filme? Legal!

Depois do jantar fomos à sala de cinema que o W tem aqui na mansão, não é uma sala enorme, mas ainda assim é incrível.

— Quer escolher o filme? — Ele falou, me entregando o controle.

— Vai confiar?

— Vou. Pode escolher.

— Eu amo musicais, vamos ver Os Miseráveis.

— Esquece, eu escolho o filme. — Ele tentou tomar o controle de volta, mas não deixei.

— Nem pensar, você disse que eu ia escolher.

— Droga! — Ele desiste e me deixa colocar o filme e não consigo evitar, esse filme é muito lindo, eu choro praticamente o filme inteiro, o W fica me olhando e rindo de canto, ele deve estar me achando uma boba chorando assim. — Quantas vezes assistiu esse filme? — Ele diz isso enquanto seca as minas lágrimas.

— Sei lá umas 10 vezes, e chorei em todas. Eu amo esse filme.

Ele segura o meu rosto e me olha nos olhos tão profundamente que até me sinto hipnotizada.

— Eu amo... — Ele para e me olha de um jeito estranho.

— Ama o que? — Falei curiosa.

— Eu... amo... filme de guerra, deveríamos ver um da próxima vez. — Ele levanta e vai saindo da sala, parecia contrariado. Que estranho, me levanto e vou atrás dele que já estava subindo as escadas em direção ao quarto.

Entro no quarto e me sento na cama.

— Ta tudo bem?

— Ta sim. — Ele responde sério. —Amanhã eu vou viajar com o Benj, temos um trabalho importante, vamos ficar fora por 3 dias. A Mercedes e o Hernando vão ficar aqui com o pequeno César, eles vão te fazer companhia e cuidar da mansão.

— Por que só está me avisando agora?

— Por que eu não te devo satisfação! — Ele foi ríspido, era a primeira vez que me tratava assim.

— Nossa! Me desculpa. — Levanto e caminho pra fora do quarto.

— Onde está indo?

— Deixar você sozinho, parece estar de mau humor.

— Pode voltar, eu disse que você dorme comigo quando eu estiver aqui.

Volto e me deito na cama. Ele deita e me puxa pra perto, me abraçando. Não sei porque ele ficou tão áspero do nada, mas não quero pensar nisso e me deixo dormir tranquila mais uma noite ao seu lado.

No dia seguinte

— Já vou indo, Marisol garanta que tudo esteja no seu devido lugar quando eu retornar. — Ele falou se despedindo da Marisol.

— Não se preocupe senhor.

Ele se aproxima de mim e me abraça.

— Pode dormir no meu quarto se quiser, caso tenha insônia ou pesadelos. É bom que já deixa a minha cama aquecida.

— Tudo bem! Boa viagem, e que consiga deixar os computadores em perfeito estado. — Digo a última parte com ironia.

— Pode deixar! — Ele me beija e sai!

— Até mais Parça, pode deixar que vou cuidar dele direitinho. — Benj me deu um abraço.

— Valeu Benj. Se cuida também.

Eles saem.

Algumas horas depois, um casal chega na mansão.

— Olá querida, você deve ser a Madú. Minha nossa, como você é linda! — Uma mulher bonita e sorridente me cumprimentou. — Somos Hernando e Mercedes e esse é o César, muito prazer.

— O prazer é todo meu! — Sorri para eles.

— Sejam bem vindos. — Marisol veio até eles. — A casa da piscina já está limpa e arrumada pra vocês.

— Obrigada Marisol sempre atenciosa. — Hernando respondeu.

— Oie tia! — O pequeno César veio falar comigo.

— Oie meu bem! — Me abaixei até a altura dele.

— Você é muito bonita. — Ele sorriu e me abraçou.

— Ai obrigada, você também é muito lindo!

— Quem aguenta com esse menino! Já gostou de você. — Mercedes sorriu.

Passei o dia conversando com a Mercedes e o Hernando, eles são pessoas maravilhosas, e o Cesar é um amor de menino, cheio de energia, brincamos na piscina, tomamos sorvete, até jogamos futebol.

O dia foi tranquilo e divertido, a noite é que foi difícil. Resolvi ir dormir no meu quarto mesmo, e foi horrível. O sono demorou a vir e quando finalmente comecei a dormir, os pesadelos vieram.

...'Eu estava sozinha num lugar escuro e fedido, só conseguia ouvir o barulho de uma goteira, era insuportável, e de repente ele apareceu na minha frente, me segurou pelo braço e falou....

...— Se prepara sua vaquinha, você não vai gostar disso e vai doer bastante. '...

— Não, sai daqui, sai, não, me solta. ME SOLTAAAA! — Eu acordei toda suada, eu estava gritando, minha nossa, voltei a ter pesadelos.

— O que houve senhora? Ouvimos gritos! — Dois seguranças entraram no meu quarto com as armas em punho.

— Me desculpem, eu tive um pesadelo. Está tudo bem, podem voltar.

Eles saíram e resolvi sair também, fui até a cozinha, tomei água e passei a noite na piscina meditando, até o dia amanhecer.

No dia seguinte

— Bom dia Madú. — Mercedes me cumprimentou com um belo sorriso.

— Bom dia.

— Os seguranças disseram que você teve pesadelos e estava gritando pra alguém te soltar.

— Verdade, fazia tempos que não tinha pesadelos. — Respondi envergonhada.

— O chefe me disse que você tinha insônia e pesadelos, e os seguranças falaram que você passou a madrugada na piscina acordada.

— Eu passei por experiências ruins, e fiquei traumatizada, então tenho pesadelos, daí eu evito dormir.

— Tem haver com essas cicatrizes?

— É tem sim, você também tem cicatrizes, e o Hernando e o Benj e o Chefe. Computadores geram cicatrizes?

— Computadores são mais perigosos do que você imagina. — Ela falou rindo. — Se quiser companhia pra dormir, é só falar.

— Obrigada, você é uma boa amiga!

— Eu gosto de você, não é como as outras.

É a segunda vez que me falam das outras garotas que o chefe trouxe pra cá, dessa vez eu vou perguntar quem eram elas, espero que a Mercedes decida me contar alguma coisa.

— Quem eram as outras?

Nessa hora o Hernando chega com o Cesar.

— Seu filho tá chamando pela mãe. — Hernando falou e o César correu para os braços dela.

— Vem cá meu amor! — Ela o abraçou e depois se virou para mim. — Madú, porque não vamos ao shopping hoje a tarde? O chefe me disse que você não trouxe muitas roupas e liberou o cartão pra gente. Lá podemos conversar mais.

— Pode ser! Vou me ajeitar!

Acho que essa ida ao shopping vai ser interessante, fora que estou feliz em poder sair um pouco dessa casa.

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Comments

Tuti Ferreira

Tuti Ferreira

ele se apaixonou por ela já

2025-01-15

1

Fatima Vieira

Fatima Vieira

o chefe esta gostando dela

2024-10-26

0

Normélia Souza

Normélia Souza

o chefe E tá amando ela

2024-10-26

0

Ver todos

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