E distraído com aquele estúpido em meu ombro me abraçando dormindo, virei meu rosto para a janela e tentava refletir em como seria no Campus quando chegasse lá! Eu queria ter um futuro bom também, não queria ficar atrasado e ter um emprego comum como os outros. Queria ser inteligente e ser normal feito todo mundo, não um esquisito, entediante e retardado! Eu sentia pena do irlandês, por se esforçar tanto em ser meu amigo, nem ele aguentou a minha lentidão em ler uma revista, por isso que dormiu!
Eu atrapalho a vida de todos, por isso quase ninguém fica comigo, por isso aquela estúpida me expulsou do meu lugar! Como eu estava irritado em ficar no fundo, vendo a galera entrar e sair do banheiro. Aquilo era um tédio, principalmente porquê eu não podia reclamar de nada!
E vendo a estrada, senti que Díoman estava se mexendo, então o olhei rapidamente para ver se aquele idiota não ia cair. E como ele tinha mexido um pouco eu o segurei e o abracei novamente para ele não cair. Depois o cobri, pois estava muito frio e fiquei o encarando, enquanto o mesmo dormia.
Parecia que estava sonhando, seu sono estava profundo, não sabia como aquele idiota conseguia dormir em um ônibus, em uma estrada esburacada! Mesmo assim o irlandês dormia, e o encarando vi seus cabelos castanhos escuros desgrenhado e senti vontade de sentí-los. E como ele me abraçava dormindo, eu o subi um pouco em mim, e o coloquei em meu ombro novamente, para poder tirar minha curiosidade de seus cabelo, já que eram grandes e as vezes cobria seus olhos.
Então eu me aproximei e vi que estava cheiroso, e o toquei receioso, estava tão macios e encostei meu nariz nele para cheirá-lo melhor! Tão gostoso, o irlandês é muito cheiroso e seus cabelos apesar de desgrenhados tem um cheiro tão bom! E o cheirando me afastei lentamente e encarava seu rosto.
Aqueles lábios rosados dele, é tão diferente e seu rosto é feio, e aqueles cílios gigantes causados pela sua doença, tricomegalia eu acho que é isso que ele me disse que tem, eu sempre o pergunto, sinto pena do irlandês e de sua paciência de me responder o que ele tem, mesmo cortando os cílios eles crescem e as vezes o vejo no banheiro tentando desembolá-los ou com uma tesourinha na mão tentando aliviar seu desespero com aqueles cílios grandes. Ele parecia ser um ser místico com aquelas pestanas grandes, parecia um elfo com aquele cabelo ondulado desgrenhado, com aqueles pequenos alargadores em suas orelhas, e aquelas inúmeras tatuagens, ele é muito jovem para ter tantas, irlandês é mais novo que eu e já bebia, eu já tinha o pego inúmeras vezes atrás da escola com uma garrafa na mão. Talvez ele não fosse tão jovem e estava infiltrado na escola como um ser mágico fingindo ser gente, seres místicos são extremamente velhos e eu tenho certeza que eles roubam as juventudes das pessoas para continuarem serem parecidos conosco e jovens!
Irlandês maldito, estava tentando roubar minha juventude por isso me perseguia, eu sei que na Irlanda é onde moram os seres misticos, como fadas, bruxas, duendes, elfos, gnomos e la tambem tem muitos castelos, mesmo não tendo rei naquele lugar! Como ele estava em meu ombro, deslizei meus dedos em seu rosto suavemente para não acordá-lo, queria sentir seu rosto e ver se tinha algo mágico nele. E mexendo em seu rosto, pois meus dedos em sua boca delicadamente, seus lábios rosados eram macios e não tinha presas. Senti vontade de tocá-los e ver se ele me morderia e eu viraria vampiro ou um elfo, nisso eu tentei enfiar o dedo em sua boca, mas ele pegou em minha mão e me assustei com o seu movimento.
Eu estava estranho e me sentia confuso novamente, e senti meu rosto queimar de vergonha pela minha emoção e sentimentos imcompreendidos, e cabisbaixo pensava no que eu estava fazendo e coloquei a mão em meu rosto envergonhado e decepcionado comigo mesmo, não consegui virar elfo, que desgraça.
E envergonhado, o ônibus deu um arranque pois passamos em um buraco, e assustado olhei para Díoman, pois não havia segurado antes que pudesse cair no chão. E quando o encarei, ele me olhou assustado também pelo arranco, mas antes de cair Díoman havia se segurado no acento e parecia estar confuso com aquilo.
_ Me desculpa, eu não consegui te segurar a tempo! (Vermelho o olhei sem graça).
Então ele se levantou um pouco confuso e deitou em cima do meu peito e me abraçou sonolento.
_ Você ia me segurar?! (Ele delirava sonolento e sorria para mim enquanto estava sobre meu peito).
_ Ia, mas não deu tempo! Eu sinto muito, e-eu... (Enquanto falava ele segurou minha mão e me encarou suavemente sorrindo).
_ Por que estava me cutucando? Poderia ter me acordado! (Assim ele olhou o relógio assustado e se levantou me encarando e deslizou seus dedos em meus cabelos debaixo da touca e a roubando ela de mim, me olhando estranhamente).
_ Você estava entediado, não seria legal te acordar para ficar mais entediado do meu lado! Dormindo pelo menos você não fica se sentindo estagnado a mim! (Eu falava sério com aquele estúpido ladrão, sem vergonha, vigarista, como o odiava).
_ Eu nunca ficaria entediado com você! Dormi por não estar acostumado a levantar tão cedo! Desculpe-me por lhe deixar só esse tempo todo! (Ele dizia olhandominha touca a cheirando feito um bandido sanguinário).
Eu fiquei indignado o vendo, não consegui ter um pouco da sua mágica, eu iria conquistar todas as meninas que eu queria ter, principalmente a Maria Alice, aposto que foi suas vibrações mágicas que o fez acordar, porquê eu fui extremamente cuidadoso, que ódio de mim!
_ O que foi? Está triste? Está tão vermelho! (Ele colocou a mão em meu pescoço vendo se estava com febre).
_ N-não! E-estou com vontade de ir no banheiro! V-vou no banheiro! (Eu dizia assustado com sua mão em mim, eu estava nervoso).
_ Você está bem Murilo? Está estranho! (Assim o irlandês tirou a mão de mim e me encarou sério, enquanto usava a minha touca predileta).
_ Eu tou com vontade de mijar, não está vendo? Você ficou em cima de mim e ainda me rouba como sempre, seu estúpido folgado, vigarista e idiota! (Eu sentia tanto ódio dele, o empurrei pegando a minha touca novamente).
Eu me levantei e a galera estava me olhando como sempre, eu tampei meu rosto, eu nem tinha falado tão alto, eles que tinham ouvidos apurados para ficarem ouvindo as minhas conversas íntimas e fui ao banheiro batendo os pés irritado.
Eu fiquei seriamente revoltado com aquilo, eu queria voltar pra casa, a Vera tinha pego meu lugar, o chão esburacado estava me dando ânsia, aqueles olhares me encarando me assustavam, e ainda por cima tinham me feito de colchão. Eu estava entediado, as revistas estavam difíceis de ler com a vibrações do ônibus, as conversas paralelas estavam me estressando por causa dos estímulos, e ficar ao lado do banheiro era péssimo, eu sinceramente estava chateado e queria ir embora.
Quando saí do banheiro, vi que o Díoman havia se levantado e pego uma garrafa d'água, quando cheguei no meu assento ele me olhou mostrando os meus remédios e um saco de batatas e outro de biscoito recheado de chocolate.
_ Você tomou seus remédios, meu docinho? Trouxe biscoito e battas para lhe encher! (Ele leu minha receita e me deu meus remédios, o descrevendo para mim para que eu não me assustasse ao tomá-los).
Eu havia realmente esquecido de tomar meus remédios, e com ele lendo para mim eu os tomei. Mas fechei o rosto, não queria papo com aquele estranho, eu não daria nada ele, mesmo se ele me pedisse.
_ Não está com fome? (Ele me indagou e eu o encarei friamente, ele me ofuscada das garotas, por isso elas não me olhavam, o irlandês me atrapalhava em tudo).
_ Eu não gosto desse biscoito irlandês, eu tou enjoado com esses buracos , eu tou com raiva daquela vadia da Vera, estou farto dessa viagem chata com essas pessoas insuportáveis, e eu quero... (Nisso alguém jogou bola de papel em mim).
_ Vadia é a sua mãe! Filho de chocadeira! (Como eu odeio a Vera).
_ Insuportável é você, debiloide! (Eles estavam com raiva de mim atoa).
_ Insuportável é ouvir a sua voz de taquara rachada o tempo todo! (Eu mostei o dedo pro Fernando e pra Vera, eram todos insuportáveis).
Nisso o Fernando levantou e veio na minha direção com um rosto franzido, eu ia socar ele se ele tentasse me bater, e ia colocar o irlandês de escudo, já que ele é esquisito e grudento e estava me escondendo atrás dele.
_ Fica quieto, Murilo! (Irlandês falou comigo com um rosto estranho)
_ Sai da frente irlandês! (Eu dizia sério e frustrado, mas o irlandês me deu um beliscão e doeu, quando ia xingá-lo eu fiquei assustado com o seu rosto bravo e fiquei quieto encolhido).
_ Sai da frente Díoman, eu quero a bixinha branca que está atrás de você! (Eu olhei pro irlandês e depois refleti que o Fernando era do time de futebol e era um pouco mais musculoso e maior que eu).
_ Murilo, não tomou os remédios! Ele não está falando isso por mal, o perdoe, ele está agitado! (Dioman era um vagabundo, eu falei por mal sim!).
_ Sai da frente Díoman, eu já disse que quero a bixinha branca ali! (Eu fiquei com medo, eu era bem menor que ele).
_ Eu não sou bixinha branca, eu tenho nome! (O disse trêmulo tentando o fazer lembrar meu nome).
_ Está me desafiando? Mas vou te quebrar no meio! (Ele me agarrou e eu agarrei no assento).
_ Solta o Murilo! (O irlandês parecia um pouco preocupado e colocou a mão no Fernando).
Nisso o Fernando ficou muito irado e tirou a mão do irlandês do seu braço, fechando o punho e indo com tudo em minha direção, eu ia levar um murro, e quase levei, se o burro do irlandês não tivesse entrado na frente para impedí-lo.
Fernando ficou tão bravo com ele que ao invés de bater em mim, ele deu um soco no irlandês e o derrubou no chão, a galera do ônibus começou a gritar "briga" e a filmar aquilo, eu fiquei apavorado vendo o irlandês apanhar, como aquele irlandês era burro.
Aquilo só parou quando a professora tirou o Fernando de cima do irlandês que estava com o olho roxo e o nariz sangrando. Eu senti pena do irlandês, principalmente quando o Fernando disse que odiava ser encostado por "bichas" e que o mataria se pudesse, para limpar o mundo de pessoas esquisitas feito ele.
_ Irlandês, você é muito burro! (O disse enquanto o olhava sentado cabisbaixo).
_ Você não deveria ter enfrentado o valentão, eu jogaria spray de pimenta nele! Olha só, eu trouxe, eu sempre trago! (Tentei mostrá-lo, mas o irlandês não parecia empolgado).
Eu não faria o que ele fez por ninguém, Díoman era muito burro tentando ser herói, ele não sabia que aquilo era perigoso? Eu fiquei sem graça o vendo daquele jeito, eu iria contar pra mãe dele.
_ Irlandês, eu falo para sua mãe isso, e ela vai brigar com o Fernando, não precisa ficar triste, qual é o número da sua mãe? Ela vai ver seu roxo e vai zangar com ele, com certeza ela vai ficar muito brava, igual a minha mãe quando é chamada na escola! (Eu dizia sério apertando a mão dele).
_ Minha mãe não está aqui! Ela não tem tempo para essas bobeiras! Eu estou bem, só preciso de um gelo! (Irlandês era adotado. mas eu nunca tinha visto a família dele com ele, ele parecia mais sozinho com a sua família do que quando ele estava no orfanato).
_ A sua mãe sempre está fora, se eu pudesse emprestaria a minha mãe, mas ela não gosta muito que ficamos juntos! (Minha mãe não gostava de Díoman, ela não queria que eu andasse com ele, mas eu andaria com quem eu quisesse, minha mãe andava com gente estranha, por quê eu não andaria?).
Depois que disse aquilo o irlandês parecia outro ser, ele ficou completamente em silêncio o trajeto inteiro, talvez estivesse pensando em como matar o Fernando e se me usaria junto na sua vingança. Eu participaria. mas se a polícia nos pegasse, eu diria que Díoman me obrigou a ser cúmplice dele.
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Atualizado até capítulo 142
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