A escola pt1

Ele me levou no banheiro e dizia várias coisas para mim. Eu não entendia nada, pois ele falava muito embolado quando se empolgava com alguma coisa.

Então comecei a raciocinar um pouco! Por que ele estava tão animado? Será que ia me vender drogas e eu era o seu primeiro cliente? Eu não queria drogas, a dor de um coração partido não valia uma vida igual do meu pai! Eu comecei a olhá-lo assustado, por que como eu ia negar drogas para um ladrão traficante? Ele ia me matar com certeza! Por saber de sua venda ilegal, e por ter negado a mercadoria!

Então entramos no banheiro, e Díoman sorria para mim alegremente gesticulando muito! Eu o encarava com medo, e sorria também para ele pensar que eu não ia o contrariar, assim o irlandês não me mataria no banheiro da escola! Quando ele me vendesse as coisas, eu a jogaria fora e fugia da cidade para me proteger daquele delinquente estranho!

_ Você quer ver? É muito interessante e ainda explica como usar! Você não sentirá dor em momento algum! (Ele sorriu para mim malignamente de novo).

_ Aceito! (É claro que eu ia aceitar, morria de medo de morrer sem ver meu pai novamente).

_ Aceito? Murilo você é muito engraçado! Vou lhe mostrar então! (Assim ele abriu aquela sua blusa enorme marrom, por baixo ele vestia uma camiseta com alça grande e fina deixando os mamilos de fora, e depois tirou algo).

Com certeza era uma arma, mas eu não entendia o porquê dele me matar se eu já havia aceitado a droga! Era um absurdo, aquele irlandês sabia ler minha mente, por isso era tão mal!

_ Por que treme? Sente vergonha de ver perto de mim? Te darei privacidade para escolher se assim deseja! (Ele tinha tirado o celular, se vestiu e depois pesquisou algo e olhou para mim).

_ Não tou tremendo! (Eu tava tremendo sim, mas queria mostrar para ele que sou muito homem).

_ Então olha aí, e ver o que você quer! (Assim ele me encarou sério e um pouco vermelho e me entregou o celular).

Eu encarei aquilo, e não entendi nada. Era um site com vários objetos que eu nunca tinha visto na vida. Tinha umas bolinhas, cordas, uns brinquedos bem esquisitos, e uns objetos cumpridos com rostinho, sem contar os vários cremes e géis que tinha, vários chicotes, algemas, e umas fantasias bem estranhas.

_ O que é isso? (Eu olhei confuso para ele).

Talvez fosse um site de festa de fantasias, por isso aquele tantos de coisas estranhas, eu nunca foi convidado para festas a fantasia, ou festa alguma. As pessoas me excluíam de tudo, por sentirem medo de mim, por eu ser mal!

_ Brinquedos! Se quiser escolher um desses aqui, pode usar eles em mim, eu não sinto medo! E vai ser legal você fazendo isso comigo! ( Ele olhou bem envergonhado para mim e desviou o olhar quando me viu o encarando).

_ Então é para se divertir? (Eu olhei onde ele tinha mostrado, era onde tinha as fantasias bizarras, as algemas e chicote).

Talvez ele queria brincar de polícia, e tava com vergonha de dizer por ser grande demais para brincar com isso. Eu não senti vergonha, porquê eu gostava de brincar de polícia, ia ser divertido brincar de novo e com ele, ainda mais com os objetos da brincadeira de verdade!

_ Hmmm...(Ele murmurava para mim cabisbaixo vermelho ).

_ Eu quero essa aqui das algemas! Vou te prender e te chicotear! (Eu ri animado para ele, ia me vingar dele fingindo ser brincadeira).

_ MURILO! Assim você me deixa duro! (Ele falou completamente vermelho).

Coitado ele não tinha tanto dinheiro para comprar aquilo sozinho. Por isso ele ficou tão vermelho de vergonha e disse aquilo. Então vi que os preços não eram tão caros, e sorri para ele tentando não o constranger tanto.

_ Eu te ajudo a comprar! Vamos nos divertir juntos, não precisa sentir vergonha! (Parecia que ele queria brincar muito, por ter ficado tão vermelho daquele jeito).

_ Depois da aula compraremos juntos então! Meu docinho agitado, te adoro! (Estranhamente ele se aproximou de mim e me agarrou de novo, passando aquela mão em mim).

Eu odiava quando ele fazia isso, o irlandês me pois contra a parede e me deu um beijo no pescoço e lambeu minha orelha, esfregando aquela mão suja em mim! Como ele era irritante, talvez os irlandeses agradecessem daquele jeito, pois todo dia ele me colocava contra a parede.

_ Tá bom! Eu entendi que você tá agradecido, mais lamber minha orelha é demais! Isso é estranho! E me alisar desse jeito, me faz sentir esquisito! (Eu afastei ele, pois quando me lambeu eu me arrepiei estranhamente, e eu não gostei daquilo).

_ Não gosta? (Ele me olhava empolgado).

_ Não, eu não gosto dessa intimidade de lamber minha orelha! É estranho, se quer me agradecer, é só falar que eu entendo! (Eu olhei friamente para ele, para ver se aquele idiota me entendia).

_ Gosta do quê então? O que te deixa animado? (Díoman me olhava confuso).

_ De comer! Eu gosto de doce! Gosto muito de chocolate! (Eu amo biscoitos com gotas de chocolate, não entendia o motivo dele querer saber daquilo).

_ Chocolate! Irei comprar chocolate para nós! (Ele riu para mim bem esquisito e alisou meu braço, como aquele garoto era problemático!).

Antes deu tirar a mão dele do meu braço, uma das tias da cozinha viu a gente lá, e depois gritou conosco nos mandando sair do banheiro rapidamente!

Ela não queria a gente lá dentro, pois havia acabado o recreio a pouco tempo e não era pra gente matar aula. O pior que ficamos tanto tempo no banheiro, que eu tinha esquecido o que foi fazer lá! Aquele irlandês me tirava toda atenção. Como ele me irritava falando besteiras!

Depois voltamos para a sala, a professora não queria deixar a gente entrar e acabamos levando um advertência por matar aula. A diretora brigou com a gente, ela ficou muito brava, eu não entendia o porquê dela reclamar que estávamos fora da sala, se na hora que fomos pra lá, a professora mandou a gente sair, isso não tinha sentido!

Pra piorar tivemos que ficar depois que a aula acabou na sala ouvindo reclamações da diretora. E só depois de ouvirmos bastante coisas ela nos liberou daquele inferno!

Eu tava muito chateado, pois queria conversar com Maria Alice, tentar reconquistar ela com meu jeito sedutor! Mas por culpa do irlandês, acabamos levando um sabão e ficando de castigo depois da aula! Pra piorar ele ficava o tempo todo sorrindo feito um idiota para mim. Como aquele garoto me tirava do sério!

_ Ta rindo do quê? Estamos de castigo! Será que você não consegue entender isso? Cas-ti-go, talvez não exista isso na sua língua! (Eu o encarava, mas parecia que o besta não me entendia só ficava me olhando estupidamente e depois pegou minha mão).

_ Eu sei que estamos de penitência! Mas estou com você e isso já basta para amenizar o castigo, docinho! (Ele falava suavemente para mim).

_ Larga de ser estúpido irlandês! Eu quero ir para casa comer! Tou com fome, não consegui ver Maria Alice, tou triste, quero ver meu pai, e tou de castigo com você! Não tem como isso ficar pior! (Indignado tirei minha mão da dele).

_ Maria Alice! Você só fala Maria Alice! O quer com Maria Alice? (Ele do nada ficou irritado quando falei o nome da Maria Alice).

_ Ué, por que tá com raiva agora? Maria Alice é aquela garota do cabelo raspado da nossa turma! Ela tem o rosto redondinho e seus lábios carnudos exala mais sua beleza! E a pele negra dela...! Ela é linda, você não acha? (Eu suspirava por ela).

_ Não! Ela é mulher de bandido, rasparam o cabelo dela por ela tentar roubar o namorado de outra! É uma piranha talarica! (O irlandês fechou a cara e virou o rosto para mim do nada).

_ Por isso que você não tem ninguém! Fica se achando mais que os outros! Irlandês estranho e exigente! (Ele deveria saber que o mundo não girava em torno dele).

_ Como não tenho ninguém? E você? (Assim ele me olhou furioso).

_ Eu? Eu sou seu inimigo, eu não já te disse isso! E não tou falando de amizades, estou falando de paqueração! Você entende o que digo? (As vezes ele parecia confuso quando eu falava).

_ Entendo! E você não é meu inimigo e nem meu amigo! Somos um par! Você afirmou isso no intervalo! (Eu o encarei confuso).

_ Par? Tá certo, somos dois estranhos então! Mas não precisa fazer cara feia pra mim, seu esquisito! (Ele falava muitas coisas bizarras).

_ Par é igual, não diferente! E porquê sou estranho agora? Terminamos nosso relacionamento? (Ele dizia surpreso comigo).

_ Claro que não terminamos nada irlandês! Você que fala coisas esquisitas toda hora e fica me confundindo! Nossa relação é intacta e ponto! Então fica na sua área que fico na minha, já que estamos tão próximos um do outro, nesse momento! (Éramos inimigos e ponto, o irlandês as vezes confundia nossa inimizade com estranheza, coitado).

_ Você ainda não se assumiu? (Ele me encarava estranhamente de novo).

_ Não! (Eu nem sabia do quê ele falava, era completamente doido).

_ Eu te espero então! Sempre te apoiarei! (Então ele sorriu para mim, um pouco suave).

_ Tá! Mas para de me encher o saco! (Então o encarei friamente).

E assim ele se afastou um pouco, pois vivia querendo ficar em cima de mim, sem motivo nenhum. E obviamente fiquei feliz com o afasto daquele louco, e pouco tempo depois nós fomos liberados do castigo.

Na rua então comecei ir para casa, tava livre daquele lugar chato, com pessoas estranhas! Me divertia vendo as vitrines das lojas de comida, era cada cheiro e lanche diferente, eu tava com fome.

E lambendo a vitrine com os olhos vendo o caramelo derretendona minha frente, sentia que estava sendo perseguido por ele. Como eu tava feliz com a perseguição dele, queria enfiá-lo na boca e acabar com sua luxúria de me fazer desejá-lo!

Sentia até a sensação dele escorregar em mim e chamar pelo meu nome! Deslizava nas minhas costas e beijou meu pescoço! Era real demais aquela sensação, que até bati no meu pescoço para colocá-lo na boca?

_ Está sonhando acordado novamente? Assim vamos nos atrasar para nossos afazeres! ( Era Díoman me provocando de novo).

_ Você não mora do outro lado da cidade? (Eu o encarei assustado).

_ Sim! Mas você disse que íamos sair após a aula, para comprar utensílios! E estou aqui com você e quero comprar e depois usá-los em sequência! Você não tá com vontade de fazer o mesmo? (Ele passou a mão no meu cabelo me encarando estranhamente).

_ Os brinquedos? Você tem que ir para sua casa, irlandês! Seus pais vão se preocupar se você ficar me seguindo assim! Depois brincamos, eu prometo! (Eu fiquei preocupado com ele).

_ Mas eu ia com você para comprarmos as coisas agora! Iríamos para sua casa depois, você me disse isso! Disse que ia ser hoje, depois da aula! (Ele fez uma cara tão triste, eu senti pena dele).

Díoman só queria brincar e já tínhamos saído da escola atrasados, com certeza seus pais estavam preocupados, assim como minha mãe quando eu chego tarde em casa. Parecia que ele queria amigar comigo, mas as vezes ele não percebia que era perigoso suas atitudes de comprar coisas e ir para casa dos outros sem pedir seus pais! O irlandês era doido, mas deixá-lo sozinho fazendo loucuras era perigoso até para ele!

_ Olha, vamos brincar quando você disser para a sua mãe, tá bom? Eu acho que ela não sabe que você está aqui, e isso é perigoso, pois você pode se machucar! E se alguém te fazer mal, com você andando assim, por causa de um brinquedo? (Ele me encarava chateado, então passei a mão no cabelo dele para alegrá-lo, já que Díoman fazia isso direto comigo).

_ M-mas docinho! Você prometeu a mim! Disse que íamos fazer isso após a aula! Eu passei na farmácia e comprei para nós dois! Não tem perigo, é o sabor que você escolheu ainda! (Assim ele tirou do bolso dois saquinhos sabor chocolate, parecia chiclete diferenciado e me entregou).

_ Irlandês, chiclete não enche barriga! E sua mãe tá preocupada com você, então volta para casa! Depois brincamos, não seja desobediente! Você tá longe da sua casa, me seguindo até aqui! (Assim eu devolvi o chiclete dele e mandei voltar para casa em segurança).

O irlandês parecia criança, sua inocência o fazia correr muitos riscos! Se alguém tentasse roubá-lo, ou ele se perdesse na rua? Seria perigoso demais, ele correr risco por querer se divertir comigo! Então fui duro com ele.

Eu pensei que o besta ia embora, no entanto ele fez uma cara melancólica para mim e sentou no chão extremamente chateado, sem dizer nada. Foi aí que percebi que ele tava perdido na rua, então eu sentei do lado dele e o encarei sério.

_ Vou te levar na minha casa e depois ligo para sua mãe vir te buscar! Não precisa chorar, pois não vou deixar você ficar perdido aqui! Seu irlandês estúpido! (Eu o encarei tentando confortá-lo).

_ Não precisa ligar para a minha mãe, ela não está aqui! E é sério, vai ser hoje então na sua casa? (Nesse momento seu sorriso abriu instantaneamente para mim).

_ Vai e eu vou ligar para sua mãe! (E eu sorri de volta o mandando levantar da sujeira).

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