Eu batia na porta, mas ninguém respondia, foi aí que comecei a imaginar coisas. Ele concerteza tinha morrido asfixiado com aquele ar-condicionado do seu quarto, ou estava morrendo dentro do banheiro. Foi aí que meus pensamentos gritando em minha cabeça, me fez abrir a porta de um jeito heróico.
_ Q-quê que você está fazendo aqui? Eu estou aqui! Saía daqui! (Eu o olhei e ele tava fazendo coisas estranhas como sempre dentro do banheiro).
Quando abri a porta ele estava de costas para mim, sem as calças! Ele tava mijando com papel na mão e nem tava no vaso! Ele tava de frente com a parede mijando, e quando me viu levantou a calça assustado.
_ Você tá mijando na parede? Você é esquisito irlandês! O vaso tá ali, olha ele bem ali! (Eu o encarava perturbado, eu era burro, mas ele era mais!).
_ Claro que não! EU SEI O QUE FAÇO, ENTÃO SAIA DAQUI! Não tou urinando na parede, eu tenho modos! (Eu não sabia o que tinha feito, mais ele me encarou furioso).
_ Eu pensei que você tinha morrido com o ar-condicionado do seu quarto! Você tava fungando em mim toda hora, tava tão ofegante! Pensei que tava com asma atacada! Senti medo de você ficar mal sozinho, e vim te ver, caso piorasse chamaria ajuda! Não queria ver você morrendo! (Eu fiquei preocupado com aquele idiota, e ele só queria mijar na parede!).
_ Preocupou comigo? Você? (Assim ele me olhou menos irritado).
_ Preocupei! Você saiu estranho, fala coisa estranhas, me dá coisas estranhas e me olha estranho! Pensei que sua estranheza havia piorado e ficou doente com aquele quarto escuro! Pensei que tava com pulmão ruim, que nem meu avô que morreu! Eu pensei que você tava morrendo, irlandês esquisito! (Meu avô morreu de pneumonia, eu não o via muito, ele morava bem longe de onde vivia com meus pais. Quando ele morreu eu deveria ter uns 7 anos).
_ Eu estou bem! Não se preocupa comigo, docinho! Eu só vim ver alguma coisa que tinha esquecido aqui! Não precisava me ver aqui, eu iria a você se estivesse mal! (Ele lavou as mãos, me deu um abraço e levantei as mãos para cima assustado, e o irlandês bagunçou meus cabelos, ele era estranho demais!).
_ Eu quero ir pra casa! Quero pedir minha mãe para ver meu pai, e você me prendeu aqui! (Eu o encarei já que ele tava calmo, então seria mais fácil eu ir para casa se o pedisse).
_ Eu não lhe prendi! Se quer sair é só descer e ir embora! Mas você me prometeu que iríamos sair juntos depois do filme! Não se esqueça de suas promessas a mim! Ficarei decepcionado se não sair comigo! (Ele me apertava empolgado e sorridente).
_ M-mas... Tá bom! (Ele me olhou decepcionado quando ia dizer que ia embora).
_ Excelente! Lhe farei feliz como você merece! Mas antes irei amarrar suas calças, já que esta caída novamente! (Ele falava olhando para baixo de novo, minha sorte que a blusa era grande demais e não mostrava nada).
_ Se vira, eu tou pelado aqui em baixo! (Eu o encarei irritado, Díoman via aquilo e ria de mim).
Subi as calças e foi para o quarto, onde ele tinha pegado um cinto e tentava colocar em mim, a calça não tinha pregas para por o cinto. Quanto mais eu o olhava colocar o cinto, mais nervoso ele ficava. Pois eu o olhava curioso, e as vezes sem querer me mexia, estava me apertando demais.
_ Dói! Isso dói! Eu quero minhas roupas e não isso! Estou horrível, e tá doendo! (Aquilo ficou horroroso, eu parecia um tiozão de 70 anos com a calça na boca do meu estômago e com o cinto apertando ela em amostra, para piorar estava muito apertado aquilo!).
_ Calma! Tirarei o cinto e pegarei a corda! Suas roupas estão molhadas! Não irá se constipar por roupa úmida!(Díoman retirou o cinto).
Pouco tempo depois ele pegou a cordinha e enroscou em mim, e no fim deu um laço grosseiro na corda, para que não caísse e se levantou. Eu achei o laço ridículo, era muito grande e feio.
_ Irlandês? (Eu procurava sua atenção, pois ele se concentrava guardando o cinto).
_ Hum? (Ele não me olhava, só guarda o cinto).
Então fui até Díoman, ver se ele resolvesse aquela marmota que estava em meu corpo. Então passei a mão novamente, pois sabia que ele ia olhar.
_ Não faz isso! Eu já lhe disse para não alisar a mim! (Ele parecia irritado, então cobri meu rosto, caso ele me socasse ia ser no estômago).
_ D-desculpa! (Com medo e tremendo eu dizia cobrindo meu rosto).
_ Fale! (Eu abaixei minha mão quando vi ele mexendo em seu guarda roupa, então me aproximei e sussurrei para ele).
_ Conserta minha calça, ela tá feia! Faz isso para mim, por favor! (Eu dizia suavemente para ele em seu ouvido, para não me espancar naquele lugar).
Assim ele me encarou e sorriu com uma cara ruim. Depois se virou para mim e se abaixou para consertá-la.
_ O que há de errado com as calças? Esta ótima! (Ele olhou para cima enraivado).
_ O laço está grotesco, ficou feio! Conserte para mim! (Eu pedia ajuda, pois ele sabia que eu era péssimo fazendo laços, eu sempre dava um jeito de embolar ele).
_ Não! Está ótimo, vamos sair rápido, quero lhe mostrar algo! (Ele encarava rapidamente o relógio apressado e mandou eu sair do quarto com um gesto).
_ Mais eu tou feio! (Eu disse aquilo e ele me puxou para fora do quarto e desceu correndo comigo).
Parecia que estava fugindo de alguma coisa, ele não me dava atenção e me puxava pela casa a fora desesperado. Parecia que os donos fantasmas da casa roubada estavam o assombrando. Descemos tão rápido as escadas que ele acabou batendo em alguém. Não havia ninguém na casa, somente nós dois e uma mulher estranha que havia aparecido do nada.
_ Díoman! Cád atá tú ag déanamh anseo? _Díoman? O que o senhor está fazendo aqui? (A mulher começou a falar com ele e eu fiquei com muito medo).
_ Rud ar bith coimeádaí tí, tá mé ag déanamh obair bhaile le cara! _ Nada governanta, estou fazendo lição de casa com meu amigo! (O irlandês falava em gaélico, era diferente a pronúncia original dele com o sotaque que ele usava aqui).
_ Ba chóir duit a bheith ar scoil agus ní anseo, le duine aisteach! Cá bhfuil an buachaill seo? Você deveria estar na escola e não aqui, com uma pessoa estranha! Quem é esse garoto? (A mulher me encarava séria).
_ Is cara liom ón scoil é, ní insíonn sé tada do mo mháthair, ceart go leor? _Ele é meu amigo da escola, não conta nada para minha mãe, ok? (Ele dizia isso envergonhado para ela).
_ Ar mhaith leat go ndéanfainn bréag do do thuismitheoirí Díoman? Ní dhéanfaidh mé sin, agus b'fhearr duit tú féin a mhíniú don Iníon Rebecca, mar labhróidh mé léi faoi do ghníomhartha! _Quer que eu minta para seus pais Díoman? não farei isso, e é bom que o senhor se explique com dona Rebecca, pois falarei com ela sobre suas atitudes! (A mukher dizia brava com ele e Díoman fechou rosto segurando a minha mão e me tirando dali).
Ele falava com a mãe dele e não com uma assombração. Então porquê diabos ele apertava minha mão vermelho? Eles eram completamente estranhos! Assim o encarei e puxei minha mão da mão dele, garoto esquisito!
_ É sua mãe? O que você disse para ela, para ficar daquele jeito estúpido? (Eu o indagava curioso, eu não sabia como ele falava nativamente).
_ Ela não é mãe, é a governanta! (Ele dizia sério abrindo a porta da casa).
_ Ela sabe que você roubas as coisas? Que você me rouba e roubou a casa e aquela bicicleta? Ela sabe que você é ladrão irlandês? (Eu o olhava curioso enquanto o seguia).
_ Eu não roubei esta casa e minha bicicleta! Nem você lhe roubo, eu lhe devolvo tudo com coisas úteis! Não gosto que compre cigarros, faz mal a você! Não quero te ver doente com porcarias que você aspira e compra! (Ele parou e me encarou espatifado e furioso).
_ M-mas como não é roubada? Você vive fazendo isso! Por isso que ta aqui, pois roubou todos os países que visitou! (Eu o olhava surpreso com suas palavras).
_ Quem falaste essas lorotas a você? (Assim ele me pegou pelo braço irritado).
_ Suas amigas! Elas diziam isso de você! E ficavam rindo ainda depois que me contavam! Elas diziam que eu era tosco depois que falavam isso! Eu nem sei o que é tosco! Mas acredito nelas, já que são suas amigas! (Eu falava com medo, pois ele tava furioso comigo).
_ Nunca roubei! E você é tosco porquê é burro em acreditar tudo que lhe falam!... Você não é tosco, só um pouco ingênuo! (Ele tava irritado e eu morria de medo da raiva que pronunciava aquelas palavras, mas depois ele ficou calmo do nada e disse o resto da fala sério mais suave comigo).
_ Ingênuo? (Eu o encarei e depois olhei pro chão).
_ Não acredita em tudo que falem para você! As pessoas mentem Murilo! E acabam brincando com sua inocência! (Ele dizia aquilo suavemente para mim).
Eu o encarei, mas não entendia o motivo daquela preocupação dele comigo. Mas por algum motivo eu acreditei nele, mesmo dizendo que não era para acreditar em tudo que me dizem.
Andando eu fiquei com a sua fala na cabeça. O irlandês me levou em vários lugares legais. Me levou em uma confeitaria e me deixou eu escolher o que eu queria, intrigado irlandês me encarava comendo aqueles biscoitos de gotas de chocolate, eu amo esses biscoitos, o meu pai fazia para mim quando era pequeno, os biscoitos me faziam viajar nele!
Eu oferecia o irlandês, mas ele pegou somente um. Talvez ele era tímido demais para pegar outro, então coloquei na boca dele, assim o mesmo não poderia rejeitar. Depois andamos em várias lojas e nos divertimos vendo coisas incríveis! Eu amava ver aquela luminária giratória da barbearia, eu me distraía nela e ele se distraía comigo segurando minha mão, provavelmente tinha medo de se perder naquele lugar, por isso olhava tanto para mim!
Mexemos com muitas coisas, e sorrindo vendo o viveiro ele me segurava pela cintura. Como ele tinha medo de ficar sozinho, ou de me deixar me machucar, mas estávamos longe da barra de contenção, então nada iria acontecer.
Quase anoitecendo ele me mostrava o aparecimento das estrelas esfumaçadas com a poluição das ruas, em um lugar distante da cidade. Então olhou para o relógio e pegou uma caixinha e depois me deu.
_ Ah irlandês! Eu amei essa caixinha que você me deu! Ela é xadrez, não sei como você adivinhou que xadrez é minha cor favorita! Vou guardá-la com muito carinho! (Eu falava admirado com a caixa que ele tinha me dado).
_ É-é, eu não lhe dei a caixa! Lhe dei o que tem dentro dela! (O irlandês parecia um pouco constrangido).
_ Tem mais? A caixa já é incrível! (Então abri a caixa).
Era um bolo lindo, estava escrito algo, mas estava tão escuro que não consegui ler direito. Eu tava muito feliz em ter passado o dia com Díoman. O irlandês apesar de me assustar, estava sendo legal comigo.
_ Qual sua resposta? Você gosta ou não? (Ele me olhava timidamente curioso).
_ Achei incrível! É lindo o bolo, gostei realmente do meu dia! Nunca havia me sentido assim, tão bajulado! Você é legal quando não é mal! (Eu ri para ele alegremente).
Então ele me encarou um pouco confuso para mim um pouco chateado. Eu novamente havia me distraído em suas palavras, e provavelmente eu falei uma coisa errada.
_ O que foi? (Eu o cutuquei novamente e depois pois minha mão na dele).
_ O que você acha sobre o amor? Sobre mim? (Ele dizia olhando para poluição do ar e eu não o entendia).
_ Sobre o amor? Eu acho legal, minha mãe me ama, talvez meu pai também, e meus amigos, minha família! Eu acho que você é legal quando quer ser meu amigo! (Eu o olhava fixamente pra ele).
_ A mesma coisa! E você gosta de alguém? Está apaixonado por alguém, Murilo? (Ele me encarava de um jeito diferente e do jeito que me encarava eu sentia algo, mais não sabia o quê).
_ Não! Não sei! Talvez um dia eu encontre alguém que goste de mim! E eu goste da pessoa também! Como aquele romance que vimos mais cedo! E você? (Eu ri para ele empolgado).
_ Eu gosto! Mas penso que está pessoa não sabe que gosto dela! Mesmo mostrando, ela não me percebe! Um dia quem sabe, ela consiga me ver como a vejo! (O rapaz falava distante aquilo).
_ Espero que ela goste de você também! Aliás, você nem é tão mal assim! Quando essa pessoa gostar de você, ela vai ser muito feliz! Você é legal, só tem que parar de ser estranho e menos tímido! E tentar falar que gosta dela, bem óbvio possível, pois tem muitas pessoas burras por aí e não entendem as coisas! (Eu dizia firmemente para ele).
_ Eu gosto de você Murilo! (Nesse momento ele me olhou fixamente e tímido e depois pois sua mão na minha).
_ Assim mesmo! Só que tem que ser menos tímido! Aí você vai conquistar essa pessoa! Vai treinando em casa, aí você consegue melhorar a timidez! Eu sei que você consegue isso! Você merece ter esse alguém! (Eu sorria para ele enquanto o tímido rapaz me olhava confuso e depois começou a rir loucamente, por isso que ninguém o namorava, ele era estranho demais).
_ Um dia eu consigo Murilo! Um dia eu consigo! (Ele dizia aquilo suavemente sorrindo para mim com aquela cara de trouxa e eu ria para ele de volta).
O irlandês era estranho, mais legal. Passamos quase a noite toda grudados, até que minha mãe me ligou novamente, eu não tinha percebido o tanto de ligações que ela fez para mim. Meu celular tava na bolsa, e minha bolsa tava na casa de Díoman. Depois troquei minhas roupas e foi para casa onde levei um cascudo, pois todo mundo da minha festa já havia ido embora. Então fiquei de castigo novamente por ser desobediente e ter sumido em meu aniversário!
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Atualizado até capítulo 142
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