Se passou um tempo e eu não falava mais com Díoman, nem com minha mãe, estava com raiva de tudo e de todos. Então chegou o dia de vê meu pai então arrumei minhas roupas e coloquei na bolsa escondido. Eu ia pedir para ir embora, não queria ficar com minha mãe! Queria me sentir gente, ia pedir meu pai pra morar com ele junto de meu irmão.
Como era dia de aula, eu peguei minha bolsa e passei do lado dela, ela mexia em alguns documentos e me deu uma encarada.
_ O que tem aí dentro? (Ela apontava para bolsa).
_ Nada! (Eu a ignorei novamente e abri a porta).
_ E por que ela está cheia assim? (Minha mãe me encarava então eu a olhei).
_ Estou atrasado! (Aí saí de casa correndo).
Não queria papo com ela, queria sumir do mundo, minha mãe não me entendia e eu não entendia ela.
_ Murilo! Volta aqui, estou falando com você, quero ver sua bolsa! (Ela me chamava de longe e a encarei sério).
_ Não tem nada aqui! Que saco! (Eu voltei nela, já que Michelle me mandava voltar fazendo gesto).
_ Eu já disse que não quero que você fale isso! (Assim ela pegou minha bolsa e abriu).
Eu a encarava e dei um revirada de olho.
_ Por que você está levando roupa para escola? (Assim me olhou surpresa).
_ Eu vou ver meu pai! Preciso de roupas! (Eu desviava meu olhar de seu olhar).
_ Ele vai vir aqui te ver, não precisa levar roupas! E cadê seu material? Você vai estudar como, sem material? (Ela sempre me criticava).
Ela olhou pra mim e eu virei meu rosto, não ia falar nada com minha mãe. Então ela me puxou fazendo eu ter atenção nela, e a encarando revirei meus olhos. Não queria dar satisfação para Michelle.
_ Murilo Isbell, onde o senhor estava pensando em ir, se não tem nenhum material aqui, só roupas? Ainda mais sabendo que está de castigo e não é para ir em lugar nenhum! (Ela me olhou brava).
_ Escola! Eu tou indo pra escola, não vê? (Minha mãe sempre queria saber de tudo na minha vida).
E revirando minha mochila e me encarando, ela encontrou a caixa de malboro no fundo da bolsa com o isqueiro, eu ia colocar eles junto com os fósforos no beco onde passava. Assustada ela me encarou com aquilo na mão. E sem graça a encarei, vendo meus objetos na mão dela.
_ Você está fumando?! (Ela me mostrava decepcionada o cigarro).
_ Não mãe! Eu só compro atoa! (Ela me olhava chateada).
_ Por que você está mentindo pra mim? Por que está agindo desse jeito, Murilo? O que há com você? Por que não me fala o que está acontecendo para eu te ajudar, meu filho? (Ela me encarava angustiada me mostrando aquilo).
_ Eu não tou escondendo nada, mãe! (Eu dizia indignado com a atitude dela, nem tinha motivos dela ficar assim, era só uma caixa de malboro).
Então ela se aproximou de mim e colocou sua mão em meu rosto, e me encarando eu fiquei assustado e retirei sua mão do meu rosto e desviei meu olhar do dela.
_ Você é igualzinho a ele! Teimoso, mentiroso e está se drogando! Mas não vou deixar você se drogar, está me escutando! Você não vai ter a mesma vida do Dantes! Eu não aceito suas mentiras aqui em casa! Muito menos isso aqui! (Minha mãe tava louca, ela pegou o malboro e falou muito coisa e não entendia nada, depois o jogou no chão e pisou em cima, ela pisava irritada, e dentro da caixa de malboro tinha meu dinheiro).
_ Para com isso mãe! Está louca? Me devolve minhas coisas, não pode fazer isso com as coisas dos outros! (Eu a encarei desesperado, dentro da caixinha tinha meu dinheiro do lanche e eu tentei pegá-lo).
_ Para com isso Murilo! Você não vai fumar mais! Eu vou ligar pro seu pai, e mandar ele não te ver nunca mais! Você está diferente, tudo culpa dessas companhias que você anda! (Ela puxou minha orelha e gritava comigo brava e eu a encarei assustado, só queria meu dinheiro, não entendia porquê eu não podia ver meu pai de novo).
_ É injusto, por que não posso ver meu pai? (Eu fiquei chateado e confuso com ela, minha mãe falava tanta coisa e eu me perdi na conversa me distraindo nela pisoteando meu dinheiro).
_ Não me faça pergunta idiota, Murilo! Você está proibido de andar sozinho na rua! Só vai sair comigo, e está proibido de falar com aquele garoto! Está assim por causa dele! Nem te reconheço mais! (Eu nem sabia de quem ela falava e eu a encarei assustado).
Eu a encarei confuso e um pouco revoltado, quando ela me puxou para casa de novo. Eu queria ir na escola, mas ela nem queria me deixar ir, e nem sabia o motivo daquilo. Trancafiado em meu quarto eu via as pessoas andarem na rua, era muito chato viver daquele jeito.
Eu não podia sair do quarto, não podia mexer no celular, não podia falar com o irlandês, não podia sair na rua mais! Me sentia a própria Rapunzel trancafiado em casa.
E mais tarde, encolhido em meu quarto mexia com alguns lápis que estava na escrivaninha e me perdia neles, como eram coloridos. Eles não me faziam sentir sozinho e nem imcompreendido, eu me sentia sozinho ficando com a minha mãe brigando comigo o tempo todo e nem me explicava o motivo daquilo. Isso me tirava do sério, eu queria ir embora de casa, queria morar com meu pai, não queria ver o olhar mal dela para mim, e nem ela dizendo que tudo que faz é por mim e pelo meu bem!
Ela dizia isso, mas nem se quer me ouvia quando tentava falar com ela. Minha mãe sempre falava que eu era mentiroso, eu sentia que ela achava que eu não sabia raciocinar as coisas! Eu sei que sou defeituoso, mas eu consigo pensar mesmo que seja em um tempo mais longo do que as outras pessoas!
E viajando em meu mundo solitário deitado na cama, eu ouvi alguém bater na porta da sala, pouco tempo depois bateram na porta do meu quarto. Então encolhido peguei meu travesseiro e coloquei sobre a cabeça, sabia que iam brigar comigo de novo, estava cansado disso!
_ Murilo? (Eu conhecia aquela voz, então fiquei super empolgado com o som da sua voz e retirei o travesseiro da minha cabeça e o olhei atento).
_ Pai! (Assim eu saí da cama e corri até ele, o abracei como se o mundo fosse acabar e ele me protegeria de tudo).
_ Como você está? Por que estava encolhido ali? (Eu o encarava sorrindo enquanto ele falava comigo).
_ Fiquei com medo de você nunca mais querer me ver! Estava com saudades pai! Promete que não vai me deixar sozinho de novo? (Eu senti medo de quando minha mãe disse que nunca mais eu o ia ver, eu sentia tristeza com aquilo).
_ Poxa Murilo, eu não disse que ia vir te ver? Você não acreditou em mim? (Eu o olhei sério agora).
_ Eu acreditei, mas a mãe disse que não ia deixar você me ver! (Eu dizia pra ele bem sério e um pouco assustado).
_ E por que ela disse isso? (Ele me olhava confuso e eu o encarava sério).
Meu pai estava diferente do que a última vez que o vi, seus alargadores eram diferentes e suas olheiras haviam diminuído um pouco. Seu olhar estava mais alegre, e seu cabelo agora estava cortado e era tão preto feito o meu, e suas sardas eram iguais as minhas! Ele estava diferente, mas eu sabia que era o mesmo, eu amo meu pai, e era isso que importa! Eu quero ser idêntico a ele quando tiver velho!
Então o encarando, acabei passando a mão em seu alargador admirado pelo tamanho dele, queria fazer que nem ele, mas a minha mãe não deixava mas eu fiz uma tatuagem escondido.
_ Gigante! A mãe nunca me deixa colocar também! Eu posso colocar? (Eu o encarei admirado).
_ Você gostou? (Meu pai me olhava sorrindo).
_ O formato é diferente dos outros! São maneiros! O irlandês tem também, mas o dele são pequenos e redondos! Os dele é tão pequeno, que o seu antigo é maior que o dele! (Eu dizia seriamente aquilo pro meu pai, com a mão em seu alargador).
_ Esse irlandês é o que sua mãe me falou que você anda fazendo coisas escondidas? (Assim meu pai me encarou sério e eu fiquei chateado com aquilo que ele disse).
_ A mãe falou isso pra você? Você está bravo comigo também? (Então eu tirei a mão de sua orelha e fui pra minha cama chateado).
Eu sabia que meu pai estava com raiva de mim também, todo mundo me odiava. Eu não queria aquilo de novo, ainda mais vindo de meu pai.
_ Eu não estou bravo com você! Sua mãe só me disse que viu vocês juntos, e algumas outras coisas! Eu queria entender o que aconteceu, já que ela estava falando muito em minha cabeça e não entendi nada! (Ele sentou perto de mim na cama e mexeu em minhas folhas curioso).
_ Ela acha que fiz sexo com ele! Mas é mentira pai! Eu não fiz isso, só que ela não acredita em mim e agora não me deixa mais sair, nem conversar com ninguém! Eu não fiz nada e agora tou preso aqui, me sentindo sozinho de novo! (Eu odiava não poder sair e nem ser compreendido).
_ Ela não te deixa sair daqui? (Ele me olhou um pouco pasmado).
_ Não, eu tou de castigo! E nem sei porquê! (Eu o olhei indignado).
_ Mas me conta, o que vocês fizeram, para ela agir assim? (Ele me olhava confuso).
_ Nada! (Eu dizia sério).
_ Ela disse que estavam sem roupas! Por que estava sem roupa Murilo? Queria ver quem aguentava mais o frio? (Meu pai falou sorrindo pra mim e eu sorri pra ele).
_ Não! Eu queria saber se ele era igual a mim lá embaixo! Porquê eu acho o irlandês diferente, ele é alto, tem os cílios grandes e seu cabelo é todo bagunçado, mas ele tem o pinto prqueno! E é estranho, porquê ele é garoto e eu também, mas ele é diferente e o acho engraçado! (Eu dizia rindo pro meu pai).
_ Então você só queria saber se ele é homem mesmo? (Meu pai me olhou confuso).
_ Não! Eu acho ele esquisito, pai! Eu acho que queria fazer sexo com ele, porquê achei legal quando nos tocamos, parecia que minha cabeca iria explodir de dopaminas! E eu também queria saber como transar, então o irlandês me deu tensão e ele também estava excitado, então só queríamos experimentar e ver se é como nos vídeos! (Eu falei sério pro meu pai).
_ Você queria fazer isso, só por causa de dopaminas e pornô? (Meu pai disse aquilo revoltado).
_ É-é...(Eu o olhei assustado).
_ Na minha primeira vez com sua mãe, eu fiquei muito nervoso, ela é linda sabe e eu fiquei bastante receioso em fazer isso com ela! Mas não a desejava somente por dopaminas, eu a queria pois gostava muito dela! E ela ficou comigo porquê gostava de mim também! Foi muito bom transar com sua mãe! Eu até...(Meu pai era um estranho, e eu o encarava assustado, não queria saber de seu momento íntimo com minha mãe).
_ Para pai! (Eu balancei a mão vermelho pra ele).
_ Ué, você não queria falar sobre isso! Você estava falando de trepar sem compromisso, e tou falando disso com você! Só que você não pode fazer isso, só por causa de pornô e dopaminas, tem que gostar da pessoa e ela querer fazer isso também! (Nesse momento meu pai mexeu no bolso e eu o encarei curioso).
_ O que é isso? (Eu o cutuquei curioso).
_ Não sei, quer ver? (Ele tirou um pacote de seu bolso e me olhou).
_ Quero! (Eu coloquei a mão o pedindo o pacote).
_ Por que você estava escondendo um malboro na mochila? Era de alguém? (Meu pai dizia descontraído enquanto me entregava o pacote).
_ É meu! É para eu sentir seu cheiro, eu acendo ele com o isqueiro e lembro de quando você me levava na escola! O malboro me faz lembrar você! Mas eu só sinto o cheiro, eu não fumo! (Eu falava abrindo o pacote que ele me deu ansioso).
_ Ata, pensei que você fumava e queria morrer de câncer! (Ele sorriu para mim e o encarei feliz com o presente que tinha ganhado).
_ É lápis de cor! Como você sabe que amo os bem coloridos! (Eram 36 cores distintas).
_ Eu sou seu pai, sei que você gosta deles! Mas não conta pro Hugo, se não ele chora! (Meu pai me dizia aquilo empolgado).
_ O Hugo veio também? Onde ele tá? (Estava morrendo de saudade de ficar com Hugo eu gostava de ficar com ele).
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Atualizado até capítulo 142
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