_ Gosta do que ver? Minha família e eu? (Era o Díoman de novo).
Quando eu voltei ao mundo real quase morri de susto, o irlandês estava atrás de mim e me encarando, alisando meus cabelos e me cheirando feito um lobo. O olhando assustado deixei a minha calça cair, junto com a foto, pois tinha levantado minhas mãos e me rendido aos fantasmas. Talvez me rendendo eles iam me matar de forma menos dolorosa.
_ Não faça isso! Pensei que fosse uma fantasma, ou sei lá o quê, querendo minha alma! Eu fiquei com medo eu ainda não me redimi a Deus! (Assim eu o encarava friamente).
_ Não quis lhe assustar! Você estava tão distraído em seu mundo, que nem me viu lhe chamando! Você é engraçado, principalmente com tudo de fora! (Ele sorria estranhamente para mim, olhando para baixo).
_ Tudo de fora? Como assim tudo de fora? (Confuso eu o indagava, e o irlandês apontava para baixo, foi aí que percebi que tava sem roupa e me envergonhei na hora).
_ Pensei que veria isso quando tivéssemos uma relação mais aprofundada! É bem interessante isso, pois não tem pintinhas, sempre fui curioso para saber como era! (Ele ria maliciosamente para mim).
_ Relação? Se vira que tou sem roupa! Seu estranho, fica me encarando e fala coisas esquisitas! (Eu o olhei e depois percebi que ele tinha tatuagens e tava só de cueca na minha frente, era um cara bizarro o irlandês).
_ Eu também não estou vestido por completo! Irei pegar algo para prender as calças que lhe emprestei e não lhe constrangerá lá fora, enquanto sua roupa seca! E aí iremos...(Ele dizia sério várias coisas e eu encarava suas tatuagens, era uma enorme nas costas e algumas no braço).
_ É o que isso aí? Uma águia? (O encarando falar, eu me distraía em suas costas e não entendia nada do que ele falava)
Distraído com aquele desenho, eu acabei me aproximando dele e passando as mãos em suas costas, tentando entender aquilo desenhado.
_ Aí, Murilo assim não! Eu arrepio-me com você passando a mão em mim! Me arrepio com você me tocando desse jeito! (Assim ele se virou para mim e eu não entendia nada do que ele falava, e ele ficou vermelho e pegou minha mão e me encarou estranhamente).
_ O que é aquilo em suas costas? É grande e estranho! (Curioso eu o perguntei enquanto ele me encarava, parecendo constrangido e segurando minha mão).
_ É uma fênix! Ela morre e renasce das chamas trazendo a esperança novamente! Já ouviu falar dela? (O irlandês me olhava curioso e eu o encarava de volta).
_ Não! Ela é esquisita, mas é bonita ! Você tem cílios grandes! Os meus são pequenos, consegue vê? (Eu nunca tinha notado que ele era tatuado e tinha cílios tão grandes, então mostrei o meu cílios para ele o encarando rosto a rosto, bem perto para ele ver melhor).
_ Sim! Você tem cílios curtos, e olhos grandes! Bem interessante, junto ao seu rosto cheio de sardas, deixando-o mais extraordinário seus olhos castanhos! Sua boca também, seu rosto todo é bonito! É bochechudo e rosado! (Ele falava vermelho, o irlandês era bem esquisito).
_ Pois é! Quero ir embora! (Foi aí que me toquei que estava me distraindo novamente, e tinha que ir para casa).
_ Mas lhe convidei para comer comigo! E iremos assistir algo especial juntos! Se esqueceu, que você prometeu isso para mim? (Ele dizia sério, eu não lembrava daquela promessa, mas concordei com ele).
_ Esqueci! (Eu passei a mão no meu rosto, tentando lembrar daquela promessa).
_ Ótimo! Irei buscar seu chai, e você pode escolher o que quer assistir na televisão! Voltarei logo, e trarei lanche! (O irlandês me olhava timidamente e sorrindo).
Então notei que eu não sabia o que era chai! E eu comecei imaginar coisas de novo. Talvez aquilo fosse algo assustador, eu nunca tinha ouvido falar dessa coisa, para piorar eu tinha esquecido que tinha abrido guarda pro meu inimigo! E ele tava mais próximo de me dar um bote, e eu tava sendo um trouxa! Ele me deixou no quarto dele e ia na cozinha, então poderia trazer a faca quando voltasse para cima, e aí sim ia ser meu fim! Tremer de medo não era opção, pois eu realmente estava tremendo e com os pensamentos a mil novamente.
Eu não sabia o que fazer, até ouvir a porta abrir de novo depois de alguns minutos, enquanto minha cabeça criava coisas dentro dela.
_ Você não escolheu o filme ainda? Você não sabe mexer na televisão? (Ele me entregou um copo e um sanduíche e depois pegou o controle).
Eu o olhava assustado, ele tava interessado na TV então eu podia fugir dali sem que o irlandês percebesse! Sorrateiramente levantei da cama e foi em direção a porta de seu quarto, para ir embora. Até ele se virar para mim e sorrir animado.
_ Quer ver os meus DVDs? Deve ter filmes melhores aí do que na televisão, só que a maioria está em gaélico, francês ou inglês! (Nesse instante ele ficou do meu lado novamente e eu o encarava assustado).
_ É...(Eu o olhava sem saber o quê ele falava, o irlandês dizia aquilo pegando uma bolsa enorme de DVDs roubados).
_ Qual você escolhe? (Díoman olhava os DVDs animado, acho que ele queria que eu vendesse eles para não me matar).
_ Sim! (Eu não era burro, é claro que fingiria vender os DVDs e depois fugiria para casa).
_ Sim? Qual você quer visualizar? Pode pegá-lo, se estiver tímido em me dizer qual escolheu! (Ele dizia me olhando confuso).
Ele tava me mandando pegar algo lá dentro, mas eu não sabia o quê, então peguei um DVD e o encarei com medo.Tinha medo se não fosse aquilo que ele queria que eu fizesse, pois não entendi nada o que ele falava, eu estava assustado demais!
_ Pensei que você iria escolher algum desenho animado! Esse filme é muito intrigante para assistir a dois! Deixa tudo romântico! (O irlandês olhava de um jeito malicioso).
_ É! (Eu concordava com tudo que ele dizia, estava com medo de morrer e estava até me arrepiando).
_ Vou colocá-lo então! Pode deitar em minha cama, eu pegarei a coberta para você, já que está arrepiado de frio! (Díoman pegou no meu braço e o encarou, e eu o encarei de volta, talvez ele estava medindo o tamanho para vendê-lo no mercado negro).
Assim ele me puxou até a cama e mandou eu subir. Não tinha jeito eu ia ser esquartejado lá, eu só rezava e pedia perdão a Deus por tudo que tinha feito. Ainda mais depois que ele ligou o ar-condicionado e tampou a claridade da janela. Posteriormente o irlandês ligou a TV e colocou aquele DVD que eu tinha pegado e sorriu para mim, me cobrindo com o cobertor. Assim seria meu fim, ia ser morto na escuridão daquele quarto e o ar-condicionado iria esconder o cheiro da minha morte, como me sentia abatido, nem tinha conseguido falar com meu pai antes de morrer.
_ Toma, você não pegou seu sanduíche! (Ele falava animado comigo me entregando o lanche e um copo com algo estranho dentro).
_ O que é isso aqui? (Eu encarava o copo com o líquido estranho).
_ Chai, muito bom! Beba! (Díoman me encarou e bebeu o dele normalmente).
Com medo eu o olhei beber e depois foi fazer igual. Eu bebi animado, pois tava morto de fome e cuspi dentro do copo novamente e ele olhou na hora com uma cara ruim.
_ Que foi? Não gostou? (Ele me encarava decepcionado).
_ É horrível! Amargo! Água amarga e desconsolada com leite, e nem é café! Cadê o açúcar disso? (Eu me arrepiei com aquilo que tinha posto na boca, o gosto não saía mesmo eu limpando a língua, era um chá parecido com chamarãocom leite, era horrível de ruim).
Ficou tudo em silêncio no quarto, só se ouvia o filme que passava na TV. Díoman não dizia nada, então pensei que ele tava dormindo, então eu podia fugir daquele lugar. Mas quando o olhei, ele tava concentrado e um pouco abatido, pensei que fosse o filme que o deixou daquele jeito, já que era um tema melancólico, então o cutuquei para ver se ele tava bem.
_ Que foi? Você tá triste! Machucou? (Eu o olhei e peguei na mão dele, para ver se ele empolgava um pouco e tirava aquela cara abatida).
_ Você zombou do chai! Disse que era horrível, o cuspiu e depois disseste que lhe faltava açúcar! O comparou com café! (Ele falava indignado comigo).
_ Mas você deu essa coisa estranha pra mim! Nunca tomei isso na minha vida, e eu não gostei do gosto! Eu gosto de doce e isso é amargo, eu não gosto de coisa amarga! Me desculpe se te ofendi com esse tchai, não foi minha intenção! (Eu o encarei sério, não sabia que ele ia ficar tão chateado com aquilo, então pedi desculpa capisbaixo a ele).
_ É chai! Chai! Não precisa pedir desculpas, você nunca bebeu um verdadeiro chá com leite! Não é seu costume, então não podia esperar muito de sua atitude! Apesar dela ser deplorável, meu docinho! Se soubesse que gostava de doces, havia comprado bombons para você! (Assim o irlandês me encarou um pouco debochado).
Eu o encarava assustado, pois pensei que ia apanhar por não ter gostado daquilo. Silenciosamente eu via o filme, e tinha cenas muito tristes, a mulher só fazia decisões estranhas e eu mal conseguia ler a legenda, as vezes eu nem sabia o que eles estavam fazendo, então encarei Díoman que tava com a cabeça em meu ombro, concentrado vendo o filme.
_ Irlandês? (Eu o encarava encantado em suas tatuagens).
_ Oi? (O irlandês me olhou fuzilando).
_ Por que esse bicho em suas costas, e esses outros no braço? (Eu o olhei sério).
_ Porquê é para renovar as esperanças! E são bonitas as tatuagens! Você tem vontade de fazer Murilo? (Ele falava descontraído comigo).
_ Não! (Eu prestei atenção em seus gestos descontraídos, ele vidrava no filme).
_ Hmmm... (Concentrado ele murmurava).
_ Irlandês? (Eu o cutuquei já que ele tava olhando o filme em meu ombro).
_ Oi, Murilo! (Ele deu uma virada de olhos para mim).
_ Posso ver de novo? (Nessa hora ele virou para mim e ficou surpreso com o que eu disse).
_ Minhas tatuagens? (Confuso ele dizia).
_ Sim! (Eu murmurava para ele seriamente).
,_ Se isso lhe fizer calar a boca, eu lhe mostro! (Assim ele tirou a blusa e mostrou suas costas para mim).
Eu olhava admirado aquele desenho, quanto mais o encarava, mais encantado ficava. Então eu passei a mão suavemente sobre o desenho nas costas dele, a fênix pegava tudo e tinha um pedaço dela escondido por baixo de sua calça. Curioso eu fiquei olhando aquilo, tentando saber a dimensão dela, e quanto mais eu a encarava e a alisava, mais o irlandês se arrepiava. Ele tava sentindo frio coitado! Mas eu era muito curioso então foi bisbilhotar o pedaço que não enxergava, então puxei a calça dele para ver mais de perto, e ela passava em cima da bunda dele, era bonita a cauda da fênix no traseiro dele!
Então o irlandês se virou rapidamente e pegou minha mão com um rosto vermelho e estranho. Parecia que tava em êxtase, e eu nem sabia do quê. Depois ele me encarou profundamente e me jogou na cama e pegou meus braços e segurou. E com o rosto perto do meu, ele abaixou um pouco e me deu cheiro no pescoço.
Deitado eu o olhava assustado, ele estava mais estranho que o de costume. Eu havia mexido com o irlandês demais, então provavelmente estava furioso e ia me matar naquele instante! Então o irlandês se levantou um pouco e me encarou.
_ Murilo! Eu já lhe disse para não passar a mão em mim assim! E para piorar abaixou minha calça, seu pervertido! (Ele dizia timidamente aquilo, com o rosto todo vermelho me prendendo na cama).
_ É que eu queria ver o rabinho dela! Tava escondido na sua bunda! E-eu não queria te enfurecer! (Com medo eu o olhava lhe pedindo misericórdia e ficando envergonhado).
_ Não fala deste jeito! Eu... eu não gosto que você fique bicudinho assim! Me dá coisas! (Ele me olhava desviando o seu olhar do meu).
_ Que coisas? Eu sinto muito! E-eu não passo mais a mão em você, eu juro! (Com medo eu tentava sobreviver naquilo).
Então tentando levantar, e ele desviando o seu olhar do meu, acabei fazendo um movimento que sem querer, o puxei para cima de mim. Assim o seu rosto ficou bem próximo ao meu novamente, e eu sentia sua ofegação perto de mim. Claro que ele tava furioso comigo, ainda mais depois que o puxei.
_ Me solta! Eu prometo não fazer isso mais! (Eu sussurrava, enquanto ele me encarava estranhamente diferente, isso fazia meu rosto queimar).
_ E-eu preciso ir no banheiro! Se quiser pode tirar o filme, ele não lhe interessa e nem a mim mais! (Assim o irlandês me soltou e saiu do quarto estranhamente, com um travesseiro nas mãos).
Eu não o entendi, era para ele ter me matado, mas ele simplesmente saiu esquisito com um travesseiro nas mãos. Eu o esperava, e me sentia um pouco estranho com a reação dele, o cara ofegava demais perto de mim! Talvez ele era asmático, e foi por o travesseiro para pegar sol e não ficar tão mal daquele jeito!
Assim eu desliguei o filme e foi atrás dele. Não queria deixá-lo sozinho passando mal! Então foi até o banheiro, pois lá que ele disse que ia ir. E fiquei atrás da porta batendo ela, para ver se o irlandês estava vivo ainda.
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Atualizado até capítulo 142
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