Cap 13 - Como ela poderia querer o divórcio?

...Eu não vou desistir de nós / Mesmo que os céus fiquem violentos / Eu estou te dando todo o meu amor / Ainda estou olhando para cima ...

...- I Won't Give Up de Jason Mraz. ...

...˙❥˙Capítulo 13: Como ela poderia querer o divórcio?...

Olho para Elena, tentando encontrar alguma faísca de reconhecimento em seus olhos.

— Elena sei que precisamos de tempo — digo, tentando manter a calma. — Por tudo o que aconteceu. Mas, por favor, não nos deixe. Claire precisa de você. Preciso de você.

Claire soluça ao meu lado, e a dor em seu rosto me parte o coração.

— Mamãe, por favor, lembre-se de mim. Eu te amo — ela murmura. Elena olha para Claire com um misto de dor e confusão.

Minha filha Claire suplica pelo amor da mãe que não se lembra dela. E isso me dói o coração. Ter Elena aqui, viva na minha frente, e amando outro homem. Sem lembrar de mim e de tudo o que um dia nós vivemos. É doloroso demais.

Eu estava exasperado, o coração batendo como um tambor descompassado no peito. Elena estava sentada à minha frente, com os olhos fixos em mim, mas sem o brilho de reconhecimento que eu tanto desejava. Ao lado dela, Henry, o homem que agora ocupava o espaço que um dia fora meu, olhava para mim com uma expressão de desafio. Eu não podia acreditar no que estava acontecendo. Como ela poderia querer o divórcio? Como poderia se casar com ele?

— Elena, você não pode estar falando sério — eu disse, a voz saindo mais alta e desesperada do que eu pretendia. — Somos casados! Temos uma filha juntos! Éramos felizes antes do acidente. Você realmente acha que pode simplesmente apagar tudo isso e seguir em frente com ele?

Ela suspirou, visivelmente cansada, mas determinada.

— Hain, eu entendo que isso é difícil para você, mas eu não lembro de nada disso. No momento, a única pessoa pela qual sinto algo é Henry. Ele tem estado ao meu lado durante todo esse tempo. Quero ficar com ele. — suas palavras são como punhais em meu peito.

— Isso não pode ser verdade — eu disse, a frustração crescendo a cada palavra. — Você está casada comigo! Temos uma história juntos, uma vida! Eu não desistirei de você sem lutar. Eu te amo, Elena. Não posso simplesmente renunciar a você.

Henry, que até então estava calado, finalmente se manifestou.

— Hain, você precisa entender que a Elena de agora não é a mesma de antes do acidente. Ela fez sua escolha, e você precisa respeitar isso.

— Respeitar isso? — Eu quase gritei. — Como posso respeitar isso? Você está pedindo para eu aceitar que a minha esposa, a mãe da minha filha, simplesmente desapareça da minha vida de novo, após anos que passei sofrendo achando que ela estava morta? Eu não posso fazer isso. Elena, por favor, lembre-se de nós. Lembre-se do que tínhamos.

Ela balançou a cabeça, os olhos cheios de tristeza.

— Sinto muito, Hain. Mas acho que não posso fazer isso agora. Preciso seguir meus sentimentos e, no momento, eles me levam ao Henry.

Eu me levantei abruptamente, incapaz de conter a raiva e a dor que fervilhavam dentro de mim.

— Isso não acabou aqui. Eu não desistirei de você, Elena. Lutarei por nós, pela nossa família. Você pode não lembrar agora, mas acredito que um dia você vai. E quando isso acontecer, eu estarei aqui, esperando por você.

Saí da casa do pai de Henry com o coração pesado, mas determinado. Eu não sabia como, mas encontraria uma maneira de fazer Elena se lembrar. Nossa história não podia terminar assim. Ela era minha esposa, e eu a amava mais do que tudo. Não podia permitir que ela fosse embora sem lutar com todas as minhas forças por nós.

— Pai, por que a mamãe não me reconhece? — Claire pergunta com os olhos cheios de lágrimas, a voz embargada pela tristeza.

— Não sei, minha filha — respondo, tentando manter a voz firme, mesmo sentindo meu coração se despedaçar. — Ela sofreu um acidente e perdeu a memória. É como se todos os momentos que passamos juntos tivessem sido apagados.

— Mas sinto tanta falta dela — Claire sussurra, abraçando seu ursinho de pelúcia com a força de quem tem medo de soltar. — Por que ela não pode lembrar de mim? De nós?

— Eu também sinto falta dela, Claire. Todos os dias — digo, olhando para Elena à distância, rindo com aquele homem que agora ocupa o lugar que um dia foi meu. — Mas temos que ser fortes. Por nós e por ela.

— Será que algum dia ela vai se lembrar? — Claire pergunta, a esperança ainda brilhando em seus olhos infantis.

— Eu não sei, minha querida. Mas enquanto isso, continuemos amando-a, mesmo que ela não possa nos amar da mesma forma. O amor verdadeiro é paciente e nunca desiste — digo, puxando-a para um abraço apertado, tentando transmitir a força que nem eu mesmo tenho certeza de possuir.

E assim, seguimos, carregando a dor e a esperança no coração, na espera de que um dia, Elena possa se lembrar de nós e do amor que um dia compartilhamos, antes que seja tarde demais e ela se case com o Henry.

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